Criciúma, Santa Catarina--(
DINO - 26 jun, 2018) - Foi no mês de setembro do ano passado, entre o fim do inverno brasileiro e o começo da primavera. A cidade de Criciúma guardava pelos campos de futebol, o sonho do menino Diego, com apenas 13 anos, de ser jogador. Queria seguir os passos do pai. Só não contava com o apelo da internet. Foi ao ver o site da Divisão de Base de Árbitros de Futebol que tudo mudou. Hoje, ele é mais um dos "alunos da DBAF" a receber os cuidados de Rildo Góis."Se eu te disser que nem sei porque quis ser árbitro. Foi uma paixão. Quando eu vi o site fiquei admirado. Aí, larguei a chuteira e fui para o apito. Posso dizer que quis ser árbitro por causa da DBAF", afirmou Diego. Aluno do nono ano do ensino fundamental, Diego é filho de Lucas, um jogador que nunca atuou profissionalmente no Brasil e que foi fazer a vida no Vietnam, onde disputou nove temporadas até 2013. Conhecedor das dificuldades do esporte, o pai preferia outra vida para o menino, mas perdeu a queda de braço com Janaína, mãe do futuro árbitro.É ela quem aparece ao lado do filho no vídeo em que pedem para Rildo deixá-lo entrar para a DBAF e receber as orientações para ser árbitro de futebol. "Ele passou por um período de avaliação e mostrou muito comprometimento", disse o criador da Divisão de Base, que, em Salvador, já contou com mais de 150 jovens de dez a 17 anos, desde quando foi criada em abril de 2011. Por conta da distância, Diego recebe as orientações por WhatsApp e apesar do pouco tempo de "carreira" já atua em partidas amadoras. Não em Criciúma "que não aceitou pela idade" do jovem juiz. Ele viaja nos finais de semana para Urussanga, que fica a 19,5 km de distância de lá para atuar pela Liga Urussanguense do Desporto.Ele não participa das aulas teóricas e práticas que Góis costuma dar aos sábados no Colégio Parque, no bairro do Cabula, na periferia de Salvador. A DBAF atende crianças e adolescentes carentes, que acabam recebendo orientações para a interpretação das 17 regras de futebol, palestras com lições de disciplina e cidadania, além de atividades lúdicas e alimentação. Por ser uma ação social voluntária, Rildo a sustenta com ajuda de entidades ou com aporte do próprio bolso com o que ganha como professor, mas não cansa de procurar ajuda nas empresas privadas. Mesmo com dificuldade, ninguém se acanha. Se a aula for prática e não houver quadra à disposição, os alunos vão para a praia mais próxima.Um convívio que Diego não desfruta, mas nem por isso, perde o interesse pela nova função que aprendeu a amar. "Veja só, entrei no site da DBAF por curiosidade e acabou despertando meu interesse. De lá para cá, só vitória.", concluiu. De longe, em Salvador, o instrutor agradece. "Fico feliz em saber que existem garotos que enxergam a DBAF como estímulo. É muito positivo isso para a gente. Tomara que alguma empresa do Sul ou de Santa Catarina possa incentivar o projeto por lá. Devem haver outros Diegos na região", sugere Rildo."