Releases 24/05/2016 - 17:32

Dr. Sergio Cortes avalia uso de coração e pulmão artificial para salvar vida de gestante


(DINO - 24 mai, 2016) - A jovem mãe Isabella Vilela, de 30 anos, não tomou a vacinação e enfrentou sério risco de morte e interrupção da gravidez. A campanha ainda não tinha iniciado e ela tentou enfrentar os primeiros sintomas com pastilhas para aliviar a tosse, que veio acompanhada de febre de 38ºC.

Após três dias tentando melhorar em casa, ela procurou atendimento médico, quando a tosse piorou tanto que a impediu de respirar. Acabou sendo internada no Hospital e Maternidade Santa Luzia, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde foi salva juntamente com seu bebê graças a uma técnica inovadora que pela primeira vez na América do Sul evitou uma interrupção de gravidez em paciente com insuficiência respiratória aguda. Essa técnica utiliza equipamentos para realizar as funções de coração e pulmão: "A Oxigenação por Membra Extracorpórea (ECMO), é uma técnica muito nova: no Brasil é utilizada a menos de uma década e aumenta entre 20% e 60% a chance de sobrevivência em pacientes com problemas cardíacos e pulmonares severos, mas também apresenta riscos", explica o médico doutor Sergio Cortes, especialista no assunto. "O sangue é completamente oxigenado através da máquina de ECMO, enquanto o paciente permanece entubado e isso dá, ao paciente, força auxiliar suficiente para lutar por sua vida e suportar os medicamentos".

A ECMO como opção para salvar vidas em risco

Segundo Sergio Cortes, o mecanismo oferece riscos, entre ele o mais alto é o de sangramentos, pois é preciso puncionar veias de grosso calibre, em combinação com remédios anticoagulantes com monitoramento a cada quatro horas. "Devido à toxicidade do oxigênio, que é fornecido em grande quantidade ao paciente na técnica, existe ainda o risco de lesões pulmonares futuras, mas isso só se observa posteriormente, já que a prioridade é salvar a vida de um paciente que corre sério risco de morte, sem a utilização da técnica, que só deve ser utilizada em casos extremos", complementa Sergio Cortes.

A médica intensivista da CTI onde Isabella foi internada ressaltou que foram tentadas duas formas de ventilação mecânica antes de submeter a paciente à ECMO, mas nenhuma apresentou melhora no grave quadro da gestante.

"A equipe tomou uma decisão segura e correta: Como o hospital tem aparato para um quadro de urgência obstetrícia, já que se trata de uma maternidade, o melhor foi tentar salvar a mãe e a criança através da ECMO, com segurança dos riscos, minimizando a possibilidade de perder a vida de uma das duas, até pela avançada idade gestacional (Isabella estava com sete meses de gestação na ocasião). ", avalia Sergio Cortes.

A H1N1 em gestantes traz sérios riscos de complicações tais como pneumonia, edema ou embolia pulmonar e insuficiência renal aguda. Além disso, a gravidez corre sério risco de interrupção prematura ou sofrimento fetal agudo.

Segundo Sergio Cortes, é muito importante a higienização constante das mãos: "A H1N1 se transmite pelo ar, mas a contaminação mais comum é através do contato com superfícies contaminadas. A pessoa utiliza ambientes coletivos como ônibus, shopping centers e não se dá conta que durante todo seu passeio toca em possíveis contaminantes, como na escada rolante ou em balcões de atendimento. Depois, toca os olhos, a boca e se contamina. Vale a pena andar com um frasco pequeno de álcool-gel na bolsa ou no carro e frequentemente realizar assepsia". Cortes ainda adverte: "Mesmo assim, a vacinação é imprescindível. Essas medidas são preventivas, mas vacinar-se é indispensável.