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Reumatologista apresenta manual completo sobre a dor


São Paulo--(DINO - 09 jan, 2019) - Todos nós sentimos dores, de vez em quando. Uma noite mal dormida e acordamos com um torcicolo que nos incomodará por dias. Um período mais tenso no trabalho e aquela velha dor de cabeça passa de eventual para diária. 'Quando essas dores insistem em nos acompanhar por mais de três meses corridos, define-se uma 'síndrome dolorosa persistente'. E quando não há um fator físico específico por trás dela define-se uma síndrome dolorosa 'funcional'' - explica o médico reumatologista Pedro Ming Azevedo, autor de 'A cie?ncia da dor: sobre fibromialgia e outras si?ndromes dolorosas', lançamento da Editora Unesp.

Segundo o médico, a grande maioria de nós vai se encaixar nesses diagnósticos em alguns períodos críticos da vida. O nascimento de um filho, ou instabilidades no emprego, ou na família, são clássicos eventos desencadeantes, o que já nos ajuda a esboçar uma compreensão maior sobre o que se está falando: dor pode ser vista como um produto 'natural' de uma 'sobrecarga', criada pela necessidade de nos adaptarmos às exigências da vida. 'No entanto', explica Azevedo, 'pelo menos 10% da população apresenta dor funcional que persiste após o fim desses períodos de maior estresse, que vêm independentemente deles, ou que são desencadeadas por eventos triviais do dia-a-dia. Quando essas dores são generalizadas, e não localizadas, dá-se o nome de fibromialgia'.

Não há nada de 'imaginário' na fibromialgia, afirma Azevedo. A dor é intensa e não raramente pode ser incompatível com uma vida normal. As fronteiras mal definidas desse diagnóstico, a ausência de marcadores específicos para a condição e a ignorância sobre sua origem e mecanismos, frequentemente imprimem uma rotina de descrédito e preconceitos contra esses indivíduos. Outra dificuldade é o tratamento: está claro que comprimidos ajudam no máximo em curto-médio prazo. Findos os efeitos benéficos das pílulas, os pacientes enfrentam as mesmas dores, a impaciência dos parentes, e, frequentemente, o desdém dos médicos. 'A fibromialgia é uma condição complexa, causada por uma combinação diferente de fatores em cada paciente', explica o médico. 'Para tratá-la, é fundamental se debruçar sobre esses fatores, pilares que nos sustentam, e sobre como funcionamos. Assim nasceu esse livro'.

A ciência da dor, como indica o título do livro, utiliza a ciência como base, segue um pouco mais adiante com a lógica e, finalmente, preenche os espaços vazios com ideias e conceitos sedimentados ao longo de nossa história', anota Azevedo, que percorre um caminho que passa pela neuroanatomia, neurofisiologia, genética, epidemiologia, psicologia, biologia e sociologia. 'Sempre que evidências científicas existirem, é claro, elas serão devidamente ostentadas. Imagino, inclusive, ser mais provável que o leitor se incomode com o excesso delas, e não o contrário.' O autor também se utiliza da larga experiência de consultório e de sua formação em terapia cognitivo-comportamental.

Na primeira parte, dedicada a? fisiopatologia, Azevedo explica a histo?ria das si?ndromes de sensibilidade: 'um conjunto de condições nas quais o cérebro está atento demais, e reagem demais aos perigos e estímulos negativos, como é o que acontece na fibromialgia e em outras síndromes dolorosas persistentes'. Então prossegue detalhando como são feitos esses diagnósticos, a história que os envolve, as tentativas de criar subgrupos na fibromialgia (e como elas podem nos ajudar a entendê-la), e aprofunda-se nas bases gene?ticas, neurológicas e psicossociais por trás dessas condições. Na segunda parte, revê as evidências que sustentam ou refutam os tratamentos clássicos contra as síndromes dolorosas funcionais e sugere vias pelas quais os pacientes e os profissionais da saúde podem contornar as dificuldades que impedem as mudanças sociais, psicológicas e comportamentais que podem, efetivamente, levar a uma melhora na qualidade de vida em longo prazo para tais pacientes. Ao final, o leitor encontra testes e questionários que avaliam a eficácia do próprio livro em alcançar esse objetivo.
'Baseando-me em minhas experiências de consultório, discordo das enfáticas conclusões dos colegas autores das diretrizes: sabemos, sim, bastante sobre as causas dessas condições, e, ao menos para uma significante parcela desses pacientes, a 'cura' pode ser alcançada', aponta. 'Entendam por 'cura' não apenas as mudanças 'existenciais, filosóficas e sociais', mas também as médicas e psicológicas que lhes possibilitarão uma vida mais completa, feliz e sem a dor disfuncional.'

Sobre o autor - Pedro Ming Azevedo formou-se Medicina (1998) e especializou-se em Reumatologia (2002) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Sa?o Paulo (USP). Na mesma instituic?a?o, defendeu doutorado em Gene?tica de Doenc?as Autoimunes (2009) e aprofundou o tema no po?s-doutorado (2013), na Universidade de Auckland, Nova Zela?ndia. Atualmente leciona no servic?o de Reumatologia da Faculdade Evange?lica do Parana?, orienta alunos de mestrado e doutorado no Instituto de Pesquisas Me?dicas (IPEM) - ligado a? mesma instituic?a?o - e ministra aulas em cursos de po?s-graduac?a?o do Hospital Israelita Albert Einstein, em Sa?o Paulo. E? autor de diversos artigos e capi?tulos de livro, dois deles publicados em obras importantes de sua especialidade (Rheumatology Textbook, de Marc C. Hochberg, e Kelley & Firestein's Textbook of Rheumatology). Paralelamente a? atividade acade?mica, atende em consulto?rio particular como médico e terapeuta cognitivo-comportamental, onde enriquece sua experie?ncia no tratamento de pacientes fibromia?lgicos e outros portadores de si?ndromes dolorosas persistentes.

Título: A cie?ncia da dor: sobre fibromialgia e outras si?ndromes dolorosas
Autor: Pedro Ming Azevedo
Número de páginas: 374
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 69,00
ISBN: 978-85-393-0742-5

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