São Paulo, SP--(
DINO - 12 fev, 2016) - O preconceito social contra a pessoa com deficiência acontece desde que o mundo é mundo. A sociedade, ainda que nos dias de hoje pregue a inclusão social, vê sempre a pessoa com deficiência, como alguém com incapacidade.
Pensando nisso, a artista paulistana Estela Lapponi, com o propósito de sensibilizar as pessoas a respeito da deficiência em nossa sociedade criou a performance
"Cadeira ? Falando sem tabu!" O espetáculo é uma performance artística multimídia que mistura atuação com o formato de uma palestra.
A artista que possui uma deficiência física - hemiparesia esquerda, pouco controle motor dos membros do lado esquerdo do corpo - causada pelo rompimento de um aneurisma há 18 anos, quis mostrar o quão importante é falar abertamente sobre o assunto a fim de tornar o tema mais aceitável pelo público.
Lapponi possui ampla experiência artística em artes cênicas e visuais atuando tanto no Brasil quanto no exterior há mais de 12 anos. A artista percebeu a importância de falar sobre a diferença com o objetivo de promover a aproximação ao tema para quem sabe, diminuir o tabu sobre a pessoa com deficiência.
"Nesses anos de convivência com a minha deficiência física pude perceber como este assunto é complexo. A diversidade, ainda não é vista de maneira positiva, pois ainda esbarramos nos paradigmas que temos arraigados", diz Estela. "Não estamos acostumados a enxergar a pessoa com deficiência com suas possibilidades de atuação. Fato que deve ser observado sem julgamento, mas com consciência de que temos esta dificuldade". Estela comenta ainda, sobre "o olhar que foi construído historicamente em relação à pessoa com deficiência que os direcionou ao isolamento, ao extermínio social e ao tabu de hoje".
A PERFORMANCE
É uma palestra onde uma o personagem, com múltiplas deficiências físicas é a protagonista, que expõe de maneira franca, o seu ponto de vista sobre a sua condição e de como isso interfere em sua vida social.
A ideia de Lapponi é que durante os 50 minutos de duração da performance, o público possa saber como lidar com as suas dificuldades e expectativas relativas ao tema e/ou a persona de CADEIRA. "Este "lidar" do público faz parte do conceito artístico da performance", afirma a artista.
Para preparar a performance, Estela misturou realidade e ficção, usando dados autobiográficos, além de experiências de outras pessoas entrevistadas especialmente para a produção.
CADEIRA é um espetáculo que tem como formato uma palestra audiovisual com sons e imagens projetadas. A sua construção contou com a realização de intervenções urbanas servindo, também, como laboratório de pesquisa onde os performers João Otávio e Estela Lapponi atuando em seus respectivos papéis ? cadeirante e assistente - foram às ruas a fim de descobrir as reais adversidades de um cadeirante pelas ruas de São Paulo, bem como construir a relação e o jogo cênico da dupla.
O objetivo deste projeto, segundo Lapponi é proporcionar ao público o contato com uma pessoa com deficiência de forma extraordinária, no sentido de fora do comum, pois o que se propõe é que o público tome seu tempo para olhar, observar e emocionar, à emoção a artista se refere como ação e algo que se move e transforma.
Para conferir um pouco sobre a performance, a artista disponibilizou um teaser na internet:
https://vimeo.com/119919141 A performance é indicada para pessoas a partir dos 10 anos, e segundo Lapponi ela pode ser realizada em diferentes tipos de espaço, seja uma sala, um auditório ou um teatro. A ideia é levar esta performance para o mundo corporativo, escolas e faculdades. Caso tenha interesse, escreva para a artista no e-mail:
incena2.5@gmail.com http://www.casadezuleika.com/