São Paulo, SP--(
DINO - 29 jul, 2015) - Há alguns anos, ao perguntar para um jovem qual sua ambição de carreira, seria bastante comum receber uma resposta afirmando que o objetivo era um emprego estável e um crescimento gradual. Nos tempos atuais, essa ideia de estabilidade parece retrograda. A mídia nos apresentou exemplos de empreendedores que em um piscar de olhos transformaram ideias em fortunas. São os casos dos gigantes da internet, os criadores de aplicativos e os mentores de franquias de sucesso. Esse cenário levou não somente os jovens dessa geração, mas todos, a pensarem freneticamente em ideias de negócios.
Nesse quesito, tornou-se mais comum uma relação antes pouco explorada. De um lado, empreendedores que acreditam ter grandes ideias para fazer dinheiro e, de outro, investidores que estão dispostos a financiar negócios que possam ser lucrativos no futuro. No meio dessa relação abre-se um leque de técnicas e abordagens para convencer os investidores-anjo a apostar em uma ideia. Especialistas no assunto afirmam que esse momento é o ponto crucial para o início do negócio e que antes de tudo é necessário saber vender a ideia.
Quando há muita gente pensando em negócios inovadores e rentáveis, surge-se bastante ideia boa. Porém, ter cautela é uma atitude importante para não se afobar e ir correndo atrás dos investidores. Um dos principais erros que são cometidos nas reuniões em busca de financiamento é a falta de clareza na transição da ideia para o plano de negócio concreto, bem como a desinformação a respeito do mercado já existente. A ideia é um elemento importante, no entanto, ter organizado os pensamentos e fundamentado os objetivos do futuro empreendimento inspira credibilidade aos investidores como, por exemplo, um empresário como Fersen Lambranho, Presidente do Conselho de Administração da GP Investments.
Há algumas ponderações importantes de se levar em consideração antes de ir de encontro aos investidores. Na cabeça do empreendedor normalmente o foco está na ideia, enquanto que na cabeça dos investidores estão os questionamentos de como tirá-la do papel e se é possível lucrar com ela. Sendo assim, os detalhes periféricos podem ser determinantes para a compra ou não do projeto. "Eles (os investidores) estão colocando dinheiro, querem ter detalhes de mercado, simulações, reconhecimento de possíveis dificuldades. Querem saber se o empreendedor está atento ao que vem pela frente, não podem comprar todos os entusiastas que aparecem em suas salas de reunião."
Quando a ideia se encontra consolidada e já há conhecimento de mercado, informações dos possíveis concorrentes, simulações das dificuldades que possam surgir no futuro e ainda um plano para tirar do papel o projeto, aí é o momento de avançar para o próximo passo. Especialistas atentam para a necessidade de treinar a apresentação. A dica é: "Treine, treine e treine. Apresente para pessoas próximas, antecipe perguntas, veja a melhor maneira de argumentar. Estar seguro de si no momento da reunião é um ponto de destaque."
O século XXI pode ser chamado de século das ideias. Inúmeras inovações surgiram, o modo de pensar mudou, como também o modo de levar a cabo projetos. Embora haja mudanças significativas em vários âmbitos do empreendedorismo, persiste a máxima antiga de que para transformar em realidade um projeto é preciso mais transpiração do que inspiração. A diferença entre uma ideia descartável e a que será comprada pode estar não nela em si, mas no modo como você trabalha ela.