Releases 05/01/2017 - 16:46

Empresas faturam R$ 1,5 mi por ano com arte em quadrinhos


São Paulo - SP--(DINO - 05 jan, 2017) - Engana-se quem pensa que o aparecimento dos super-heróis como Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha, Capitão América, Flash, Lanterna Verde e Shazam e outros é algo recente. Eles foram criados por conta da crise financeira que aconteceu entre o final da década de 1930 e início de 1940.

Os jovens que os criaram queriam fugir do mundo real e das consequências da Grande Depressão de 1929. Foi nessa época que teve início a Era de Ouro dos quadrinhos.

E mais uma vez, a história se repete. Após a crise financeira de 2008, a venda dos quadrinhos continua crescendo. Foi em 2014, desde sua fundação em 1982, que a Diamond Comic, empresa americana que tem exclusividade na distribuição da arte dos quadrinhos das principais editoras de super-heróis teve o seu maior lucro.

A previsão, segundo a empresa, é que o crescimento se mantenha e tudo isso deve-se a presença dos super-heróis em filmes, séries de TV, videogames, brinquedos em tudo o que se possa imaginar!

No Brasil, o mercado de quadrinhos segue a mesma tendência. Conforme o diretor Comercial, de Marketing e de Publicações da Panini, empresa de origem italiana responsável pelos lançamentos de Marvel, DC, Turma da Mônica e outras, há muito o que comemorar.

"De certa forma, os quadrinhos andam na contramão do mercado se compararmos com demais segmentos de revistas. O brasileiro redescobriu o prazer de curtir quadrinhos incentivado pela qualidade do conteúdo e pela cultura pop tão presente em nossas vidas. São leitores que muitas vezes criam o hábito da leitura a partir das HQs", assegura o Diretor Comercial.

Em entrevista para o Dionísio Arte, Osnei Rocha, artista brasileiro, conhecido sob o pseudônimo de Roko, conta que sempre foi muito fã da arte dos quadrinhos e seu sonho era ser desenhista de quadrinhos de maneira profissional. Mas, lembra que ao chegar em São Paulo, ele percebeu que não poderia viver apenas da arte dos quadrinhos.

"Ainda hoje é um trabalho muito mal remunerado, mas naqueles tempos eram piores. Acabei enveredando mais pela ilustração e cartoons em geral, embora vez ou outra tenha trabalhado com quadrinhos. Fiz muitas HQ"s para a revista "Nosso Amiguinho", além de ilustrações para "O Miolo", relembra.

Foi em 1989 que Rocha começou a desenvolver um estilo mais adulto e mais parecidos com os desenhos em quadrinhos e por essa razão surgiu o pseudônimo "Roko".

"Ficaram duas linhas muito distinta, pois uma era voltada para ilustrações infantis, cartoons, charges, caricaturas, etc e as adultas ou voltadas para o público teen. Assim, acabei abrindo dois mercados de trabalho", recorda.

Roko conta que gosta muito de grafite, em particular dos que tem um estilo bem grafite, meio tribal e com característica típica de arte de rua.

"Odeio pichação, embora alguns chamem de arte ou mesmo de grafite. Pichação para mim é simples poluição visual. Tem um artista de paredes muito conhecido e badalado hoje em dia, o Kobra, mas que pessoalmente não considero como grafiteiro. Seu trabalho é primoroso, com técnica apuradíssima, desenha muito, mas para mim, ele é um ilustrador e não um grafiteiro", avalia.

Para quem quer entrar nesse ramo, Osnei Rocha, aconselha a desenhar figuras humanas, conhecendo todos os músculos e funções, a ter conhecimento da perspectiva, luz, sombra e volumes em geral e, posteriormente, a usar as cores e suas múltiplas técnicas.

"O desenhista ou ilustrador tem que ter uma bagagem cultural primorosa, não basta apenas desenhar bem. A cultura geral é um dos instrumentos mais poderosos do artista plástico", finaliza.