São Paulo, SP--(
DINO - 08 ago, 2018) - O ar em movimento que leva o barco a vela e embala com poesia a canção de Arnaldo Antunes ("Do Vento", álbum Paradeiro - 2001) é hoje um negócio de US$ 28 bilhões no país. Segundo a ABEEOLICA (Associação Brasileira de Energia Eólica), cerca de 35% dos US$ 80 bilhões investidos em energias renováveis no Brasil de 2006 até 2015 foram direcionados para o segmento eólico. Isso com um investimento acumulado de 1998 a 2015.
No cenário internacional, o país é destaque no segmento e pioneiro nas instalações de empreendimentos eólicos na América Latina. No continente, foi o primeiro a pôr em prática políticas de incentivo a essa tecnologia. O mercado eólico brasileiro apresenta posição de destaque no cenário mundial. Conquistou desde 2015 as posições de 9ª maior capacidade instalada, 5° maior gerador de empregos e 4° maior volume de investimentos.
A geografia brasileira é claramente um ponto forte, que se apoia na capacidade complementar do sistema energético já existente no país. O movimento que incrementou o crescimento do parque eólico no Brasil data de 2008. A isso soma-se a queda nos custos de produção e uma oferta relevante de fornecedores. A inconstância dos ventos em determinadas regiões têm sido equacionadas com sistemas complementares nas plantas energéticas, o que em um futuro breve tende a ser estabilizado com uso constante de fontes despacháveis para compensar as oscilações dos ventos (o que em certos lugares ainda é um desafio para operação do sistema). Regiões como o Ceará, com grande potencial eólico, por exemplo, tem aumentando cada vez mais o percentual do setor em sua matriz energética.
No clima do Acordo de Paris
Muito além de produzir resultados financeiros para os investidores, a energia eólica segue a tendência mundial de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o que contribui para a sustentabilidade e para proteger o futuro do planeta. O ganho para o segmento foi enorme com os acordos internacionais firmados em atenção às mudanças climáticas. É fato que a redução das emissões de gases de efeito estufa passa a ter maior protagonismo nas agendas nacionais. A adoção do Acordo de Paris na 21ª Conferência das Partes (COP 21) da UNFCCC, em 2015, sabe-se, representou um marco.
O Acordo de Paris fortaleceu a resposta global aos desafios impostos pela ameaça do aquecimento global. E estabelece a audaciosa meta de limitar o aumento da temperatura média do planeta a um patamar inferior a 2 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para que o limite de 1,5 grau Celsius não seja ultrapassado. O acordo estabelece as bases para a cooperação internacional, a partir de 2020, por meio da adoção de compromissos nacionais - as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs - Nationally Determined Contributions) - e pela adoção de um processo sistemático para o cumprimento desses compromissos.
A contribuição brasileira inclui a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) nacionais até 2025 (1.346 milhões de toneladas equivalentes de carbono - tCO2e), além de uma indicação de redução de 43% das emissões nacionais até 2030 (1.208 milhões tCO2e) com base nos níveis registrados em 2005.
Além do vento, pequenas hidrelétricas: menos é mais
Assim como o parque eólico, as pequenas centrais hidrelétricas ("PCHs") são uma tendência em um tempo em que menos é mais. Exatamente para garantir o mínimo de impacto ambiental, cresce o investimento em PCHs, usinas de pequeno porte com capacidade instalada entre 3 MW e 30 MW e área de reservatório de até 3 quilômetros quadrados, segundo definição da ANEEL. Por conta de suas características e possibilidade de implantação perto de grandes centros, esse tipo de empreendimento representa uma opção promissora para complementar a matriz elétrica brasileira.
Desde que publicou em 2015 a resolução que autoriza a implantação e exploração de aproveitamento de potencial hidráulico com características de Pequena Central Hidrelétrica, 51 outorgas foram publicadas e 505 atos foram emitidos pela ANEEL. Somando-se todas as PCHs, a potência total é de 7.660,40 MW - o equivalente a duas usinas hidrelétricas de grande porte como Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. Os investimentos são da ordem de R$ 58,6 bilhões, o que fortalece a economia dos Estados. Há estados brasileiros campeões de PCHs com plantas aprovadas: Paraná, com 84, Goiás, com 82, Minas Gerais, com 69, e Mato Grosso, com 64 unidades.
Tendo como foco oportunidades de investimento em ativos reais no Brasil, a Vision Brazil Investments investe desde 2008 no setor de energia renovável do país. Atualmente a gestora investe em três projetos de PCH em processo de emissão de outorga perante a ANEEL (todos com projeto básico já aprovado pelo órgão regulador), representando mais de 50 MW de potência instalada.
A Vision Brazil Investments acredita no setor e na importância das PCHs para a base energética do Brasil, principalmente com a perspectiva de o país retomar o crescimento nos próximos anos. O que se espera é que a economia e o governo brasileiros voltem a oferecer condições compatíveis que permitam aos empreendedores continuar investindo e desenvolvendo projetos de geração de energia.
No longo prazo, como todos os países do mundo preocupados com as mudanças climáticas, o Brasil tende a aliar ainda mais a ampliação de seu parque eólico com investimentos nas PCHs. É uma tendência que certamente se expandirá. O investimento, não há dúvida, será uma grande contribuição para a sustentabilidade energética do mundo.
É o que se vislumbra, nos próximos anos, nas diretrizes do planejamento energético brasileiro: investimentos sustentáveis e eficientes. Sejam pequenas centrais hidrelétricas, que não apenas impactam menos o meio ambiente mas reduzem as perdas energéticas nas linhas de transmissão, seja a energia solar - outra alternativa com forte potencial de investimentos. E, claro, os sopros eólicos, tão ecológicos e potencialmente sustentável quanto poéticos. Afinal, das nuvens de areia às folhas no quintal, do vento vem tudo.
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