Florianópolis-SC--(
DINO - 04 mar, 2016) - A reforma ortográfica é, ainda, um grande dilema. Ela entrou em vigor em 2009, mas até 31 de dezembro de 2015 valiam ambas as ortografias. A partir de 1º de janeiro de 2016, valem somente as novas regras. Depois de todo esse tempo, muitas pessoas, ainda, acreditam que houve inúmeras alterações na ortografia e que não sabem mais escrever, mas não é assim, é mais simples do que se pensa.
O fato é que alterações significativas para nós, brasileiros, ocorreram, principalmente, na acentuação dos ditongos abertos e no emprego do hífen, o restante não apresenta relevância tão grande para o nosso dia a dia. O Professor Wilson Rochenbach faz um breve relato do que alterou para que não mais haja dúvidas.
Vamos começar pelo alfabeto, que passou a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w, y.
O trema não existe mais, exceto nas palavras estrangeiras e suas derivações. Já não era usado por muitos, que o achavam desnecessário ou desconheciam o seu emprego, porém devemos tomar cuidado com algumas pronúncias como, por exemplo, o verbo distinguir. Nessa palavra o "u" não é pronunciado, isso interfere diretamente na conjugação que fica "eu distingo" e não "eu distinguo". Nesses casos, é importante buscar no dicionário a pronúncia correta.
Os ditongos abertos éi e ói, nas paroxítonas, não são mais acentuados como em ideia, estreia, joia, jiboia, por exemplo. Essa foi uma mudança relevante, uma vez que havia muitas palavras acentuadas. Atenção à palavra "destróier", o acento permanece devido a outra regra: paroxítona terminada em "r".
Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. É possível identificar esse fato, por exemplo, nas palavras "feiura", "baiuca", porém, se as vogais vierem no final das palavras, o acento permanece: tuiuiú, Piauí. São vocábulos muito pouco usados, por isso não é uma mudança tão significativa.
Os hiatos "oo" e "eem" em final de palavras também perderam o acento: voo, enjoo, leem, deem, veem e creem.
A maioria dos acentos diferenciais também foi extinta. O verbo "para", os substantivos "pelo", "pera", "polo", por exemplo. Permaneceu o diferencial nos verbos "pôr", "pôde" ? indicando passado ?, "ter" e "vir" (ele tem, eles têm, ele vem, eles vêm) e seus derivados (ele detém, eles detêm, ele provém, eles provêm) ? indicando o número.
O emprego do hífen ficou mais simples. Aqui vai uma dica para o dia a dia: emprega-se hífen quando o prefixo ou falso prefixo termina com a mesma letra que inicia a palavra seguinte: micro-ondas, anti-inflamatório, hiper-requintado, ou quando a palavra seguinte ao prefixo ou falso prefixo inicia com h: anti-higiênico, super-homem. Se não iniciar com a mesma letra ou h, haverá a união: infraestrutura, antissemita, antirrugas. Observe que, nas duas últimas palavras, houve a duplicação do "s" e do "r" a fim de que se mantenha o fonema. É claro que são apenas exemplos. Há outros prefixos que apresentam, além dessa regra básica, outras regras.
Para maiores informações,
clique aqui Sobre o autor: Wilson Rochenbach é Mestre em Linguística Aplicada e Professor de Língua Portuguesa de diversos cursos preparatórios e Pré-Vestibulares. Para saber mais sobre ele e conhecer suas aulas totalmente gratuitas no YouTube,
clique aqui