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DINO - 27 nov, 2018) - Desde a queda da taxa de juros no Brasil e da menor rentabilidade em renda fixa, os investidores vêm buscando diversificar suas apostas. Com 2 milhões de habitantes e 80 milhões de visitantes anuais, a cidade de Orlando, nos Estados Unidos (EUA), é hoje um dos principais alvos que atrai a atenção dos brasileiros em um novo nicho de mercado: as vacation homes ou casas de férias, setor que vem crescendo 26% ao ano apenas no país norte-americano segundo dados do Smarthosts Vacation Rental Forum de 2017.Como no Brasil o setor imobiliário vive uma fase de decadência, e teve em 2017 seu pior ano em uma década, os investidores passaram a exploram novas opções no exterior. O estado da Flórida conta com quatro dos cinco mercados imobiliários mais aquecidos dos EUA, e Orlando ainda ocupa o primeiro lugar, sendo também o principal destino de férias dos brasileiros.Esse cenário vem promovendo a aquisição de imóveis com o objetivo de locação no país norte-americano justamente pelas vantagens do investimento. Uma delas é que as casas se pagam totalmente no decorrer do tempo através do aluguel para turistas e, posteriormente, essa renda ainda pode ser utilizada como extra ou para custear as próprias despesas mensais. Outro benefício é que a aquisição de um imóvel no exterior é um patrimônio dolarizado, ou seja, tem uma ótima rentabilidade frente a desvalorização do real em relação ao dólar, e ainda protege o capital investido, principalmente em momentos de crise como o Brasil viveu nos últimos anos.O grupo Magic Development, que desenvolve empreendimentos de luxo em Orlando, já é resultado do sucesso do mercado de vacation homes nos EUA. Fundada pelos empreendedores brasileiros Luis Claudio Sinelli e Rodrigo Cunha, a empresa nasceu com o objetivo de ofertar casas de férias com os benefícios e serviços de um hotel, e em apenas 10 anos já conta com um portfólio que inclui quatro projetos audaciosos: Magic Village Yards, Magic Village Views, Magic Village by Pininfarina e Magic Place by Pininfarina. Ao longo de 2018, o grupo investiu o total de US$ 40 milhões nos projetos que estão em andamento e mais US$ 180 milhões apenas no desenvolvimento do Magic Village by Pininfarina, lançado em dezembro de 2017. "Este mercado tem um potencial enorme e está se desenvolvendo no mundo inteiro com cada vez mais investidores enxergando a oportunidade de fazer negócio no setor de imóveis de outros países", comenta Rodrigo Cunha, CEO do grupo Magic DevelopmentProva disso é que, este ano, a companhia bateu recorde de vendas. Apenas até o terceiro trimestre de 2018, a companhia vendeu 122 casas dos empreendimentos Magic Village Views e Magic Village by Pininfarina, sendo 35% delas para a China, 35% para o Brasil, 20% para outros países da América Latina e 10% para outros mercados. Enquanto no ano passado, ao todo, 120 casas foram comercializadas. A expectativa do grupo é que as vendas em 2018 gerem receita superior a US$ 100 milhões.De acordo com o Banco Central, os brasileiros enviaram US$ 408 milhões para os EUA no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 227% que está ligado ao investimento em imóveis. Apenas em 2016, a compra de imóveis para aluguel movimentou US$ 25 bilhões no país norte-americano. Orlando ainda é a primeira cidade da lista de um relatório feito este ano pela Forbes junto ao Local Market Monitor, que monitorou mais de 300 mercados habitacionais dos EUA, e pontuou a cidade como o mercado que tem mais probabilidade de retorno de investimento, sem grandes riscos. Segundo a pesquisa, o preço médio de um imóvel em Orlando é de US$ 247,550, número que se valoriza 9% ao ano, com previsão de crescimento de 35% nos próximos três anos.Projeções positivasA economia da Flórida atingiu 1 trilhão de dólares este ano. Se fosse um país, seria a 17ª maior do mundo, superando locais como Suíça, Arábia Saudita, Argentina e Holanda. O estado ainda cresce US$ 2.7 bilhões por dia, segundo a Fundação da Câmara da Flórida.De acordo com dados divulgados recentemente pelo Smarthosts Vacation Rental Forum, o mercado de vacation homes, avaliado em 2016 em US$ 100 bilhões, deve atingir um valor de US$ 167,9 bilhões até 2019.