Na ACSP, Boulos (PSOL) promete administrar São Paulo com 32 subprefeitos da cidade

São Paulo, 27 de outubro de 2020 – O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, prometeu descentralizar o poder de suas mãos, caso seja eleito prefeito em novembro deste ano. A ideia é dividir a administração da cidade com os 32 subprefeitos da capital, com distribuição proporcional de orçamento para cada região. Esses gestores públicos teriam ainda de residir, obrigatoriamente, nos bairros onde iriam trabalhar, além de serem indicados pelas próprias comunidades locais. A proposta foi apresentada nesta terça-feira (27), pela manhã, para empresários, comerciantes e lideranças da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), durante o Ciclo de Debates virtual, organizado pelo Conselho Político e Social (COPS) da entidade. O evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook e YouTube.

 

“Precisamos acabar com a indicação política das subprefeituras e colocar lá gestores que tenham conhecimento dos problemas de suas regiões e que já tenham proximidade com a população”, afirmou. “Eles vão ter acesso ao orçamento e saberão utilizá-lo com as ações mais prioritárias”, complementou. Apesar de considerar a periferia prioridade de seu governo, o candidato ressaltou que não vai se esquecer da região central, que segundo ele está abandonada. A ideia é revitalizá-lo a partir dos imóveis sem uso por seus atuais proprietários.

 

O retrofit, processo de modernização de construções feito por meio de reformas ou restaurações de edificações consideradas ultrapassadas ou fora de padrões técnicos, é um dos caminhos apontados por ele para embelezar a região central e solucionar problemas. “Esses prédios podem abrigar novos moradores e, até mesmo, um estabelecimento comercial no térreo”, disse. “Além de ficar bonito, você resolve a questão da moradia e ainda gera emprego e renda”, emendou.

 

Boulos disse ainda que aplicará a lei constitucional para revitalizar imóveis que estejam abandonados. “Têm casas e prédios em São Paulo vazios por tanto tempo que, se você for fazer uma consulta, vai descobrir que o atual dono deve mais imposto do que o valor da propriedade”, declarou. “São esses imóveis que queremos revitalizar e dar uma finalidade para ele.”   

 

Sobre a Cracolândia, o candidato se comprometeu a instalar um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para dar assistência aos usuários de drogas e oferecer a eles acolhimento nas Casas Solidárias, um lugar que prometeu criar para quem não tem onde morar. “Hoje, a Prefeitura oferece espaços que separam homens de mulheres. Ou seja, as pessoas não ficam com a família, além de não poderem levar cachorros nem carroças que usam para tirar seus sustentos.”

 

O diálogo com entidades representativas e com outros setores da iniciativa privada terá espaço na sua administração, segundo ele. Mas esclareceu que uma de suas bandeiras é a de não privatizar. "Num governo meu não haverá uma política de privatizações", enfatizou. Logo em seguida, criticou sobre como são feitas algumas Parceria Público-Privadas (PPPs), mas também ponderou ao dizer que não vai "demonizar" o setor privado. Boulos se posicionou contrário às privatizações de serviços públicos de saúde, educação e lazer – como no caso dos Parques – porque “os torna menos inclusivos. ”

 

"Parcerias podem ser estudadas, mas com cuidados para não repetir as PPPs conduzidas até aqui.", disparou.

 

Guilherme Boulos foi o sexto candidato a participar do Ciclo de Debates da ACSP. Bruno Covas (PSDB), Andrea Matarazzo (PSD), Celso Russomanno (Republicanos), Joice Hasselmann (PSL) e Márcio França (PSB) já foram sabatinados pelos participantes durante a videoconferência. O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 15 de novembro. O objetivo destes encontros é abrir um canal entre os candidatos a prefeito e os eleitores para que todos possam conhecer melhor as propostas de cada um e, desta forma, fazer a melhor escolha para administrar São Paulo.

 

 

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Sobre a ACSP – A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 125 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.