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DINO - 01 jul, 2015) - Com o objetivo de reivindicar melhorias ao Hospital São Paulo, os médicos residentes do HSP realizarão hoje, às 13h, na Universidade Federal de São Paulo, o ato "Mãos Atadas". No local estará acontecendo evento "Rumos e Desafios do Sistema Único de Saúde e o Atual Momento de Crise Institucional". Objetivo é entregar ao Ministro da Saúde, Arthur Chioro, que estará no evento, uma carta com as solicitações dos médicos residentes, como medicamentos básicos, equipamentos para diagnósticos, entre outros.
Segundo Dr. Diego Garcia, presidente da Ameresp (Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo) o manifesto tem o intuito de mostrar ao Governo e à sociedade que estão lutando por melhorias no Hospital, "Queremos mostrar que, na verdade, não estamos de braços cruzados, mas sim de mãos atadas pela falta de materiais, equipamentos, medicamentos, etc", explica.
Ainda de acordo com o presidente da Ameresp, a maior parte da verba do HSP é proveniente do Governo Federal e a diminuição do repasse vem colocando o Hospital nessa situação.
O Ato "Mãos Atadas", está marcado para às 13hs. A concentração será no estacionamento da Unifest, Rua Botucatu 862.
Entenda a greve
A greve que teve início na segunda-feira da semana passada, dia 22 de junho, e tem como foco a melhoria da estrutura do hospital para atendimento aos pacientes. Após assembleia realizada em nesta segunda-feira, dia 29 de junho, com a presença da Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp), juntamente com Associação dos Médicos Residentes da Escola Paulista de Medicina (Amerepam) decidiram pela continuidade da greve no Hospital São Paulo.
Segundo Dr. Diego Garcia, presidente da Ameresp, o documento apresentado pelo Hospital São Paulo desconsiderou uma semana de negociações: "A proposta formalizada pelo Conselho Gestor do Hospital São Paulo é diferente do que vinha sendo negociada com os residentes, é inconsistente e sem clareza ou compromisso de prazos para solução de problemas sérios para o atendimento aos pacientes".
Um dos pontos prioritários apontados pelos médicos residentes é a falta de medicamentos. Em reunião feita entre o movimento da greve e o conselho gestor do hospital, na última sexta-feira, 26, havia sido acordado entre as partes o repasse de R$ 3 milhões somente para a resolução deste item. No entanto, no documento oficial de contraposta do HSP o valor para compra de remédios foi excluído. "Além disso, o documento faz menção a um estoque de medicação capaz de atender a demanda até dezembro de 2015, o que é sabidamente não verdadeiro, já que medicamentos básicos, como anfotericina B, Aciclovir, fluco EV, Protamina, Atrovent e enteroclisma estão em falta no hospital. Inclusive tem sido negada a liberação da lista de medicamentos aos residentes para que não haja transparência sobre a falta destes em estoque", lembra Dr. Diego.
Outro setor crítico é o de manutenção de equipamentos, como os de diagnóstico por imagem. Estava acordado para começar a partir da primeira quinzena de julho, mas, no documento apresentado pelo HSP, não consta mais previsão de data para resolução do problema.
"Lamentamos pelos pacientes e pelos médicos residentes este documento de contraproposta enviado pelo Hospital São Paulo. Infelizmente, ele é diferente em muitos pontos do que havíamos acordado verbalmente na sexta-feira, pois não possui prazos claros de resolução. A direção do HSP precisa se conscientizar que não é possível mais continuar atendendo da forma como fazemos, sem ter no mínimo remédios e equipamentos básicos de diagnósticos. Não queremos um documento de boas intenções, mas um documento de compromisso com cada um dos pontos críticos e com prazos", comenta Dr. Diego.
Uma nova assembleia será marcada, ainda para esta semana, quando será definido se os cerca de 1.200 médicos residentes que trabalham no Hospital São Paulo continuarão a greve pela melhoria na estrutura de atendimento aos pacientes.