Florianópolis, SC--(
DINO - 04 abr, 2017) - Algumas mulheres recorrem à laqueadura tubária quando não desejam mais ter filhos. Parte delas, um tempo depois, arrepende-se de ter realizado o procedimento e busca meios para reverter a laqueadura. A cirurgia para reversão até existe: chama-se reanastomose tubária microcirúrgica, mas as chances de ela dar certo dependem de alguns fatores.
"Em mulheres que desejam religar as trompas de falópio para engravidar naturalmente, porém realizaram a laqueadura há mais de cinco anos, a chance de a cirurgia ser bem-sucedida varia entre 30% e 80%", observa o médico especialista em reprodução humana, Dr. Marcelo Costa Ferreira (CRM/SC 7223 e RQE 2935), da
Clínica Fecondare.
O motivo de haver tanta diferença entre o menor e o maior índice está ligado ao fato de que cada organismo reage de uma maneira à intervenção. "A idade da mulher também influencia nas chances de o procedimento transcorrer bem", lembra o especialista. No entanto, o principal fator está relacionado ao estado geral das trompas de falópio após a laqueadura e à técnica utilizada para realizar-se a laqueadura.
"É mais fácil restaurar as trompas quando elas não foram extraídas e quando a amarração, o corte ou a cauterização da tuba para impedir o óvulo de chegar ao útero é feito no meio", explica o Dr. Marcelo. "No caso de a interrupção ser na parte terminal, a reparação torna-se praticamente impossível".
Por isso, antes de recomendar à paciente que se submeta à cirurgia, o médico precisa fazer uma avaliação criteriosa do caso, considerando, inclusive, a idade da mulher, já que a
capacidade reprodutiva feminina diminui progressivamente conforme o tempo passa.
O parceiro também deve ser envolvido nesse processo. "Antes de atestar que é possível recanalizar as tubas uterinas de uma paciente, deve-se analisar, também, a saúde reprodutiva do homem e verificar se ele possui quantidade suficiente de espermatozoides para viabilizar uma gravidez espontânea", explica o especialista em reprodução humana. Caso o número de gametas seja menor do que o recomendado, pode ser que só seja possível conceber um bebê por intermédio da
fertilização in vitro. Assim, a cirurgia para reverter a laqueadura pode ser desnecessária.
Especialista recomenda a fertilização in vitro para as mulheres que planejam engravidar após a laqueadura
Nesse caso, a alternativa para ter um filho biológico é realizar uma fertilização in vitro, em que a possibilidade de gravidez é maior.
A chance de uma mulher engravidar tendo o embrião implantado no útero é de até 40%. "O tempo médio necessário para realizar todo o processo, a partir do momento em que o casal opta por fazer a fertilização, é de 45 dias, considerando que o sêmen contém a quantidade necessária de espermatozoides, o útero tenha condições de abrigar o embrião e a mulher responda conforme o esperado à indução da ovulação", comenta o médico especialista em reprodução humana, Dr. Marcelo Costa Ferreira.
Todos esses pré-requisitos e outros exames que avaliam a condição geral de saúde do casal são avaliados no decorrer do tratamento.
Nem sempre a gravidez ocorre no primeiro implante de embriões. Nesse caso, os médicos recomendam repetir o procedimento mais duas vezes, no máximo. "É possível que, mesmo após três tentativas, não haja confirmação da gestação, tornando necessária a realização de outro tipo de tratamento", ressalta o médico.
Website:
https://fecondare.com.br/