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DINO - 04 mai, 2015) - Na mesma medida em que pesquisas acusam, a cada ano, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, entre elas também aumenta a quantidade das que optam adiar a maternidade para se dedicar a vida profissional.
A participação das mulheres no mercado com carteira assinada subiu de 30% para 35% do total de quem trabalhava no país entre os anos de 2001 e 2009. Em igual período, o peso das trabalhadoras na população economicamente ativa do Brasil subiu de 54% para 59%. Os dados fazem parte do relatório global "O Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: transformar as economias para realizar direitos", divulgado no final do mês de abril pelas Nações Unidas (ONU).
Já de acordo com dados da Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2013, 38,4% das mulheres de 15 a 49 anos não tinham filho. Entre as mulheres de 25 a 29 anos, no mesmo ano, 40,4% não tinham filho, um aumento de 24% em relação à taxa de fecundidade de mulheres da mesma faixa etária em 2004, quando 32,5% não tinham nenhum filho.
Mas, na contramão das estatísticas, existem muitas mulheres que optaram por ser mães e, ainda assim, continuar ativas no mercado de trabalho. Elas provam, a cada dia, que com dedicação e muita competência é possível conciliar a maternidade com uma carreira de sucesso.
Para Maria Cecília Reis, especialista em recursos humanos da plataforma de empregos Job1, apesar de estarmos em pleno século XXI, ainda existe um olhar preconceituoso em relação a capacidade da mulher em conciliar sua vida pessoal e profissional. "No passado, as mulheres exerciam apenas o papel de esposas, mães e donas de casa, o trabalho era uma função extremamente masculina. Mesmo com a conquista de um espaço no mercado de trabalho e com um tratamento mais igualitário, mesmo com a evolução quanto a inserção feminina no mercado, ainda assim existem dificuldades e preconceitos. Apesar das empresas estarem valorizando habilidades atribuídas às mulheres, como sensibilidade, flexibilidade, intuição, adaptação, administração de adversidades e conflitos, algumas ainda veem a contratação de mulheres que pretendem ser mães com preconceito por acreditarem que a maternidade, da gestação até o nascimento do filho, pode impactar na produtividade e eficiência da mulher", afirma.
Maria Cecília explica que, a licença maternidade, na maioria das vezes, causa um certo mal-estar nas empresas. "Apesar da realidade mostrar o contrário, uma capacidade de conciliação do trabalho com os cuidados domésticos, do seu esforço em trabalharem e ainda cuidar de suas casas, filhos e de si mesmas, muitas com jornadas duplas de trabalho e apresentando eficiência no que fazem, algumas empresas apresentam resistências, mas elas são infundadas, uma vez que as mulheres dedicam-se tanto ao trabalho quanto o homem e, instintivamente, ainda dedicam-se ao trabalho doméstico", diz a especialista.
Para a especialista em recursos humanos da plataforma de empregos Job1, conciliar a vida profissional com a pessoal exige destreza e resiliência. Por isso ela traz dicas para que a mulher consiga abraçar o sonho da maternidade, sem abrir mão de uma carreira bem sucedida:
1. Planeje
A partir do momento em que engravida, a mulher se depara com muitas mudanças em sua vida, por isso a primeira dica é o planejamento. Planejar a gravidez, desde a licença-maternidade até a volta trabalho ajuda a criar as condições necessárias para que esse momento seja especial e não um problema.
2. Aprenda a dividir
A mulher não precisa tomar para si todas as responsabilidades. Aprender a pedir ajuda e a contar de verdade com que pode te ajudar, permite que maternidade possa ser conciliada com as outras áreas da vida da mulher. A maternidade é maravilhosa, mas é importante que a mulher não se esqueça que a realização pessoal é composta por diversos fatores e saber compartilhar responsabilidades contribui para que isso seja possível.
3. Respeite seus limites
É importante saber colocar limites. Dizer não para os excessos e dizer sim para o que faz bem é fundamental para uma vida equilibrada. Coloque em sua agenda como prioridade alguma atividade que para você, que te faça bem, e que faça parte da sua rotina.
Entender e aceitar que a vida profissional e vida pessoal devem andar juntas, impede que uma anule a outra e, ao contrário, faz com que se complementem. Faça o melhor que pode e consegue, um dia de cada vez.
4. O seu melhor é suficiente
A mulher não deve se culpar por não ser perfeita em tudo, e nem querer ser tão perfeita em tudo. A perfeição é utopia e ninguém consegue ser super mãe, super mulher e super profissional o tempo inteiro. Se estiver inteira enquanto estiver desempenhando cada uma destas funções, sua dedicação será reconhecida. O mais importante não é a quantidade de tempo que dedica para suas atividades, mas sim a qualidade.
Maria Cecília complementa: "Como mãe e profissional afirmo, a maternidade amplia, potencializa nossas competências, aumenta nossa energia e nossa capacidade de realização. Atribuímos um outro sentido ao nosso trabalho e mais significado às nossas atividades após a maternidade".
Website:
http://www.job1.com.br