Rio de Janeiro--(
DINO - 21 fev, 2018) - Tomarei como base neste conteúdo os estudos do professor e médico psiquiatra Dr Georgi Lozanov que na década de 60 descobriu a chave para a aprendizagem acelerada, este afirma que entraves como as tensões, medos e angústias provêm, muitas vezes, "da insegurança do estudante, da falta de confiança nas suas próprias capacidades de compreensão, de memorização e de utilização da informação nova que lhe é fornecida". Nesse sentido, o mestre búlgaro observou três barreiras para o aprendizado e que devem ser trabalhadas pelos professores que pretendem utilizar total ou parcialmente o seu método. São elas:
? Barreiras lógicas: são barreiras vindas de pensamentos pessimistas, fruto da pouca confiança em si e de um julgamento que aparentemente segue o raciocínio lógico. Geralmente são enunciados como "não é possível alguém conseguir fazer isso", "essa quantidade de informações é absurda". O raciocínio diz, pela lógica, que tal façanha intelectual é impossível, isso acontece porque estamos habituados a um determinado número de absorção de informações que está ligado aos métodos tradicionais de ensino.
? Barreiras afetivas: são barreiras causadas pela baixa autoestima. Geralmente vindas da inibição, do medo de errar e ser reprimido e do julgamento das pessoas. Essa barreira tem a ver como nossa necessidade de sermos aceitos pelos outros, o que gera uma compreensão de que o erro é condenável, e não de que o erro também nos ajuda a aprender. Não queremos ser julgados, condenados ou ridicularizados pelo que não sabemos.
? Barreiras éticas: acontecem quando julgamos um determinado conhecimento por nossos valores e criamos empecilhos para o novo. Temos dificuldades em tornar o território da aprendizagem neutro, ele sempre está cheio das nossas ideologias, por isso julgamos o conteúdo em vez de aprendê-lo, especialmente questões culturais e morais.
Essas barreiras tendem a ser quebradas com a ambientação e o relaxamento. A postura do professor, mestre, instrutor, que utiliza esses princípios de ensino, deve ser colaborativa, afetuosa, leve, descontraída, esse comportamento modifica as crenças sobre a aprendizagem, especialmente aquelas que dizem que aprender é difícil, ruim, cansativo etc.
A importância de Lozanov para nós é principalmente a de compreender, cientificamente, esse estado ótimo de aprendizagem. Esse estado só se dá com o relaxamento, o alinhamento do nosso corpo com uma frequência cerebral alfa, para abrir as conexões de aprendizagem inconsciente, e um ambiente devidamente preparado em sua estrutura física e em seu clima, especialmente como a promoção do afeto mútuo.
O relaxamento, como você pode perceber, não é uma condução ao sono - embora o sono seja importante no processamento cognitivo - mas uma condução a um estado de alerta num nível mais profundo.
A música é uma ferramenta de estímulo, mas, principalmente, de relaxamento, ela é um elemento condutor do sujeito até o estado ótimo de aprendizagem. Eu sempre sugiro que as melhores músicas a serem utilizadas na busca pelo estado de relaxamento ideal para aprendizagem são as músicas barrocas, por conta de sua divisão rítmica ser muito parecida com a frequência alfa, do cérebro, mas as músicas clássicas produzem também um bom efeito. A intenção é chegarmos ao estado ótimo de aprendizagem abrindo o canal da nossa supermemória, a memória de longa duração.
O ambiente também é uma variável importante na condução do processo de aprendizagem. Hoje, é comum vermos que as escolas e instituições em geral preocupam-se com o ambiente, trabalhando para que ele favoreça o processo. "Nas minhas palestras adoto sempre a sala com formato de U, pois pra mim é um formato que estimula a aprendizagem colaborativa - porque, como sabemos, ele cria um campo relacional".
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