Releases 13/04/2016 - 12:18

Novo presidente da ABMI analisa impacto da crise política e econômica no setor de imóveis


Brasília - DF--(DINO - 13 abr, 2016) - Entre os dias 13 e 16 de abril, Brasília sediará o 62º Encontro da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI). Na ocasião, os 33 associados serão recepcionados pela Beiramar Imóveis, única imobiliária da capital federal a fazer parte da entidade. Pedro Fernandes, Presidente da Beiramar Imóveis, toma posse na presidência da ABMI junto a nova diretoria, eleita para o biênio 2016-2018. O evento será realizado no Hotel Royal Tulip Alvorada.

Para Pedro, assumir esse cargo na atual conjuntura do país é um desafio. De acordo com ele, o setor foi afetado pelo atual cenário político e econômico e passou por um ajuste de tamanho em todo o Brasil. Os últimos anos foram resultado do reflexo de aspectos como a grande expansão do crédito ? que possibilitou o crescimento do mercado ? aliado ao aumento do volume de novas unidades construídas em todo o país. Apesar da grande demanda por moradia, o crédito imobiliário atualmente representa somente 9% do PIB. Por volta de 2007, o crédito representava em torno de 3% do PIB. Houve um crescimento relevante, mas ainda muito baixo comparado com países mais avançados, como França e Inglaterra - que chegam a ter 30% a 40% do credito imobiliário de participação no PIB. "Agora, estamos em um momento de acomodação, com menos lançamentos e vendas mais concentradas nos estoques. Em algumas regiões, os preços estagnaram ou até tiveram uma pequena queda, quando a inflação é levada em consideração", afirma Pedro, ressaltando que certas capitais ainda estão com estoque alto, como Rio de Janeiro e São Paulo. "Por cinco anos seguidos, Brasília teve um grande volume de novas unidades, mas o estoque já diminuiu bastante. Há dois anos quase não há lançamentos no DF. Em 2010 foram lançados 88 empreendimentos. Em 2015, menos de 20 prédios", compara.

Ele destacou que a alta taxa de juros, ocorrida há dois anos, elevou em média de 8% para 10% a taxa para a compra um imóvel até R$ 500 mil, o que contribuiu para uma redução de vendas com financiamento de longo prazo. Com a restrição do crédito, houve uma desaquecida natural do consumo. Para enfrentar esse novo cenário, o mercado optou por aplicar diversas estratégias para atrair o cliente. "Muitas empresas aceitaram carro como forma de pagamento, deram os armários do imóvel para clientes que optassem pela compra e ofereceram desconto por adimplência", comentou, ressaltando que, com essas vantagens, o momento pode render bons negócios para quem fez uma poupança. "Nunca o mercado viu tantas vendas com sinais altos ou pagamentos a vista. Somente em Brasília, o número de vendas com sinal acima de 50% cresceu 35% no primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Temos demanda, mas com crédito mais restritivo e taxas mais altas. O fato é que somente o crédito não faz milagre. Precisamos dos pilares da economia fortes, com aumento de empregos e renda da população para que o setor volte a ter forte atividade", analisa Fernandes.

O desemprego no setor é um fator preocupante, aponta Pedro. Somente em 2015, a indústria da construção civil fechou mais de 600 mil postos de trabalho. O setor imobiliário foi muito afetado, já que envolve uma cadeia muito grande: desde a imobiliária que vende, da administradora do condomínio, a administradora do imóvel, a construtora que fez a obra e os diversos empreiteiros subcontratados nessa execução. "Quando um apartamento é entregue, isso movimenta a indústria moveleira, material de construção para reformas e a indústria de eletro-eletrônicos. Para o setor imobiliário melhorar, o Brasil precisa de um novo rumo, de uma política fiscal austera, menos burocracia e o fim da insegurança jurídica que desanima as empresas a empreender. Precisamos de um combate definitivo a inflação e a corrupção, duas doenças que estão arrasando nossa economia", sentencia Pedro Fernandes.

Sobre a ABMI

Fundada em 1998, a Associação Brasileira do Mercado Imobiliário reúne várias das principais e maiores imobiliárias e incorporadoras do Brasil. A entidade tem como objetivos centrais a representatividade, troca de experiências, o debate sobre questões do mercado e o desenvolvimento de empresas e profissionais do segmento imobiliário. Para um setor que responde por cerca de 10% da economia do país, a instituição apresenta números significativos. Ostenta R$ 5,5 bilhões de VGV, mais de cinco mil corretores de imóveis e aproximadamente três mil colaboradores em regime de CLT. Sob sua administração estão mais de 70 mil imóveis de locação, 200 lojas, filiais e franquias e cinco mil condomínios, atingindo um número aproximado de 200 mil imóveis contidos na sua carteira, que geram aproximadamente R$ 400 milhões em faturamento.

O tema central das discussões do 62º Encontro da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário será Tecnologia e Segurança, com palestras e workshops que pretendem debater o papel das novas tecnologias no segmento imobiliário e a apresentação de cases de sucesso. Entre as novidades da área, os participantes conhecerão os apps Locatário - uma solução para aperfeiçoar o relacionamento dos locatários com as imobiliárias ? e Proprietário, com previsão de lançamento para o próximo semestre. "O comportamento do consumidor mudou com a tecnologia e principalmente com o amplo acesso a internet. Além de mais informado e exigente, o cliente do mercado imobiliário é conectado. Por isso, estamos focando os avanços tecnológicos no Congresso e incentivando que as empresas associadas da ABMI invistam muito em inovações para se relacionar melhor com seus clientes", explica o novo presidente da entidade, Pedro Fernandes.

Serviço
62º Encontro da ABMI
Data: 13 a 16 de abril de 2016
Local: Hotel Royal Tulip Alvorada, Brasília
www.abmi.org.br