São Paulo--(
DINO - 06 nov, 2017) - A China industrial é considerada hoje, mesmo em tempos de crise, a mais nova oficina do mundo. O País possui um dos maiores parques industriais e, somente no segundo semestre de 2017, viu seu Produto interno Bruto (PIB) crescer 6,9%, mesmo número do primeiro trimestre. Assim como em outros países, grande parte dos produtos consumidos no Brasil provém de fabricação chinesa, porém em tempos de recessão e com as políticas de importação acirradas, as empresas nacionais podem aproveitar esse cenário e ganhar competitividade com a China.
É fato que muitas empresas fecharam as portas em definitivo nos últimos três anos e as que não fecharam tiveram de reduzir o ritmo produtivo, diminuir o quadro de funcionários e inventar estratégias para dar saída aos estoques abarrotados. Para reerguer o ritmo produtivo dentro desse contexto, é necessário repensar as estratégias de negócio e minimizar os custos.
Essa é a grande oportunidade, todas as empresas buscam por redução de custos, é o momento de rever os atuais fornecedores e repensar se este é a melhor opção competitiva para o seu negócio, em muitos casos, a importação deixa de gerar lucro e começa a criar prejuízos.
A China tem grande poder competitivo em relação a preço, variedade de produto e qualidade. Suas condições sociais e históricas a permitem produzir muito à baixos salários, o que potencializa consideravelmente a sua produção. Esse seria o melhor cenário caso não houvesse um regime tributário envolvendo as ações de importação.
O preço pago por um produto importado vai muito além do seu valor de comercialização em seu país de origem. Existem diversos tributos que necessitam ser incluídos, como por exemplo, a importação de menores valores (produtos de até US$ 3.000,00 - três mil dólares americanos) que paga impostos de importação de 60% sobre o valor aduaneiro da mercadoria, que é comprovado por documentação fiscal emitida no país de procedência.
Um exemplo prático é o
trocador de calor, produto muito utilizado em diversos segmentos industriais e com alto valor agregado. Seu principal modo de aquisição era a importação, entretanto, por conta das suas altas taxas alfandegárias e seu grande valor de comercialização, essas indústrias começaram a mirar o mercado nacional, esquentando o segmento e potencializando a fabricação interna.
Segundo o representante comercial da empresa Hassen SA - Intercambiadores de calor a placas, Matheus Resende, o mercado nacional estava estagnado nos últimos dois anos, mas teve uma melhora recente. "Estamos em uma boa crescente, principalmente nos ramos farmacêuticos e alimentícios", comenta.
Prazo e documentações obrigatórias
O prazo também é um grande aliado das empresas nacionais, tendo em vista que ao importar qualquer produto a sua entrega só será realizada em no mínimo 30 dias após efetuar o pagamento. Esse prazo excede, em muitos casos, a necessidade da indústria, principalmente porque a estocagem de produtos e matérias-primas tem sido inviável, pois os gastos com estoque são uns dos primeiros a serem cortados em tempos de recessão.
Levando em consideração esse cenário, um fabricante de elevadores utiliza o
cabo de aço como matéria-prima base. O consumo desse material é progressivo conforme as vendas da empresa, podendo ser maior ou menor, de acordo com a demanda do produto. Se em um determinado momento o fluxo normal da empresa aumentar, e se seu único fornecedor for uma empresa estrangeira, a produção atrasará.
Outro ponto importante sobre os prazos de importação é referente aos constantes atrasos e imprevistos que ocorrem dentro do processo alfandegário. Apenas uma documentação em falta ou não regularizada pode fazer com que o prazo de entrega dobre, causando situações como atraso de produção, quebra de contrato e compras emergenciais com fornecedores não certificados, o que pode comprometer até a qualidade do produto. Ao colocar todas essas situações na ponto do lápis, é possível ver que o valor pago pelo produto importado excederá o de um produto nacional.
Vantagens competitivas da indústria brasileira
Apesar de todo o cenário conturbado que a crise econômica propiciou, o País continua sendo um dos principais destinos a receberem verba direta de investidores. Segundo um relatório da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) feito com executivos de empresas multinacionais, quando perguntados quais são os países que pretendem destinar recursos nos próximos anos, a maioria opta pelos emergentes, principalmente o Brasil.
A profusão de insumos disponíveis no País é um dos fatores primordiais para os investidores estrangeiros apostarem na indústria local. Um território com vasta extensão produtiva e com baixa necessidade de exportação de matéria-prima é o cenário ideal para o crescimento de indústrias primárias e secundárias.
Visando esse mercado de trabalho, atualmente pode-se encontrar com facilidade escolas técnicas e cursos profissionalizantes, como os oferecidos pelo SENAC, que são voltados à esse segmento. A crise também foi um impulso para que os cursos de rápida conclusão ganhassem notoriedade, principalmente pelo seus baixos valores. É possível encontrar, atualmente, profissionais especializados e com remunerações reduzidas.
Crise também gera oportunidades
A crise pode assolar muitas empresas, porém não há como dizer que este momento não propiciou vantagens únicas, principalmente para produtos usualmente importados. Mesmo quando um equipamento como o
compressor de ar está com um preço mais baixo no exterior, ao somar todos os encargos
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