Releases 15/07/2015 - 10:43

SBED - Acesso a tratamentos oncológicos poderá ser ampliado


SÃO PAULO, 15 de julho de 2015 /PRNewswire/ -- Os pacientes com câncer que sofrem com os efeitos colaterais do tratamento poderão alcançar uma importante vitória nos próximos dias, após definições da Consulta Pública 59, iniciada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a fim de atualizar a Resolução Normativa que define o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.


Um dos pontos de atenção é que a atual Diretriz de Utilização Terapêutica, utilizada como referência mínima para cobertura obrigatória pelos planos de saúde, prevê que o tratamento oral domiciliar seja oferecido apenas aos pacientes oncológicos com dores neuropáticas decorrentes do uso de antineoplásicos. Enquanto isso, os que sofrem com dores decorrentes do tratamento do câncer como cirurgias, radioterapia ou mesmo outras dores que não as neuropáticas, mas secundárias ao uso de antineoplásicos, são obrigados a recorrer ao tratamento hospitalar ? mais invasivo e custoso.


De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor, Durval Kraychete, a consulta pública é uma oportunidade importante de chamar a atenção para o assunto. "Apesar da incidência da dor em pacientes oncológicos ser em torno de 80%, ainda é subdiagnosticada e tratada como um aspecto secundário da doença. É preciso mudar essa percepção e mostrar o impacto positivo que o manejo da dor tem na vida do paciente", afirma.


O oncologista Elge Werneck também acredita que a mudança terá um impacto importante na vida dos pacientes oncológicos. "Retirar a palavra 'neuropática' do texto atual irá permitir que mais pacientes sejam tratados de forma igualitária e passem a ter amplo acesso à medicação oral e domiciliar, inclusive aqueles que sofrem com os efeitos colaterais das terapias contra o câncer". Para o médico, isso representa mais comodidade e adesão ao tratamento, influenciando diretamente os índices de sobrevida. "O alívio da dor, independente da causa, tem um impacto fundamental na qualidade de vida e na tolerância ao tratamento oncológico específico. Dessa forma, não há justificava para priorizar qualquer tipo de dor: todas devem ser abordadas com a mesma atenção", afirma.


A ampliação do acesso ao tratamento oral domiciliar também tem impacto econômico. "Os pacientes que estão em tratamento antineoplásico já passam muitas horas no ambiente hospitalar. Não faz sentido tratar os efeitos colaterais desse tratamento com ainda mais internações. Quando os pacientes passam a se tratar em casa, há uma redução dos gastos com atendimentos, internações e hospitalizações desnecessárias. Estudos recentes comprovam que o custo-benefício do tratamento domiciliar no Brasil é maior, seja em comparação ao sistema público ou ao privado", ressalta Kraychete.


As contribuições para a Consulta Pública 59 podem ser feitas até o próximo domingo, dia 19 de julho, por meio do site da ANS. http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-publicas/consulta-publica-n-59


Fernanda Nascimento(11) 3060 3152

FONTE Sociedade Brasileira para Estudos da Dor