Miami, FL--(
DINO - 16 dez, 2016) - Contínua forte o interesse dos brasileiros em investir, trabalhar ou morar no exterior, manifestado em milhares de mensagens nas redes sociais. Corretores de imóveis nos EUA atestam o fato. De acordo com Robinson Bernardes, um renomado consultor de investimento em Miami, a procura de brasileiros por imóveis na cidade cresceu 40% após a crise política brasileira. Já segundo o departamento de imigração americano, a busca de brasileiros por vistos de permanência aumentou mais de 20% em 2014 e 2015.
O interesse por imóveis nos EUA começou a crescer logo após a crise de 2008. A abrupta redução na demanda por propriedades causada pelo fim da farra do crédito derrubou os preços. Em locais onde havia um enorme estoque de casas a vendas e em que tradicionalmente os americanos compram uma residência para as férias, como na Flórida, os preços chegaram a despencar mais de 60% em poucos dias. A grande oportunidade também despertou o interesse dos brasileiros porque em 2009, 2010 e 2011 o dólar continuava muito barato, sendo negociado abaixo de R$ 2. O dólar levou os brasileiros a se tornarem os principais compradores de imóveis na Flórida entre os estrangeiros.
Quem aproveitou não tem do que se arrepender, uma vez que os preços iniciaram uma trajetória firme de recuperação a partir de 2011 ao mesmo tempo em que o real começou a perder valor. Os preços de baixos já ficaram para trás, mas os imóveis nos EUA ainda parecem interessantes, principalmente quando os investidores comparam os valores cobrados lá e em grandes metrópoles brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo. O dólar também tende a se valorizar à medida que os EUA voltarem a elevar os juros e o preço das commodities continue em queda ? o que torna um imóvel no exterior uma espécie de "hedge" natural contra a desvalorização do real.
Wesley Brook sócio-fundador da StarBrook Trust, Inc e da Brito & Brook LLC, empresas especializadas em investimentos nos EUA, diz que as experiências de quem comprou imóveis nos EUA ajudam a aquecer a demanda. "Os brasileiros de bem estão muito insatisfeitos com a criminalidade, com a falta de recursos públicos em ensino e em saúde e com essa crise política interminável."
O investidor, que no Brasil atua no mercado financeiro, decidiu migrar seus negócios para a terra do Tio Sam porque segundo ele; "Aqui o estado é seu parceiro e não seu algoz como no Brasil".
Wesley se prepara para lançar seu primeiro empreendimento mais robusto, vai construir juntamente com investidores um complexo de townhouse no sul da Flórida e já está projetando uma parceira para construir um edifício comercial na cidade de Aventura. "Aqui uma construção de uma casa inicia e acaba em no máximo 6 meses, mas geralmente em 3 meses está tudo pronto e é só liquidar o investimento e partir para o outro, faturando em média 40%".
Wesley menciona também o mercado de leilões de imóveis nos EUA, que segundo ele também é muito interessante, "Você pode comprar uma casa por uma fração de seu valor de mercado", ele ressalta o mercado de tax deed, que nada mais é que leilões de casas inadimplentes perante os entes públicos, recentemente ele adquiriu um apartamento em Fort Lauderdale de tax deed por 39.000 dólares e vendeu no mês seguinte por 85.000 dólares. Já existem empresas que oferecem o curso sobre investimento em leilões em português como a American Tax Lien Association.
Comprar um imóvel nos EUA é bem mais fácil do que as pessoas imaginam. Com um visto de turista e passaporte válido, é possível ingressar no país, escolher um imóvel e fechar negócio. O passo seguinte será abrir uma conta em algum banco americano e abrir uma empresa que terá a propriedade do imóvel. Existem empresas que abrem sua empresa atendendo em português como a OpenAmerican.com, "O procedimento de abrir e fechar empresas é muito fácil e rápido nos EUA. Em um dia está concluído", explica. É recomendável abrir uma empresa em nome próprio e da família para fugir da elevada taxação sobre heranças nos EUA. Quando um americano morre, o governo chega a ficar com 50% de seus bens. Isso não acontece quando o imóvel está em nome de uma empresa da família. A tributação sobre a transação imobiliária e o custo do registro saem por 2% a 3% do valor da propriedade ? algo parecido com o que é cobrado por cartórios e prefeituras no Brasil. Os impostos serão mais pesados apenas sobre o ganho de capital obtido quando a propriedade for vendida ? o que também é semelhante ao que acontece no Brasil.
Uma das principais vantagens dos imóveis nos EUA são as taxas de juros reduzidas para o financiamento do negócio. As condições oferecidas lá para brasileiros são parecidas com as praticadas pelos bancos nacionais. É possível pagar 30% e financiar o saldo devedor em até 30 anos. O comprometimento máximo da renda alcança 40% - no Brasil a parcela mensal do financiamento não pode superar 30% da renda. A grande diferença, no entanto, são as taxas de juros. Os bancos brasileiros cobram cerca de 10% ao ano de custo efetivo para um financiamento imobiliário. Já nos EUA é possível conseguir crédito com juros a partir de 4%.
Website:
http://www.wesleybrook.com