São Paulo-SP--(
DINO - 13 jun, 2017) - Para rejuvenescer o ovário e reverter o envelhecimento ovariano, existem algumas técnicas e todas têm o mesmo objetivo: ativar "óvulos adormecidos" que não se desenvolveram no decorrer dos anos, permanecendo no ovário em estágio inicial de desenvolvimento na região externa do ovário, chamada córtex. Mesmo com estímulos hormonais, como medicamentos específicos usados nos tratamentos de fertilização e em altas doses, continuam inertes e indiferentes. As principais são: microinjeção de mitocôndrias humanas, estimulação do crescimento de folículos dormentes pela Via AKT, rejuvenescimento do ovário pela infusão de PRP (plasma rico em plaquetas), aplicação de células-tronco na artéria ovariana e rejuvenescimento do ovário pela via Hippo. Todas poderão ser conhecidas em detalhes no site
www.rejuvario.com.br organizado pelo IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia).
"O número de mulheres que desejam ter filhos em idade mais avançada vem crescendo nos últimos anos e, com isso, o interesse pelo efeito do envelhecimento ovariano na capacidade de ter filhos aumenta cada vez mais", admite Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO.
Ele comenta que, segundo algumas publicações, o número de mulheres que tem seu primeiro filho ao redor dos 20 anos diminuiu em um terço desde 1970, ao passo que o número daquelas na casa dos 30 ou 40 anos quadruplicou neste mesmo período. "Na maioria das vezes, isso se deve à incorporação intensa da mulher na vida profissional, visando o sucesso da sua carreira e a busca da estabilidade financeira, ou pelo início tardio de uma vida afetiva que desperte o desejo de ter filhos, seja pela dificuldade de encontrar um parceiro, seja pelo ingresso em um novo casamento. Esta é uma realidade cada vez mais comum. Parte dessas mulheres só consegue engravidar com óvulos doados. A idade média dessas pacientes está entre 38 e 40 anos", aponta o médico.
Os ovários podem envelhecer mais rápido?
Entretanto, principalmente nos tempos modernos, existem outros fatores que têm influência importante no processo de envelhecimento prematuro dos ovários. Cambiaghi adverte: "Hoje em dia, mais mulheres estão enfrentando elevada pressão do trabalho, bem como alguns distúrbios psicológicos. Todos os dias se sentem cansadas e cheias de tensões. Fumam, dormem mal e bebem mais. Algumas até usam drogas ilícitas, outras fazem exercícios em demasia, passam por estresse exagerado e possuem hábitos alimentares inadequados. Esses problemas podem causar o envelhecimento prematuro dos ovários e pode levar à síndrome da menopausa prematura. De acordo com uma pesquisa, 27% das mulheres, na faixa dos 30 anos, já podem ter o início dos sintomas da menopausa. O envelhecimento precoce do ovário pode ser uma razão para o envelhecimento físico prematuro da mulher".
Como funciona?
Chamado de rejuvenescimento pela via Hippo, este tratamento consiste na retirada, por videolaparoscopia, de fragmentos dos ovários (de um deles ou dos dois) que já não têm mais funcionamento adequado. Esses fragmentos são tratados fora do corpo da mulher e depois devolvidos para o seu local de origem e reimplantados por videolaparoscopia, no mesmo ato cirúrgico. Esse processo é considerado experimental e, por isso, só é recomendado em pacientes que obedeçam alguns requisitos, uma vez que um procedimento médico, nestas condições, não deve oferecer riscos para a paciente. É também seguro, pois, além de ser simples e rápido, o tecido ovariano implantado é o da própria paciente. Indicações:
· Mulheres que já tenham recomendação para a videolaparoscopia, como, por exemplo, endometriose, miomas e cistos ovarianos.
· Mulheres na menopausa ou perimenopausa, com idade inferior a 40 anos.
· Mulheres inférteis, com baixa reserva ovariana (diminuição de folículos antrais, aumento de FSH ou níveis baixos do hormônio antimulleriano).
· Mulheres com insuficiência ovariana prematura (POF).
Os exames básicos para esse procedimento são: clínico e ginecológico, com dosagens hormonais entre o 3º e 5º dia do FSH, LH, Estradiol e hormônio antimulleriano, além de um ultrassom vaginal para avaliar a reserva ovariana.
"Foi demonstrado que algumas destas pacientes ainda têm folículos primordiais remanescentes que não conseguem ser recrutados. Não se sabe, totalmente ao certo, as vias que determinam esse crescimento folicular inicial ainda não controlado pelo FSH. Há uma via de sinalização celular (chamada Hippo) que inibe o crescimento de órgãos e, no ovário, inibe o desenvolvimento folicular, mantendo os folículos dormentes. Isso é importante para que os folículos sejam recrutados gradualmente ao longo da vida. Estudos prévios já haviam demonstrado que cortes no ovário aumentam o recrutamento folicular (drilling ovariano), mas não se entendia o porquê. Hoje, sabe-se que isto se deve ao fato destes cortes inibirem a via Hippo, "liberando" o crescimento do folículo", afirma o médico.
Cambiaghi explica que em uma única cirurgia é realizada a remoção do tecido ovariano e, em seguida, esse pedaço é fragmentado em pequenos pedaços e imediatamente reimplantado em locais escolhidos, no próprio ovário ou próximos a eles, sem o tratamento em laboratório.
Em pesquisas foi observado que os ovários passaram a ter folículos antrais, a responder aos estímulos hormonais e a produzir óvulos maduros. Esse protocolo já foi realizado em mulheres com falência ovariana precoce e parte delas conseguiu gerar óvulos maduros e duas chegaram a engravidar. Uma condição para o sucesso do procedimento é a mulher ainda ter folículos primordiais, o que pode ser avaliado por uma biópsia, na hora de extração do ovário. Se já se esgotaram por completo, não há como recrutá-los.
"Esta técnica é experimental, mas é uma esperança futura para aquelas que estão entrando em falência ovariana precoce", finaliza o médico.
Website:
http://www.ipgo.com.br/