Releases 30/07/2015 - 11:39

Isenção tributária de religiosos: será que Deus abençoa?


São Paulo, SP.--(DINO - 30 jul, 2015) - Parece até mesmo um tabu falar dos líderes religiosos no mundo. O medo, talvez, da mão implacável de Deus nos faça calar ou talvez o medo dos terroristas religiosos que matam milhares de pessoas ao redor do mundo nos faça pensar em nossas próprias cabeças.
O Brasil é um país religioso, com as mais diversas manifestações religiosas e pode ser até considerado um local de maior democracia religiosa. A religião oficial é a católica, mas nenhum cidadão é impedido de praticar suas crenças, exceto as que envolvem sacrifícios humanos (magia negra).
Recentemente, a Câmara dos Deputados simplesmente votou uma isenção de imposto de renda, para os religiosos, quando foi votada a Medida Provisória 668. Para falar sobre a manobra política, que permite esta regalia tributária, o presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos, Antonio Tuccilio, explica:
"Por manobra chamada de "jabuti" (quando se inclui algo que nada tem a ver com o projeto que está sendo votado) foi grosseiramente encaixado o aumento de isenção fiscal de profissionais da fé, sobre as chamadas "comissões" que líderes religiosos ganham quando recolhem, por exemplo, o dízimo".
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo de 6 de junho, o benefício pode garantir a anulação de autuações fiscais a igrejas acima de R$ 300 milhões. Segundo apuração do jornal o "monstrinho" foi incorporado por intermédio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que se diz evangélico.
Antonio Tuccilio questiona: Por que o trabalhador paga imposto na fonte e os pastores ficam isentos ganhando verdadeiras fortunas? A lei anterior isentava os valores direcionados a subsistência (moradia, transporte e formação educacional). Porém, as comissões, a título de ajuda de custo, que chegam à ao valor de R$ 100 mil reais, caracterizam sonegação religiosa, pois não são atreladas a subsistência e por isso, religiosos passaram a ser autuados. É um absurdo que tabela do Imposto de Renda para o trabalhador, defasada em 40%, faz com que os que recebem menos paguem mais imposto. E agora, após a manobra do Eduardo Cunha, os religiosos que recebem vultosos valores ficarão isentos. A Câmara dos Deputados extrapola sua representação, decidindo quem deve pagar ou não imposto de renda. O povo elege os parlamentares, que acabam não lhes representando. Um papelão! Ou melhor, o povo realmente assume o personagem de bobo da corte", comenta indignado o presidente da CNSP.
Para encerrar, Antonio Tuccilio, questiona a isenção: "será que faz parte do ajuste fiscal?"

Fonte: CNSP
http://www.cnsp.org.br/website/Artigo.aspx?c=5581

Website: http://www.cnsp.org.br/website/Artigo.aspx?c=5581