(
DINO - 21 dez, 2018) - Possuir uma frota de veículos nas ruas capaz de emitir o mínimo de poluição, manter a eficiência energética por mais tempo e ter todos os itens de segurança de fábrica. Parece sonho, não é? Mas este é o objetivo do Programa Rota 2030, instituído pelo governo federal neste ano. Basicamente, a proposta define regras para a fabricação dos automóveis produzidos e comercializados no Brasil nos próximos 15 anos. O objetivo é simples: melhorar a eficiência energética e os níveis de poluição de todos os veículos. Para isso, o governo promete incentivos fiscais para empresas que investem em pesquisa e tecnologia no setor. Reduzir a emissão de poluentes de sua frota de veículos é um dos pontos centrais do Brasil no Acordo de Paris, que visa combater os gases do aquecimento global até 2030. Contudo, especialistas pedem cautela diante do tema. Há dúvidas se o programa vai, de fato, conseguir atingir este resultado com todos os carros nas ruas nos próximos anos. "Acredito que esse tipo de incentivo é 'mais do mesmo' e não obriga as empresas a crescer por competitividade, mas sim por subsídio. Precisamos criar uma política de renovação da frota que possa realmente diminuir nos próximos dez anos a idade média dos veículos brasileiros em circulação", explica Roberto Bottura, CEO da CheckPrice. A média de idade da frota de veículos em circulação no Brasil é de 11 anos. Portanto, uma política adequada de renovação consiste em incentivar a troca de veículos antigos, seja com descontos na alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na troca desse veículo ou incentivo à indústria do aço e do plástico com relação a investimentos para o desmanche ou descarte desses automóveis. "Todo o planejamento das atividades de controle para encontrar o momento correto para esse desmanche necessita, é claro, de uma boa condução pelos órgãos reguladores em parceria com o governo, para assim chegarmos ao final do processo com a redução drástica de emissões de CO2 pela frota brasileira", comenta Bottura.A empresa, especializada em tecnologia automotiva, é responsável por uma solução que pode auxiliar na identificação de carros que já deveriam estar fora de circulação. O precificador em sua plataforma traz todo o histórico do carro, como idade, estado de conservação, quilometragem, condições dos pneus, manutenções, entre outros.Dessa forma, o empresário tem subsídios para identificar os carros que já não possuem o mesmo desempenho e precisam ser trocados antes que contaminem mais o meio ambiente ou, pior, causem acidentes devido à má condição de sua estrutura. Mais do que subsídio, é necessário que as próprias empresas tenham em mente esse tema importante. "Diversas plataformas no exterior já detém essa tecnologia e, agora, estamos implementando-a no Brasil. Em um futuro próximo, podemos garantir que cada veículo tenha um histórico completo e fidedigno para que seja descartado no momento correto", complementa Bottura.