Releases 15/09/2015 - 09:40

Presidente da CNSP, Antonio Tuccilio, fala em Salvador sobre a má atuação dos governantes


Salvador, BA.--(DINO - 15 set, 2015) - O presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP), Antonio Tuccilio, participou das comemorações dos 97 anos de fundação da Associação dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia (AFPEB), em concorrido evento dia 21 de agosto, em Salvador.

Tuccilio ministrou a palestra "Os problemas do nosso País e os Servidores Públicos", por meio de uma análise da atual situação do Brasil, destacando a importância do funcionalismo como agente de transformação da realidade social da população.

Mencionou sobre a crise profunda que afeta a população brasileira, como a crise econômica e política que provoca uma enorme crise de credibilidade dos brasileiros junto às autoridades.

Falou que pagamos juros altíssimos como os 14,25% (taxa Selic) e citou que hoje, nos cartões de crédito, são cobrados 354% ao ano (a.a.). O cheque especial pode atingir 240%. "Se quisermos obter o mesmo ganho na aplicação em poupança precisamos esperar 22 anos", comparou.

"No momento, a inflação atinge 10% a.a. com aumento dos índices de desemprego, atingindo 8% da nossa população", completou.

Citou ainda a enorme dívida do país, que alcançou 2,6 trilhões (70% do PIB).

Outra informação importante, apresentada por Tuccilio, foi apontar o subsídio entre o que BNDES cobra pelos empréstimos e o que o Governo paga pelo resgate de títulos, chegando num valor absurdo de 184 bilhões, "que saem do nosso bolso", alertou.

O presidente da CNSP considerou o ajuste fiscal necessário, mas que não deve afetar só a população. Destacou que o Governo informa que os cortes foram "na carne", mas que isso não aconteceu, "porque continuam os 39 Ministérios, Secretarias e cargos comissionados com despesas volumosas", disse.

Com relação aos cargos políticos comissionados, que são preenchidos por apadrinhamento, noticiou os dados reais:

? 24.000 no Executivo
? 15.000 no Congresso
? 100.000 nos Estados
? 500.000 nas Prefeituras

Ao discorrer sobre o Legislativo considerou uma verdadeira guerra política entre a Câmara, Senado e Executivo, passando em problemas pessoais e de partidos, se esquecendo do povo e da nação brasileira.

Com isso, segundo o palestrante, "antigamente conhecíamos o palhaço Arrelia ou Carequinha e, hoje, o povo passou a ser o verdadeiro palhaço, no passado o ladrão era conhecido como Bandido da Luz Vermelha e, hoje, passeia por Brasília".

Sobre a corrupção, lembrou que sempre existiu, mas que hoje "é feita descaradamente". "O Congresso ponderou, não faz o seu papel e, ao contrário, aprova o Fundo Partidário de 850 milhões e as Emendas impositivas, (obrigatórias) que são para benefícios próprios".

Comentou que a aprovação da terceirização para a atividade fim prejudica os trabalhadores em geral.

Segundo suas palavras, "com esse cenário só iremos respirar um pouco em 2017/2018".

Sobre o papel do Servidor Público e o seu futuro discorreu que desde a Era Collor, quando foram chamados de marajás, sofreram um completo esquecimento e desvalorização. "A mídia ajuda manter essa imagem, pois sistematicamente ataca o trabalho dos funcionários públicos, que não atendem a população, mas não apontam os verdadeiros motivos para isso acontecer, que é a falta total de estrutura para um bom atendimento, principalmente nas áreas de Saúde, Educação, Segurança e Transportes. A mídia não aponta os verdadeiros culpados, os governantes".

Foi muito enfático ao colocar que é preciso valorizar o servidor público ao dizer "Que em cada ação e cada atividade que o Estado realiza tem a mão do servidor público".

Para que possa haver essa valorização, informa Tuccilio, foi criada a Pública ? Central do Servidor, não filiada a partidos políticos, conforme seu Estatuto Social e que pretende lutar contra a terceirização e os cargos políticos comissionados.

A central tem por meta a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho, que propõe negociação salarial entre governo e servidores e defende o direito de greve. A Pública quer incrementar a Formação e Valorização dos Servidores e propor o concurso público como única ferramenta de melhoria de gestão.


Recém-eleito para a 1º vice-presidente da Pública - Central do Servidor, Antonio Tuccilio falou da importância para os servidores em contar uma central exclusiva do funcionalismo e, principalmente, sem o envolvimento político-partidário, "que contaminou as outras centrais na representação dos trabalhadores brasileiros.


Finalizou pedindo união entre as entidades (associações e sindicatos), "pois os governantes querem discutir os problemas isoladamente, mas os servidores precisam ficar unidos para ganharem força nas negociações".

Incentivou que é preciso acompanhar as metas dos governos municipais, estaduais e federal para mostrar ao povo qual a diferença entre o discurso na época das eleições e a prática dentro da execução orçamentária.

Ao encerrar citou: "Graças a Deus, as nossas instituições (Ministério Público, Policia Federal e Procuradoria Geral) estão funcionando para o bem do Brasil e vamos ter esperança em dias melhores".

Nos debates da palestra, o presidente da AFPEB sinalizou positivamente aos trabalhos da Pública, comunicando a filiação da entidade baiana, a mais antiga representação do funcionalismo, em atividade, no Brasil.
Website: http://www.cnsp.org.br/website/Artigo.aspx?c=5626