São Paulo (SP)--(
DINO - 09 mai, 2018) - Imagine uma empresa que conseguiu quase dobrar o espaço disponível para produção, mas sem precisar fazer novos investimentos em prédios ou equipamentos. Esse foi só um dos resultados que a Sabó, multinacional brasileira que produz peças de vedação para a indústria automobilística, há 76 anos no mercado, conseguiu ao implementar o sistema lean, filosofia de gestão inspirada no modelo Toyota.
A empresa, que comercializa produtos para mais de 40 países, implementa o sistema lean há mais de 15 anos. Com base nos conceitos lean, a companhia reorganizou seus layouts de fabricação e, com isso, reduziu em quase 40% o espaço antes utilizado para produção, liberando local para novos trabalhos nas fábricas de São Paulo e de Mogi Mirim (SP).
Além disso, a empresa também vem acumulando, frutos da aplicação da gestão lean, uma série de outros resultados que só quem atua em grandes manufaturas sabe o quanto são relevantes para aumentar a competitividade do negócio. Por exemplo, uma redução de 50% nos postos de trabalho no setor de abastecimento, um aumento de 300% no giro de inventário anual, uma diminuição de 20% no tempo de desenvolvimento de novos produtos, entre outros indicadores positivos.
"O sistema lean também nos ajudou a conquistar prêmios e certificações como o World Class Manufacturing e de qualidade. Isso certamente tem nos destacado aos olhos dos nossos clientes, o que já nos ajudou a viabilizar diversos novos negócios", resumiu Ricardo Teixeira Avila, diretor Industrial da Sabó.
Segundo ele, a empresa optou pelo sistema lean porque percebeu que esse modelo de gestão tem a capacidade de gerar resultados financeiros, ao eliminar desperdícios e aumentar agregação de valor, ampliando a produtividade do capital empregado em inventários ou ativos. "Nossos esforços na adoção do lean foram acelerados ao percebermos a sintonia das estratégias propostas com a necessidade de alavancar resultados financeiros práticos e em curto prazo, sem grande demanda de desembolsos com investimentos que viriam a gerar maior pressão sobre o capital de giro", resumiu o diretor.
Para tanto, diz ele, a Sabó vem implementando o sistema lean focado na gestão da manufatura, na gestão da qualidade, da logística e no desenvolvimento de processos e de produtos, para os mercados de OEM (Original Equipament Manufacturer) e de reposição (aftermarket), nas fábricas de São Paulo e de Mogi Mirim (SP) da empresa.
O diretor industrial explica que, nesse processo implementando o sistema lean, tem sido fundamental a disciplina para estimular constantemente os colaboradores a aprenderem a enxergar os problemas e buscar as soluções. Da mesma forma, desenvolver as lideranças para que atuem como coach, com o objetivo de que todos olhem os processos produtivos com olhos de empreendedores do negócio, visando a melhoria contínua.
Dessa forma, acredita Avila, o sistema lean vem contribuindo para a sustentabilidade do negócio. "É uma via para capturar acesso a recursos financeiros 'baratos', oriundos da própria operação, ampliando a produtividade do capital empregado. É a nossa grande ferramenta para cativar e encantar o cliente, ao mesmo tempo em que desenvolvemos as pessoas da empresa", concluiu o executivo.
A Sabó será uma das 50 grandes empresas que vão detalhar seus cases lean no "Lean Summit 2018", maior encontro lean do Brasil, que vai ocorrer nos dias 5 e 6 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Além da Sabó, as empresas já confirmadas para o encontro são: Coca-Cola, Itaú, Nestlé, Embraer, Magazine Luiza, Sul América, Mercedes-Benz, Volvo, Mary Kay, Cielo, Tigre, Kopenhagen, Land Rover, Electrolux, Whirlpool, Michelin, CBA, Beiersdorf, Alcoa, Gerdau, CI&T, Andrade Gutierrez, Brasken, Flex, Ânima Educação, Grupo Fleury, GE Transportation, Saint-Gobain, Schulz, GSK, Instituto de Oncologia do Vale (IOV), Zen, Advocate Health Care, Ageo, Cooper Standard, Derco, Elosaúde, GCABE, Johnson Controls, Liberty Seguros, Mahle, Marco Polo, Novo Nordisk, Orizon, Patrus, Supremo Secil Cimentos, Spiltag, Technip FMC e VL!
A Sabó vai detalhar seu case lean na sessão "Ataque pontos críticos do fluxo de valor com a transformação digital", que vai promover uma discussão sobre como a incorporação de tecnologias digitais deve estar claramente alinhada às principais lacunas de performance ao longo do fluxo de valor, maximizando o impacto para clientes e para o negócio. Por exemplo, na aplicação de conceitos de manufatura avançada para resolver problemas específicos e dar apoio eficiente aos kaizens na manufatura e na logística.
Além do case da Sabó, essa sessão terá a apresentação do Magazine Luiza, com as palestras de Henrique Imbertti, diretor de Agilidade Organizacional, e de Fabio Manzi, head of Logistics Plan and Transformation da empresa.
O lema do Lean Summit deste ano é "Transformar o mundo resolvendo problemas". Para Flávio Picchi, Vice-Presidente do Lean Institute Brasil, o objetivo do encontro é justamente ajudar empresas dos mais diversos setores a eliminar desperdícios, aumentar o valor agregado, para que tenham melhores condições de enfrentar as diversidades e serem efetivos agentes de melhoria social. "Com lean, a tendência é termos companhias com gestão mais sustentável, e isso será cada vez mais fundamental, não só para as empresas, como também para a evolução da economia brasileira", resumiu Picchi.
O Lean Summit 2018 é realizado pelo Lean Institute Brasil (ww.lean.org.br), entidade sem fins lucrativos, de São Paulo, que há 20 anos dissemina o sistema lean entre as empresas brasileiras. A entidade foi a segunda do tipo a surgir no mundo. A primeira foi a norte-americana (
www.lean.org). Hoje, o instituto brasileiro é parte de uma rede de 28 institutos ou parceiros, distribuídos por dezenas de países, em 5 continentes (
www.leanglobal.org).
Website:
https://www.lean.org.br/lean-summit-2018.aspx?utm_source=banner&utm_medium=banner-eventos-summit18