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DINO - 07 mai, 2018) - As mulheres têm a força de trabalho e já representam 49% dos indivíduos no mundo corporativo, de acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT). No Brasil, o índice delas em cargos de CEOs e de diretorias executivas chegou a 16% em 2017, segundo a pesquisa International Business Report (IBR) - Women in Business, da Grant Thornton. Em 2016, o indicador era de 11% e, em 2015, de apenas 5%. Mesmo com pouca representatividade em cargos de liderança, elas são tão eficientes quanto homens. Pesquisa da consultoria McKinsey aponta que organizações com lideranças femininas têm 21% a mais de chance de ter desempenho financeiro acima da média. As mulheres são responsáveis pela maioria dos novos empreendimentos no Brasil - 52% frente a 48% dos negócios tocados por homens. Elas também costumam abrir uma empresa mais por oportunidade do que por necessidade. Diante de tantos desafios no mundo corporativo, como aliar o sucesso nos negócios com a maternidade? "Apesar de desafiador, as mulheres estão se desenvolvendo no mercado de trabalho e as organizações têm dado mais suporte para que possam dar o seu melhor, principalmente na fase que ela precisa se dedicar ao seu bebê", afirma a coaching Alessandra Canuto, da Alle ao Lado. Veja a seguir duas mulheres bem-sucedidas que conseguiram aliar carreiras bem-sucedidas com os negócios. Coaching com excelênciaMãe de dois filhos - Bruno, 22, e Caio, 20 - a própria Alessandra Canuto é um exemplo de que é possível aliar a maternidade aos negócios e enxerga a situação com positividade. "Me tornar mãe mudou a maneira de lidar com o mundo corporativo, me deixou mais humana e sensível, no sentido de captar a necessidade do outro", afirma. A coaching conta que o empoderamento feminino deve ser usado a favor das mulheres, tanto para lidar com a maternidade quanto para os negócios separadamente, ou as duas coisas juntas. "Elas precisam se sentir realizadas em torno da escolha que fizeram."Para Alessandra, existe desafio em equilibrar os dois universos, mas não é impossível. "Sempre fiz com que meus filhos entendessem que estava indo trabalhar feliz e, que quando voltava para casa, seria a melhor mãe que poderia em cada momento. Deixava claro que não estava largando eles e nem que estava indo me sacrificar por eles, jamais quis colocar esse peso na criação deles", conta a coaching, proprietária da empresa Alle ao Lado.Empoderamento femininoFlávia Pini, COO da FX Retail Analytics, empresa que oferece inteligência para o varejo por meio do monitoramento de fluxo, é mãe de Stella, de 1 ano e 11 meses. Ela concorda que as mulheres vivem um momento de empoderamento e, após o nascimento da pequena, passou a ter um melhor gerenciamento de sua agenda, com horários organizados, reuniões e eventos planejados, sempre que possível. A executiva, que trabalhou até a 39ª semana de gestação e voltou da licença-maternidade antes de 90 dias, não acha que o fato de ser mãe atrasa a carreira. Muito pelo contrário, ela se vê mais focada e preparada, afirmando que trabalha mais hoje do que antes de a filha nascer. "O risco de ficar ausente é o mesmo de um funcionário que tirou férias, que durante esse período, a sua ausência não foi notada. Quando temos segurança do que somos capazes, independentemente de gênero, e não abrimos mão de realizar os nossos sonhos, tudo pode andar em equilíbrio", afirma. Como qualquer profissional, Flávia também sente dificuldades no dia a dia, pois é preciso lidar com escolhas e decisões. "Às vezes, há um problema acontecendo na empresa enquanto a sua filha está com febre em casa. É a reunião da escola agendada no mesmo dia em que o cliente quer que você o visite. Enfim, equilibrar esses dois mundos paralelamente não é algo fácil. Não ter filhos também é uma escolha, e eu respeito. Mas tê-los, com certeza é o melhor e maior projeto que podemos ter na vida", comenta a executiva.