Releases 29/04/2016 - 17:01

Finanças corporativas: cenário econômico desafia setores


Goiânia - GO--(DINO - 29 abr, 2016) - Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio divulgou que a crise no Brasil resultou em 80 mil lojas fechadas em 2015. Independentemente do tamanho a empresa, todos foram atingidos e os executivos que comandam os negócios encerraram suas atividades. Quem conseguiu sobreviver não passou ileso e saiu cortando gastos com funcionários e contas para tentar ser financeiramente sustentável. É fato que o atual cenário desafia negócios de diversos setores e diminui as perspectivas de crescimento e retorno de investidores e empresários.

"Empresas com pouca resiliência tendem a ter mais dificuldades para se manterem saudáveis. Assim, precisam recorrer a processos de reestruturação e revisão de projetos", explica Aigo Pyles, administrador de empresas e sócio da Gênesis Associados ? grupo que oferece diferentes tipos de consultoria financeira como, por exemplo, a "Corporate", direcionada a empresas em stress ou que buscam a fusão ou aquisição de novas empresas.

O executivo aponta algumas causas que contribuem para o crescimento elevado no número de pedidos de recuperação judicial: endividamento, crédito restrito, crescimento econômico negativo e baixa confiança dos consumidores, que impacta vendas e investimentos.

Aigo afirma que, ainda em 2015, uma análise mostra que 194 empresas de capital aberto foram encontradas em menor geração de receita e maior crescimento do endividamento. "Até mesmo empresas capitalizadas, que podem suportar períodos maiores de crise, não estão garantidas quanto à adaptação às adversidades que se apresentam e às novas exigências do mercado", alerta. Às empresas que precisam apostar na reestruturação, algumas estratégias podem ser observadas como renegociação de dívidas, venda de ativos não operacionais, fusão ou aquisição, além da recuperação judicial. O executivo comenta que as mudanças devem ter como base profundo diagnóstico operacional.

No Brasil, esses tipos de reestruturação ainda são vistos com certa reserva pelos acionistas, observa o empresário. "Deveriam ser aceitos como parte integrante do ciclo de vida, mas nem sempre é assim. A maioria dos acionistas tende a ignorar e negligenciar os sinais de alerta da necessidade de mudar ou reestruturar e, quando tomam a decisão, em vários casos, é tarde demais". A previsão do sócio da Gênesis Associados é que os desafios de empresas em um cenário de tamanha incerteza e com crescimento econômico negativo só serão vencidos com a disciplina diária para execução do plano de restruturação.

Abaixo, Pyles fala sobre os componentes do plano de reestruturação. Acompanhe:

Estabeleça a posição financeira
É preciso entender claramente todo o passivo circulante em relação a todos os credores, segundo suas respectivas classes, entender cada linha de crédito em relação a cada fornecedor e financiador. Nesta fase, se estabelece o caixa disponível para a empresa durante o período de sobrevivência.

Envolva a projeção das possíveis perspectivas da empresa
A direção precisa adquirir visão tanto coletiva como individual a respeito da possibilidade de estarem aptos a desenvolverem plano de recuperação viável que possa obter suporte apropriado na captação de recursos das partes relacionadas ou stakeholders.

Solicitação de suporte ao curto prazo
Torna-se absolutamente imprescindível que os diretores conduzam quaisquer discussões com plena abertura e transparência, uma vez que um credor ou um banco que fecha um acordo de suporte financeiro baseado em falsas simulações da realidade pode ocasionar gravíssimas consequências aos diretores.