JACKSONVILLE, Fla., 9 de novembro de 2014 /PRNewswire/ -- Pesquisadores da Clínica Mayo relatam que terapia combinada com novos medicamentos orais, sem interferon, em pacientes com Hepatite C e transplante de fígado, é segura e eficaz, depois de 12 semanas de tratamento. O anúncio foi feito durante Encontro da ASASLD - Associação Americana para o Estudo das Doenças de Fígado, que acontece em Boston.
Pacientes com Hepatite C e submetidos à transplante de fígado devem receber tratamento antiviral antes que seus novos órgãos sejam também infectados e gravemente danificados. O tratamento padrão demora cerca de um ano e é potencialmente tóxico.
"É o primeiro estudo a avaliar dois medicamentos novos ? o simeprevir e o sofosbuvir ? em pacientes de transplante de fígado. Com base num amplo estudo, descobrimos que é melhor do que o tratamento atual", diz o pesquisador Surakit Pungpapong, hepatologista de transplante e professor adjunto de Medicina na Clínica Mayo da Flórida.
O Simeprevir e o sofosbuvir foram aprovados em 2013 pela FDA para uso pré-transplante, mas não combinados. A FDA requereu que fossem combinados com interferon e ribavirina. Porém, em amplo estudo clínico, ambos foram testados sem interferon antes do transplante e se revelaram uma terapia rápida e eficaz. Nesse estudo, os pesquisadores ampliaram o uso desta combinação off-label, sem interferon, em pacientes já transplantados.
"A erradicação do vírus foi excelente ? mais eficaz do que com interferon e ribavirina ? e com menos efeitos colaterais. O uso desses medicamentos, antes e depois do transplante, representa um avanço clínico substancial, diz Pungpapong.
"O interferon mobiliza o sistema imunológico para o combate ao vírus da Hepatite C, mas essa resposta também pode levar à rejeição do órgão. O interferon pode causar vários efeitos colaterais, incluindo anemia, depressão, irritabilidade, insônia, perda de cabelo, entre outros", completa.
Nesse estudo, os pesquisadores da Mayo incluíram pacientes transplantados de suas três unidades - Rochester, Scottsdale e do Centro de Transplantes da Clínica Mayo de Jacksonville, um dos cinco programas de transplante de fígado mais ativos de todo EUA. Durante o AASLD, os resultados relatados referem-se a mais de 100 pacientes. O estudo está ainda em desenvolvimento.
"Esses pacientes estavam muito doentes para serem tratados da Hepatite C antes do transplante," revela Pungpapong. "Quando a cirrose hepática ocorre, pode ser tarde para recorrer a medicamentos antivirais".
A Hepatite C é a infecção crônica de fígado mais comum nos EUA, afetando mais de 3 milhões de pessoas. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas até décadas mais tarde ? o que acontece com 5% a 30% dos infectados., e a doença responde por cerca de 40% dos transplantes de fígado.
O estudo foi financiado, em parte, por uma verba da Davenport do Departamento de Transplantes da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida.
Para mais informações sobre tratamento da Hepatite C, outras doenças e transplantes de na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, os pacientes devem contatar o Serviço Internacional (+1-904-953-7000, ou intl.mcj@mayo.edu). Para informações em português,
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FONTE Clínica Mayo