Releases 24/04/2015 - 18:35

EcoSP reforça a importância da engenharia para o desenvolvimento sustentável


São Paulo--(DINO - 24 abr, 2015) - Mais de mil pessoas lotaram os corredores do Novotel, em São Paulo, para discutir inovação, crise hídrica e soluções ambientais.

Autoridades, engenheiros, arquitetos, estudantes e professores de várias universidades paulistas movimentaram os dois dias da sétima edição do Encontro Ambiental de São Paulo ? VII EcoSP. Promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros e pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, o encontro tem como tema básico o desenvolvimento com sustentabilidade, jogando luz sobre assuntos cruciais como mudanças climáticas, resíduos sólidos, saneamento básico, energias alternativas e recursos hídricos.

Na abertura, realizada na última quinta-feira (23), o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, destacou a importância da contribuição da categoria às discussões ambientais. "O Brasil precisa de políticas mais perenes, e a engenharia pode contribuir para isso. A engenharia pensa o nosso desenvolvimento a longo e médio prazo. O País ganha muito quando o sindicato dos engenheiros realiza esses encontros", declarou.

O primeiro painel do EcoSP destacou a inovação a serviço do desenvolvimento de soluções ambientais. Em sua palestra, José Sergio Cordeiro, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) ressaltou que a inovação é essencial para o desenvolvimento sustentável, ao trazer novos conhecimentos para enfrentar problemas antigos, como questões ambientais. "E a sustentabilidade é a condição fundamental para deixarmos um futuro para nossos filhos com qualidade de vida", afirmou.

Já uma palestra motivacional e performática animou o público no fim do primeiro dia do evento. Com o objetivo de ampliar a visão sobre sustentabilidade e a partir daí promover verdadeiras mudanças, Tiemi Yamashita, consultora da Teia Projetos Ambientais apresentou o conceito oriental Mottanai. São três passos para aplicar o conceito: valorizar o recurso; reconhecer a cadeia que possibilitou que esse recurso chegasse até a nossa casa; e ter o sentimento de gratidão por ele. "Quando reconhecemos a importância daquela água, daquele alimento, demonstramos nossa gratidão aproveitando ao máximo esse recurso e evitando o desperdício", explicou.

Com um foco acadêmico e explicativo, a palestra "O Sol ? motor da variabilidade climática", de Antônio Carlos Zuffo, professor da Universidade de Campinas (Unicamp) encerrou a manhã desta sexta-feira (24). Zuffo explicou a relação dos ciclos solares periódicos e eventos climáticos extremos em todo o planeta. Para o professor, é muito importante entender a relação da crise hídrica, secas e enchentes, com a energia solar, "para reconhecer o que aconteceu no passado e o que deverá acontecer nos próximos anos."
Emergências e água ? Hassan Barakat, do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE), descreveu o objetivo do Centro que é minimizar os transtornos causados pelas chuvas e enchentes, utilizando as tecnologias já existentes e espalhadas pela cidade. O Centro utiliza informações de 26 estações meteorológicas automatizadas. De acordo com Barakat, em média, acontecem 1500 ocorrências de alagamento na cidade de São Paulo somente no período chuvoso, e recomendou a observação das previsões meteorológicas para programa o dia a dia.

Com uma apresentação descontraída, Newton Lima, Governador pelo Brasil no Conselho Mundial da Água, fez um relato das principais discussões do 7º Fórum Mundial da Água, realizado neste mês, na Coreia do Sul e fez críticas à gestão pública da água no Brasil. "Para que a gente tenha uma gestão consistente dos recursos hídricos, temos que ter um planejamento integrada", avaliou. Em sua apresentação, ele afirmou que toda a água disponível no mundo, 70% é utilizado em Agricultura, 20% na Indústria e somente 10% para o consumo humano.