Releases 24/08/2018 - 13:05

Procura por vistos de investidor nos EUA continua forte, enquanto demanda em Portugal cai drasticamente


Miami, Flórida--(DINO - 24 ago, 2018) -
A nata da economia brasileira tem buscado, veementemente, um caminho para sair do Brasil e se instalar de forma legal no exterior. Estados Unidos e Portugal despontaram na preferência, no entanto, estatísticas oficiais indicam que o favorito absoluto ainda é os Estados Unidos, apesar do momento restritivo para imigrantes.

Conhecido como Golden Visa, ou visto dourado, o programa do governo português permite que indivíduos que invistam pelo menos $500,000 euros, gerem 10 ou mais novos empregos, comprem imóveis construídos há mais de 30 anos, ou imóveis localizados em áreas de revitalização urbana com valor acima de $ 350,000 euros; $250,000 euros investidos em uma produção artística são os meios mais comuns.

O programa português tem uma série de atrativos, já que, ao contrário do programa EB-5 nos Estados Unidos, permite que investidores de caráter puramente imobiliário obtenham a tão sonhada residência em Portugal, inclusive investimentos imobiliários voltados somente a geração de renda de aluguel, desde que o imóvel seja comprado à vista. O programa americano requer um investimento de US$ 500 mil ou US$ 1 milhão em um novo negócio que gerará 10 ou mais novos empregos. O investimento pode ser feito de maneira direita, ou seja, o investidor tem involvimento direto na gestão do negócio, ou de forma indireta por meio de um centro regional – uma estrutura legal voltada a captar fundos para empresas que pegam dinheiro emprestado com o grupo de estrangeiros em troca do cumprimento dos critérios para obtenção do visto. Muito popular com investidores chineses, o programa de investimento direto recebe resistência junto aos investidores brasileiros, que buscam rendimentos maiores que os oferecidos por projetos de investimento passivo no programa EB-5. Em alguns casos, os investimentos não oferecem rentabilidade nenhuma, apenas a possibilidade de obter o Green Card.

Uma outra preocupação dos brasileiros investindo nos EUA é a questão tributária, já que para residentes legais do país o fisco americano impõe tributação complementar em cima da renda mundial. Portanto, se no Brasil o indivíduo é tributado em uma alíquota de 20%, e nos EUA esse mesmo indivíduo se enquadra na alíquota de 28%, o brasileiro será responsável pelo pagamento do diferencial de 8% ao fisco americano. A alíquota mais alta de tributação nos Estados Unidos é de 39,6%.

O governo português emitiu 47 vistos no mês de julho de 2018. A queda foi abrupta, já que em julho de 2016 foram emitidos 171 vistos dourados, para investidores estrangeiros, oriundos de países fora da união Européia. No ano de 2017, último período com estatísticas disponibilizadas pelo governo Americano, um total de 829 vistos EB-5 foram aprovados para brasileiros nos EUA. O número é pequeno em comparação  ao total, que foi de 235,969.

A maior demanda de estrangeiros interessados no programa EB-5 sempre foi, historicamente, a China, que é um mercado de “cidadanias”mais maduro e com um ciclo de vendas de investimentos para obtenção de cidadanias mais rápido, o que atrai bastante projetos captadores de investimentos de indivíduos e famílias desejosos de viver o sonho americano.

“A mudança sócio-econômica no Brasil criará um aumento na demanda de procura por parte de investidores brasileiros de formas de residir legalmente nos Estados Unidos, e isso ocorrerá mesmo em face da disparada do dólar, que é iminente”, é o que pensa Renata Castro, advogada de imigração, fundadora do escritório Castro Legal Group, localizado na Flórida. “A dificuldade em obter vistos L-1A (designado para executivos transferidos entre filiais da mesma empresa, uma base no exterior e uma filial nos Estados Unidos) tem redirecionado brasileiros  a buscarem vistos mais acessíveis e permanentes – o que é o caso do programa EB-5, que não cria requisitos educacionais para o investidor, ou critérios do cargo a ser ocupado nos Estados Unidos” adiciona a advogada de imigração que cita também um aumento de brasileiros na busca de residência legal por meio de programas como o de habilidades extraordinárias (programa EB-1A), um programa seleto que permite que certos profissionais residam legalmente no país sem obrigatoriedade de investimento ou oferta de trabalho.

Apesar do custo mais alto em migrar para os Estados Unidos e uma maior carga tributária, o mercado americano continua sendo mais atrativo para brasileiros empreendedores. O mercado americano continua superaquecido e a oportunidade de empreendedorismo ainda é mais atraente nos EUA, já que o país conta com regulações menos restritivas e um ambiente comercial mais dinâmico.

 

Fonte: Assessoria Castro Legal Group, Sapo e United States Immigration and Citizenship Services (“USCIS”).

 



Website: http://www.castrolegalgroup.com