Sao Paulo, SP--(
DINO - 20 jun, 2017) - A tecnologia transforma o cotidiano de todos, sem nenhuma exceção. O mercado de seguros não escapa à regra, e com os segurados cada vez mais conectados à Internet e ao mundo mobile, a melhor forma de encontrá-los e atender às suas necessidades é através dela. Inovações estão se desenvolvendo em vários países, apoiadas por seguradoras,
insurtechs - startups que focam no desenvolvimento de tecnologia para o mercado securitário - e corretores, todos visando uma melhor experiência no momento de proteger o patrimônio dos clientes e aumentar seu volume de negociações.
Em uma
pesquisa feita pela FIS Global com 500 profissionais do mercado segurador, nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, 80% deles concordaram que seu negócio precisa se modernizar para sobreviver às mudanças no mercado. Grande parte das inovações são financiadas por seguradoras, por demandarem alto orçamento em desenvolvimento, implementação e manutenção, e dentre estas mudanças, algumas são criadas para auxiliar diretamente no crescimento e modernização das corretoras.
As seguradoras têm investido no uso da telemática - tecnologia que conta com a transmissão computadorizada de dados e informações a longas distâncias para analisar o comportamento e perfil do segurado - tornando mais eficaz a precificação de apólices e facilitando a rotina dos corretores. O recurso é recorrente para contratações de seguro auto, tendo casos em que aplicativos instalados no smartphone do condutor possibilitam mensurar a velocidade média que ele dirige, as regiões que estaciona, ou até mesmo se trafega com as janelas abertas. Há empresas no exterior, como a American Family Venture, que cruza os dados de telemática obtidos com imagens de satélite e de drones para realizar vistorias de sinistros. Inclusive, no Brasil já se encontra empresas de tecnologia e informação, como a CEABS Serviços, desenvolvendo softwares de telemática próprios para a reconstrução de acidentes, auxiliares na prevenção de fraudes.
Mas não só no seguro auto se adequa o uso dela, apólices de seguro saúde e vida também podem ser calculadas com base em uma análise comportamental dos segurados feita por aplicativos de monitoramento. A startup americana Lumiata, em parceria com seguradoras, financiou a criação de Risk Matrix, sensores que mensuram os níveis de glicemia e colesterol dos segurados, bem como seus batimentos cardíacos em tempo real, apenas pelos seus celulares. O mesmo tem sido feito por outras seguradoras que buscam novas formas de modernizar seus produtos, mas, vale ressaltar que o uso da telemática deve ser autorizado pelo segurado.
No exterior, outra inovação que também se apoia simplesmente no uso de smartphones são os seguros on-demand. Seguradoras têm firmado parcerias com insurtechs, e até mesmo entre si, para disponibilizar aos clientes a opção de contratar seguros por períodos mais curtos, como semanas, dias ou horas. Após instalar aplicativos, os usuários podem contratar a proteção para itens específicos, como bicicletas, câmeras fotográficas, equipamentos esportivos, ou até mesmo residências e carros, pelo período que desejarem, geralmente, pagando por cartão de crédito.
O aplicativo Trov foi o primeiro exemplo de seguro on-demand a se popularizar com mais de 1 milhão de itens portáteis assegurados, disponível apenas na Inglaterra e na Austrália, Trov tem seu lançamento previsto para os Estados Unidos ainda neste ano. Após ele, vários outros seguros on-demand surgiram, usando, normalmente, armazenamento de dados para calcular as apólices, e chatbots para atendimento. No Brasil,
a corretora bemseguro.com.vc e a Porto Seguros desenvolveram uma iniciativa nesta linha ativada por geolocalização, que ao entrar em um aeroporto, o cliente recebe a proposta de um seguro viagem.
A geração de leads, embora já existente há algum tempo no mercado de seguros, é outra inovação que vem sofrendo impacto da tecnologia e se tornando cada vez mais acessível aos pequenos e médios corretores. Leads são informações de contato de clientes interessados em receber cotações. Usando estratégias de marketing digital, como anúncios no Google, geradoras de leads obtêm, com consentimento, telefone e e-mail dos prospects que pesquisaram recentemente sobre seguros. Antes vendidos somente em grandes volumes, os leads agora também passam a ser disponibilizados no varejo, dando flexibilidade aos corretores.
Uma dessas empresas é o
MercadoLead.com , onde o corretor pode fazer o cadastro gratuito e pagar somente pelos leads que escolher. A conversão média de venda para leads é estimada em cerca de 20%, destaca Marcelo Hallack, sócio do MercadoLead. Segundo ele, para alcançá-la, o corretor deve se adaptar a este novo tipo de negociação, "vender para leads é diferente de vender para indicações de amigos ou clientes. O corretor precisa reservar algum tempo para aprender e ajustar seu processo de vendas".
Com o intuito de aumentar as oportunidades de vendas para os corretores e melhorar a experiência dos segurados, principalmente, os mais jovens, a tecnologia do mercado de seguros tem se aprimorado, seja com o auxílio de ferramentas de busca na Internet, satélites ou aplicativos. Porém, de acordo com o relatório da FIS, 99% dos entrevistados afirmaram enfrentar obstáculos para proporcionar esta inovação. O principal desafio apontado por eles são os custos, mas a necessidade do investimento é reconhecida por todos que atuam no setor e cada profissional deve adotar a que for mais estratégica para seu negócio.
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