Curitiba-PR--(
DINO - 16 out, 2015) - Qual o valor de uma empresa na hora de fazer uma aquisição, uma incorporação, cisão, fusão ou uma venda? A resposta pode variar. Principalmente quanto ao objetivo da negociação e momento do mercado de atuação.
Pesquisa da consultoria Ânima Inteligência de Mercado, de Curitiba, aponta que mais de 60% dos clientes que pretendem vender seu negócio, já têm um valor definido em sua cabeça, com base critérios próprios, que normalmente não seguem metodologias especificas de mercado.
Por isso é importante conseguir sustentar a construção desse valor e ainda convencer o futuro comprador e as outras partes envolvidas a adquirí-la. "Não é uma missão simples. Muitas vezes, a maior barreira é convencer o empresário de que o valor possível para sua empresa, não é bem aquele que ele imaginava", diz o diretor da Ânima Sérgio Simonetti, que explica, a seguir, alguns métodos clássicos para encontrar o valor de uma empresa.
Múltiplos do faturamento
Segundo, o diretor da Ânima Inteligência de Mercado, existem métodos para definirmos esse valor. O primeiro deles é o múltiplos de faturamento. Um método clássico que indica que o valor de uma empresa está vinculado única e exclusivamente ao seu faturamento. O cálculo do valor consiste em multiplicar o faturamento anual por um fator de mercado, denominado múltiplo. "A única vantagem perceptível deste método é a sua facilidade de compreensão e aplicação. Porém, o esforço e a eficiência do corpo de gestores da empresa e suas estratégias para o futuro, não são consideradas em nenhum momento neste modo", salienta Simonetti.
Múltiplos de EBITDA
Um método mais aplicado na atualidade é o múltiplo de Ebitda. Semelhante ao de faturamento, encontra-se o valor de uma empresa ao aplicarmos um fator de mercado sobre um indicador específico. Normalmente este múltiplo é definido pelas últimas negociações de empresas semelhantes ou do mesmo segmento de mercado. Agora, porém, leva-se em conta a geração de caixa da empresa, o chamado Ebitda, do período definido.
"Começamos então a considerar que as empresas, com margens diferentes, oferecem também diferentes valores a seus proprietários, ainda que apresentem níveis de faturamentos semelhantes ou lucros semelhantes, privilegiando assim, alguns efeitos da gestão do seu negócio", explica o especialista.
Porém calcular o ebitda de uma empresa é uma operação mais complexa que apenas identificar o seu faturamento, pois o método não considera as demandas de desembolsos com ativos imobilizados, ou Capex. Assim, uma empresa que se encontra em momento de importantes desembolsos de capital, naturais para os primeiros anos de operação ou para determinados setores do mercado, podem ser beneficiadas nesta análise.
Também não considera o poder de negociação de compras, vendas e de gestão de estoques e o potencial de crescimento e de expansão do negócio, além do nível de risco de variação na geração de caixa apresentadas nos próximos anos. "Não é o método de avaliação mais indicado para uma empresa que se encontra em momento de pleno crescimento", alerta o diretor.
Fluxo de caixa descontado
Por fim, o método de avaliação pelo fluxo de caixa descontado. É o que oferece maior precisão em seus resultados e tem sido considerando como um dos mais confiáveis pelos investidores. Ele considera os principais fatores de impacto no valor de uma empresa: sua capacidade de geração de caixa, sua taxa de crescimento e os riscos envolvidos. "Este trabalho que é bem mais complexo, demanda uma elaboração de cenários de negócios bastante profissional e respaldada por um plano estratégico claro, além de um nível de detalhes de informações de custos bastante mais preciosos", ressalta Simonetti.
O método considera a necessidade de investimentos e os diferentes estágios de maturidade, a efetiva geração de caixa para os acionistas, contempla a expectativa de crescimento e os resultados futuros e ainda considera que empresas com riscos distintos implicam em valores também distintos para os seus investidores.
"Esse método permite uma remuneração mais justa para os vendedores, pois remunera também o potencial de seu negócio, o seu plano estratégico e não somente o histórico de resultados e também traz uma motivação maior para o comprador, com o cenário positivo e viável apresentado", finaliza o diretor da Ânima.