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DINO - 26 abr, 2016) - No imaginário popular o mestre cervejeiro pode parecer como um senhor de barba branca, óculos e uma barriga protuberante, fruto de um dia-a-dia regado a provas contínuas e minuciosas dos mais diversos tipos de pilsens, ales, bocks e lagers. Mas essa imagem tradicional do especialista em cevada já é coisa do passado. Esse é mais um território que as mulheres estão conquistando ativamente e confirmando que para desempenhar um trabalho com excelência só é preciso dedicação, qualificação e paixão pelo que se faz.
Quem conhece a técnica cervejeira, Daniela Kikuchi, tem um exemplo concreto dessa conquista. A engenheira de alimentos, de 29 anos, é uma das responsáveis pela Brahma produzida na Cervejaria Águas da Serra, em Guarulhos, e distribuída pelo Brasil afora.
Diariamente, ela e mais seis mulheres - juntamente com outros técnicos e mestres cervejeiros - zelam pela qualidade da Brahma que é consumida por milhões de brasileiros. Eles provam que o mercado da cerveja, tido por muitos anos como um "Clube do Bolinha", só tem a lucrar com a presença feminina. "Já gostava do ambiente de chão de fábrica. Mas a paixão pela cerveja surgiu com o convívio diário com o mestre cervejeiro que me contratou", diz Daniela. "Eu sempre gostei de cerveja. Mas antes eu apenas bebia como consumidora. Hoje eu sei como degustar", explica a técnica.
"A maioria das pessoas acha que é o melhor trabalho do mundo: beber todo dia. Mas aí explico que a gente degusta, o que é bem diferente", conta ela, cuja rotina tem início logo cedo, na prova sensorial das nove da manhã - um ritual, como afirma Daniela, em que qualquer alteração na cerveja é reportada.
Mas engana-se quem pensa que o trabalho dos cervejeiros é apenas a busca por imperfeições ao provar a bebida. Além de fiscalizar todo o processo, desde a chegada da matéria-prima até o envasilhamento, esses profissionais também propõem melhorias.
"Estamos ali para fazer a melhor cerveja para o consumidor. E, mesmo não sendo responsável pela filtragem ou fermentação, ficamos atentos porque isso afeta o produto. Fazer cerveja com qualidade, baixo custo e segurança é muito difícil. Uma amostra fora do padrão, que na Brahma é altíssimo, pode comprometer a marca, ressalta a técnica cervejeira.
Atualmente a jovem prepara-se para a prova de fogo que todo técnico precisa enfrentar para se tornar mestre cervejeiro - uma jornada que começa dentro da Brahma e depois segue mundo afora. Primeiro o candidato precisa passar por uma banca de especialistas da Ambev para só depois fazer o curso de um ano, que envolve passagens pelos Estados Unidos e Bélgica. Tudo para manter a Brahma como a paixão nacional que ela é.
"Dá um orgulho muito grande trabalhar num lugar cujo produto provoca tanta paixão nas pessoas. Na Brahma você se sente dono. E quando a gente se sente dono não consegue deixar de lado. Falo que para estar aqui tem de ser exigente e apaixonado".
Website:
http://www.brahma.com.br/