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DINO - 15 fev, 2016) - Então você entra na faculdade e acredita que todos os seus problemas estão resolvidos, que tudo que você precisa saber e desenvolver para se dar bem na carreira profissional está ali, esperando para ser absorvido. No entanto, infelizmente, as coisas não são simples assim. Por vezes, o conhecimento adquirido durante o período de graduação nem sempre é o suficiente para suprir as necessidade e executar, com eficiência, as
competências exigidas pelo mercado de trabalho.
Em entrevista à revista Exame, que publicou, em setembro de 2015, uma matéria sobre o assunto, o gerente da consultoria Talenses, Felipe Brunieri, diz que o maior "pecado" cometido pelas faculdades é quanto às habilidades ligadas ao comportamento e à gestão das emoções. Para ele, as chamadas "soft skills", termo que refere-se às competências pessoais que dão ao individuo capacidade de melhorar as suas interações com os outros e com o mundo ao seu redor, costumam receber pouca atenção das universidades. "Com algumas honrosas exceções, há muita ênfase na teoria e pouco diálogo com as situações do dia a dia", destaca Brunieri. Apesar de muitos atributos só virem com a maturidade, a gerente sênior da Robert Half, Daniela Ribeiro, enfatiza que um profissional não deve, simplesmente, esperar o tempo passar. É preciso assumir uma certa postura mental tanto durante, quanto após a faculdade para conquistar as habilidades que ela não ensina. Prestar atenção nos detalhes do cotidiano, no estilo de liderança do chefe do estágio, por exemplo, e observar como os colegas lidam com as emoções já é um bom começo, explica Daniela Ribeiro.
A revista Exame listou cinco competências essenciais para uma carreira profissional promissora e que a maioria dos cursos universitário não dedica tempo suficiente. Confira:
1. Inteligência emocional: Profissionais que dominam essa qualidade são muito disputados no mercado de trabalho. A gestão de emoções, que quase nunca está presente nas discussões acadêmicas, é um atributo essencial para manter a calma em processos seletivos, manter a produtividade e, até mesmo, ser promovido. No entanto, a sócia-diretora da Resch Recursos Humanos, Jacqueline Resch lastima, " inteligência emocional não é o forte da maioria das pessoas."
2. Visão de negócio: A academia raramente capacita os alunos a enxergarem os negócios como eles realmente são, diz Felipe Brunieri, mesmo os cursos mais ligados ao mundo empresarial, como contabilidade e administração, por exemplo. "Mesmo quando cases são abordados em sala de aula, as discussões são extremamente teóricas", acentua o gerente da consultoria.
3. Liderança e trabalho em equipe: Para Daniela Ribeiro, a relação de amizade entre os colegas de faculdades faz com que o espírito de liderança e a execução de trabalho em equipe, adquiridos em tarefas conjuntas e grupos de pesquisa, por exemplo, sejam pouco fidedignos em relação ao mercado de trabalho real.
4. Networking: A rede de contatos profissionais, fator importante na ascensão da carreira. Segundo Brunieri, a boa gestão da rede de contatos não costuma ser abordada na graduação, o que é grave.
5. Línguas: Considerada a única competência não-comportamental da lista, o domínio de idiomas não costuma estar no currículo da maioria dos cursos universitários. O déficit em inglês, e até mesmo em português, é alto. "Quase nenhum curso de graduação dá ênfase ao uso da língua e muita gente acaba entrando no mercado com graves deficiências nesse quesito", conclui Daniela Ribeiro.
Fonte:
Exame