Releases 10/04/2017 - 15:18

A importância dos pais na formação do atleta


São Paulo--(DINO - 10 abr, 2017) - Já é sabido, e não é de hoje, que a mudança da formação de um atleta vem desde seus primeiros passos, tendo em vista a quantidade de escolas de futebol existentes hoje, substituindo aquele rachão de antigamente na rua, 20 contra 20 e assim ia, o futebol na rua não tinha horário!

Com o crescimento das cidades, aumento da circulação de veículos e a periculosidade das ruas nas cidades, os antigos campinhos de terra, hoje tomado por prédios e casas, dificulta a prática do futebol.

Hoje muitos pais procuram tempo para acompanhar o futebol de seus filhos e querem profissionalismo.

Observando tudo isso, muitos pais se perguntam aonde praticar o futebol, esse que a criança nasce e sem você ensinar, a primeira coisa que ela faz ao ver uma bola é chutá-la.

Enfim recorre-se as escolinhas de futebol, muitos com cinco anos já estão lá divertindo-se com aquilo que corre no sangue do brasileiro.

Aí ocorre um fenômeno na maioria dos casos que é o comentário do professor ou do pai do amiguinho: "Orra esse muleque tem futuro!!!!"

Nossa em muitos casos ocorre uma transformação no pai, uma mutação avassaladora, na qual a partir daquele dia, o futebol deixa de ser uma diversão e se transforma em obsessão em fazer com que a sua criança vire um jogador de futebol.

Começa então a procura por escolas que tenham ligação com clubes, peneiras, personal, específico etc. Até aí tudo bem!

Procurar o aperfeiçoamento desde que orientado e realizado por profissionais qualificados e autorizados pra tal. É perfeito, pena que na maioria dos casos não é assim...

Neste contexto, o pai deixa de ser um apoiador e se transforma num técnico de futebol de grade. O grande comentarista de futebol na arquibancada, muitas vezes um crítico ferrenho de tudo que envolve o time do filho e até se empossa como diretor do alambrado dando diretrizes de como, quem e de que forma o time deve atuar.

Esquecendo-se do respeito ao filho que até ontem se divertia, do profissional a beira do campo e dos demais garotos que estão ali num processo de formação não só de atleta, mas de ser humano, que vai ser conduzido para a realidade de uma vida, que pode nem se tornar jogador. E nem todos chegam!

A escola começa ser secundária, a convivência com os menos providos de habilidades começa a ser distante, (pois o filho tem talento e quem tem talento não pode andar com quem não tem).

As roupas começam a ser as mesmas dos jogadores top do futebol mundial. O material esportivo os mais caros, que aperte as contas do mês (o moleque tem talento pô tem que estar paramentado à altura). Triste ilusão, não transforme "o quem sabe pode ser", no "tem que ser"!

Ao invés desta conduta, dê ao seu filho o direito de se manifestar. Veja se é desta maneira que ele quer. Não transforme um sonho ou às vezes o seu futuro em pesadelo.

Seja pai, conduza a vida dele com os pés no chão, mostrando que talvez ele não seja um jogador. Mostre a importância do estudo, a dificuldade que a vida impõe em todos os aspectos. Tenha uma conduta de apoiador e não de crítico.

Trate-o como uma criança que tem que ir jogar futebol para se divertir. Não faça disso um martírio! Em lugar de cobrança e exposição desnecessária, deixe as coisas acontecerem com naturalidade.

Entenda que assim como a fase do aprender a andar, também tem a fase do futebol, são fases e passos a serem percorridos por ele e no tempo dele.
AME SEU FILHO, desfrute destes momentos prazerosos que o futebol proporciona unicamente com ele. Orgulhe-se simplesmente por ele ser seu filho, bom ou não no futebol, mostre a ele como é bom ter amigos, viver em grupo sem se preocupar em estar à frente de ninguém, em ser melhor que alguém. Seja você o exemplo para ele de postura e conduta com o seu semelhante, mostre a ele o que é respeito ao próximo.

Agindo assim, não tenho certeza que ele chegará a ser um atleta profissional, pois lembre-se poucos chegam, mas tenho certeza que ele será um baita ser humano que te dará o maior orgulho do mundo. Antes de ser atleta, ele é seu filho e você é a referência dele, a responsabilidade é sua, pense bem!

Escrevi isso baseado nas minhas passagens pelo futebol de base em clubes e principalmente acompanhando os jogos por aí a fora. Não estou afirmando que esta é a melhor maneira de mudar a sua conduta, mas o que escrevi aqui infelizmente ocorre sempre. Sou pai também e me preocupo com o futuro dessa geração!

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Por: Rodrigo Giraldi (Diretor de Futebol de Base)

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