São Paulo, SP--(
DINO - 19 dez, 2016) - Vai se aproximando o fim de 2016 e o consumo brasileiro no exterior, que até a primeira metade do ano parecia perder fôlego, inicia um novo ritmo de crescimento. Os gastos com viagens internacionais ganharam um novo impulso a partir do último trimestre. A causa apontada é a progressiva melhora na taxa de câmbio, principalmente com a desvalorização de 1,9% do dólar no mês de outubro.
Crescem as compras no exterior
Foi neste mês que o consumo brasileiro no exterior atingiu a marca de US$ 1,421 bilhão, um aumento de 41,8% em relação ao mesmo mês de 2015, que contabilizou US$ 1 bilhão, conforme dados divulgados pelo Banco Central. Foi o terceiro mês consecutivo de crescimento neste ano.
Queda da
cotação do dólar estimula compras
A
cotação do dólar que no final do mês passado, fechou em R$ 3,25 foi um dos fatores que mais estimulou o aumento dos gastos no exterior.
"O maior determinante é a taxa de câmbio, que determina os custos de viagens. Ela superou R$ 4 no início do ano e agora está em patamar bem mais reduzido. A questão da confiança do consumidor e perspectiva de melhora da atividade também pode estar contribuindo", afirmou o chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel.
Com a desvalorização da moeda americana, também não tardou que as agências de viagem projetassem uma melhora no volume de vendas até o fim deste ano. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) acredita numa alta de até 6% no faturamento do setor. Segundo a entidade, destinos como Cancun e Punta Cana, por exemplo, contam com pacotes de hotéis quatro estrelas para depois do Réveillon que podem ser mais atrativos do que o turismo nacional entre os meses de janeiro e fevereiro.
Os gastos no exterior já foram maiores
No entanto, nem tudo são flores. Embora o BC tenha registrado um avanço neste outubro em comparação com o mesmo mês do ano passado, as compras dos brasileiros no exterior ainda estão mais tímidas do que em anos anteriores. A marca de US$ 1,4 bilhão alcançada em outubro/2016 é bem inferior ao obtido em outubro/2013, quando os gastos com viagens internacionais chegaram a US$ 2,2 bilhões.
Além disso, mesmo no acumulado do ano, 2016 não supera nem 2015. De janeiro a outubro, os gastos dos brasileiros no exterior somaram US$ 11,901 bilhões. Já o mesmo período de 2015 acumulou US$ 15,141 bilhões.
Tendência é comprar o essencial
Apesar de alguns sinais de retomada econômica, por enquanto o brasileiro ainda está desconfiado com a conjuntura e prefere economizar. Isso se reflete no seu perfil atual de consumo: evitar gastos com o que não é essencial. Um levantamento da Visa Performance Solution, com dados colhidos entre 2013 e 2015, aponta que o segmento de vestuário, que antes era o item mais adquirido pelos brasileiros, representa somente 8% das compras e caiu para terceiro lugar. Hoje os gastos com hospedagem representam o maior gasto do brasileiro no exterior.
Portanto, embora o consumo brasileiro no exterior venha aumentando progressivamente, é cedo para afirmar que isso implicará em maior ousadia nas compras. Isso pode acontecer se a
desvalorização do câmbio do dólar continuar e estacionar num patamar confortável para a maioria dos turistas. Por ora, a preocupação do turista brasileiro é mesmo com o básico.
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