"Bota o retrato do velho outra vez": A imprensa e o três de outubro de 1950
(DINO - 16 nov, 2016) - Um dos momentos mais históricos do Brasil no século XX foi a volta de Getúlio Vargas à presidência em 1950, mesmo após ter sido deposto em 1945. Luís Ricardo Araújo da Costa traz em Bota o retrato do velho outra vez bastidores dessa eleição presidencial tão conflituosa, e os passos do ex-ditador na campanha presidencial através do olhar da imprensa, que na época foi a principal influência na política brasileira, e hoje é uma das principais fontes para se conhecer a história que era noticiada.
Após ser deposto em 1945, Getúlio Vargas se retirou do cenário político e ficou em silêncio por quase cinco anos, vivendo em sua fazenda em São Borja-RS. Mas no carnaval de 1949 começa a sair do hiato, dando a Samuel Wainer uma entrevista que estremeceria o cenário político, mesmo sem uma declaração oficial de Vargas sobre concorrer à presidência. Durante esse período conturbado e cheio de incertezas, muito se foi especulado na imprensa a respeito da decisão final de Getúlio, que em 1950 confirmaria seu nome na disputa eleitoral através do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), contra Eduardo Gomes, do UDN (União Democrática Nacional) e Cristiano Machado do PSD (Partido Social Democrático).
Em uma época em que a imparcialidade ainda não fazia parte dos manuais jornalísticos, os principais jornais da época como Correio da Manhã, O Jornal, Diário de Notícias, O Dia e a Luta Democrática fizeram campanha contra o retorno de Getúlio, com exceção do jornal O Radical, que o apoiou o tempo todo. Mas com a vitória de Vargas, os jornais tiveram que explicar como o ex-ditador que havia sido deposto com o apoio da imprensa, agora voltava à presidência eleito democraticamente pelo povo brasileiro. Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna da Imprensa e inimigo assumido de Vargas, foi o único a não voltar atrás nas críticas e acusações, dizendo em suas matérias que o país voltaria à ditadura e questionando a validade da votação do dia 3 de outubro.
"Caso as urnas confirmem até o fim os resultados já apurados, chegarei ao poder com o coração limpo de ódios e ressentimentos, com a minha vontade liberta de qualquer desejo de vingança ou represália", diz Getúlio.
Luís Ricardo relembra e narra os passos de Getúlio durante o ano de 1950 que agitaram o cenário das eleições e campanhas presidenciais, sendo um prato cheio para a imprensa. A obra nos traz uma análise minuciosa dos jornais da época, nos permitindo conhecer a história, vivenciando as notícias publicadas, entendendo o que foi para a imprensa brasileira o três de outubro de 1950.
Ficha Técnica
Editora: Paco Editorial
Autor: Luís Ricardo Araújo da Costa
Páginas: 232
Formato: 14x21 cm
ISBN: 978-85-4620-468-7
Sobre o autor:
Luís Ricardo Araújo da Costa é jornalista, pesquisador e mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Website: http://www.pacolivros.com.br/Bota_o_Retrato_do_Velho_Outra_Vez/prod-4296856/
Após ser deposto em 1945, Getúlio Vargas se retirou do cenário político e ficou em silêncio por quase cinco anos, vivendo em sua fazenda em São Borja-RS. Mas no carnaval de 1949 começa a sair do hiato, dando a Samuel Wainer uma entrevista que estremeceria o cenário político, mesmo sem uma declaração oficial de Vargas sobre concorrer à presidência. Durante esse período conturbado e cheio de incertezas, muito se foi especulado na imprensa a respeito da decisão final de Getúlio, que em 1950 confirmaria seu nome na disputa eleitoral através do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), contra Eduardo Gomes, do UDN (União Democrática Nacional) e Cristiano Machado do PSD (Partido Social Democrático).
Em uma época em que a imparcialidade ainda não fazia parte dos manuais jornalísticos, os principais jornais da época como Correio da Manhã, O Jornal, Diário de Notícias, O Dia e a Luta Democrática fizeram campanha contra o retorno de Getúlio, com exceção do jornal O Radical, que o apoiou o tempo todo. Mas com a vitória de Vargas, os jornais tiveram que explicar como o ex-ditador que havia sido deposto com o apoio da imprensa, agora voltava à presidência eleito democraticamente pelo povo brasileiro. Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna da Imprensa e inimigo assumido de Vargas, foi o único a não voltar atrás nas críticas e acusações, dizendo em suas matérias que o país voltaria à ditadura e questionando a validade da votação do dia 3 de outubro.
"Caso as urnas confirmem até o fim os resultados já apurados, chegarei ao poder com o coração limpo de ódios e ressentimentos, com a minha vontade liberta de qualquer desejo de vingança ou represália", diz Getúlio.
Luís Ricardo relembra e narra os passos de Getúlio durante o ano de 1950 que agitaram o cenário das eleições e campanhas presidenciais, sendo um prato cheio para a imprensa. A obra nos traz uma análise minuciosa dos jornais da época, nos permitindo conhecer a história, vivenciando as notícias publicadas, entendendo o que foi para a imprensa brasileira o três de outubro de 1950.
Ficha Técnica
Editora: Paco Editorial
Autor: Luís Ricardo Araújo da Costa
Páginas: 232
Formato: 14x21 cm
ISBN: 978-85-4620-468-7
Sobre o autor:
Luís Ricardo Araújo da Costa é jornalista, pesquisador e mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Website: http://www.pacolivros.com.br/Bota_o_Retrato_do_Velho_Outra_Vez/prod-4296856/