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DINO - 09 mar, 2018) - Em 12 de março, Recife irá sediar o evento "Logística & Inovação: uma estratégia para Pernambuco". A iniciativa é do Cone - Condomínio de Negócios, empresa líder do Nordeste, que, por meio do Fórum Solution To Suit, visa integrar a iniciativa privada e pública em eventos e debates com a participação de especialistas de abrangência mundial.O evento foi idealizado pelo empreendedor Marcos Roberto Dubeux, presidente do Cone e terá como convidados dois grandes nomes da logística. Um deles é Yossi Sheffi, diretor do Centro de Transportes e Logística do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Jorge L. Quijano, CEO do Canal do Panamá, também irá apresentar sua vasta experiência no setor."O MIT foi a primeira instituição a utilizar o termo logística e Yossi o primeiro a denominar os conglomerados dessas empresas como cluster logístico. Já Quijano é uma referência na administração de grandes empreendimentos, tendo em vista a importância do Canal do Panamá", relata Marcos Roberto Dubeux. Novo terminal em Suape Serão discutidas as diretrizes do Tecon2, o novo terminal de contêineres do Porto de Suape. O terminal terá capacidade projetada para movimentar cerca de 1,2 milhão de TEUs (unidade de medida equivalente a 20 pés) por ano. Apesar das novidades e da localização estratégica do Porto, Pernambuco ainda não atingiu a marca de primeira parada dos navios do comércio marítimo mundial. Com a ampliação do Canal do Panamá, que atingiu 77km de extensão, a expectativa era que - em rotas que incluem o Brasil - os navios atracassem, primeiramente, no Estado. Entretanto, eles continuam seguindo direto para São Paulo. "Por que isso ocorre? O que falta para que o Porto de Suape passe a atender essas demandas? O que precisa ser feito pelos entes públicos e privados para consolidar Pernambuco como líder do Nordeste e entre os primeiros do Brasil e se tonar um destino relevante globalmente? São questões como essas que o evento irá debater", adianta Marcos Roberto Dubeux. Debates sobre o assunto já estão sendo promovidos em parceria com o Comitê de Logística da AMCHAM, associações e empresas. Os resultados serão apresentados à sociedade civil, com a criação da "Carta dos Portos". O documento apresentará sugestões, diretrizes e prioridades, com o objetivo de destravar gargalos e firmar parcerias. Cone na Intermodal Marcos Roberto Dubeux também participará da Intermodal SouthAmerica em São Paulo, no dia 13 de março. Consagrada como a maior e mais importante feira na América Latina, que reunirá grandes players deste mercado para discutir os principais temas do setor com especialistas e executivos de diferentes frentes da indústria. Por meio do Cone e do Porto de Suape, Yossi Sheffi também estará presente na ocasião para falar sobre equilíbrio verde nas empresas. Ambos estarão disponíveis para comentar sobre o cenário logístico no país.Dados Nacionais de Logística Grande parte das empresas terceirizam as atividades logísticas em busca de maior eficiência operacional e redução de custos e investimentos em ativos. No Brasil, mais de 60% dos custos logísticos das grandes empresas são utilizados para pagamento desses prestadores de serviços. Segundo o Instituto ILOS, a expectativa para os próximos anos é que quase metade das indústrias no Brasil amplie a terceirização de atividades logísticas. Pernambuco tem acompanhado essa necessidade, tendo dentre os facilitadores a localização privilegiada, o complexo portuário de Suape e um aeroporto com capacidade para embarque e desembarque de mais de cinco milhões de pessoas por ano. Dados Cotidiano Logística Estudos recentes de entidades especializadas em logística e seus custos (a exemplo de ILOS, FGV e FDC), indicam que esses representam atualmente 12,7% do PIB brasileiro (R$ 750 bilhões). Esses custos estão divididos em três grupos principais: transporte, que representa 6,8% do PIB (R$ 401 bilhões); e estoque com 4,5% do PIB (R$ 268 bilhões); e armazenagem, com 0,9% do PIB (R$ 53 bilhões).Avaliando esses números por segmentos de produtos e estudando o quanto os custos logísticos representam nos preços de venda ao consumidor final, encontramos os seguintes percentuais:Alimentos: 10,95%Bebidas: 13,10%Higiene e Limpeza: 14,5%Eletroeletrônico: 8,6% Ou seja, se um frasco de detergente será vendo vendido em um mercado por R$ 5,00, aproximadamente R$ 0,73 são custos logísticos encarecendo o produto. Quando comparamos os custos logísticos do Brasil com outros países por exemplo, com os Estados Unidos, que têm dimensões continentais parecidas - os mesmos custos representam apenas 7,8% do PIB, ou seja, próximo da metade. Quando comparado, então, com aqueles que são considerados os melhores em eficiência logística (Alemanha e Holanda), os custos do Brasil chegam a ser três vezes maiores. Tais diferenças estão relacionadas a vários fatores. Entre os principais, temos o fato de que a matriz de transporte tem como principal modal o rodoviário (65% das cargas no Brasil são transportadas por caminhões), que é um dos mais caros e ineficientes; outros como armazéns inadequados e falta de gestão adequada dos estoques contribuem muito para esses elevados custos.