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DINO - 19 set, 2016) - O câncer é a doença que mais mata crianças acima de 5 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O retinoblastoma é um tipo de câncer que afeta os olhos das crianças até os 7 anos de idade. Na América do Norte não morrem mais crianças por retinoblastoma, mas, no Brasil ainda perdemos cerca de 35% dos pacientes por causa do diagnóstico tardio. Por isso, os pais e os pediatras precisam ficar atentos aos olhos das crianças.
Caso seja diagnosticado precocemente, as chances de cura são acima de 95%. O problema é que mais da metade dos casos no Brasil são descobertos tardiamente. Para mudar essa realidade, foi criado o dia nacional de conscientização e incentivo ao diagnóstico precoce do retinoblastoma. Realizada no dia 18 de setembro, a data tem por objetivo esclarecer os pais sobre a doença.
Como diagnosticar o retinoblastoma nas crianças
Identificar o retinoblastoma é um grande desafio. Em 90% dos casos da doença, os pacientes possuem até 4 anos. Nessa idade, as crianças ainda não conseguem se comunicar bem e muito menos reclamar que a visão está ruim. Dessa forma, não há como saber se elas estão enxergando direito ou se sentem dor nos olhos. Por isso, a participação dos pais é fundamental.
Segundo o doutor Rubens Belfort Neto, oftalmologista da Clínica Belfort e presidente da Sociedade Pan-Americana de Oncologia Ocular, os pais precisam ficar atentos à leucocoria, o reflexo anormal nos olhos das crianças (também conhecido como reflexo de olho de gato), que é um dos
sintomas do retinoblastoma. seja, se nas fotos com o flash os olhos da criança tiverem reflexo branco em vez do reflexo vermelho normal, a recomendação é procurar o oftalmologista imediatamente.
Sintomas do retinoblastoma
Leucocoria (reflexo de olho de gato / pupila branca nas fotos)
Estrabismo (olhos "tortos", desalinhados)
Fotofobia (muita sensibilidade e aversão à luz)
Olhos vermelhos
Inflamação ocular
Tratamentos para câncer ocular infantil
A forma de tratar o retinoblastoma vai depender do estágio em que o tumor maligno se encontra. Além disso, o oftalmologista também leva em conta se a doença afetou os dois olhos ou apenas um.
Cirurgia a laser: Só é uma opção recomendada pelo médico em estágio inicial. Ou seja, quando o tumor ainda é muito pequeno.
Radioterapia: Pode ser na forma convencional ou a Braquiterapia (cirurgia para colocar uma temporariamente uma placa radioativa dentro do olho do paciente).
Enucleação: É uma forma de tratar o tumor grande e que oferece risco de metástase. Para salvar a vida da criança é realizada uma cirurgia para a retirada do olho doente.
Quimioterapia: Hoje considerada a principal forma de tratamento, utiliza quimioterapia sistêmica ou injetada na artéria do olho, para combater as células do câncer.
Crioterapia: É um procedimento realizado para congelar o tumor maligno.
Causas do retinoblastoma
O tumor maligno pode ser ocasionado por uma herança genética de um dos pais da criança ou então surgir a partir de uma nova mutação. De um jeito ou de outro, a doença é causada por uma alteração no cromossomo 13. A diferença na origem do retinoblastoma indicará quais as chances de o indivíduo desenvolver o tumor nos dois olhos e de transmitir a doença para seus filhos.
Quando o retinoblastoma tem origem hereditária a mutação está presente em todas as células da criança e a doença pode surgir nos dois olhos. Nestes casos a probabilidade de o tumor afetar os dois olhos é de 90%. Além disto, estes pacientes têm chances de desenvolverem outros tipos de cânceres, especialmente sarcomas de partes moles e osteossarcomas. Porém, o tipo mais comum da doença é o retinoblastoma esporádico não hereditário, que corresponde a 60% dos casos. Neste caso, o tumor acomete apenas um olho e não há risco de transmissão para os filhos.
Artigo escrito pela equipe da Clínica Belfort. Este artigo contém apenas informações gerais sobre doenças oculares. Este texto não substitui a avaliação por oftalmologista