Releases 25/11/2015 - 17:52

Lei de Zoneamento tem semana decisiva em São Paulo


São Paulo--(DINO - 25 nov, 2015) - Estão agendadas para esta semana as audiências devolutivas da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente no âmbito da discussão da Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo. Uma semana decisiva para as pautas que defendem a criação de Parques, por exemplo, além das questões ligadas à definição de áreas e classificação conforme a Lei de Zoneamento.

Durante toda essa semana, até sábado à noite, serão aceitas as solicitações de diferentes grupos e entidades. A previsão é que até segunda e terça da próxima semana, se tenha concluído uma minuta do substitutivo para ser votado pela Comissão de Política Urbana. O passo seguinte, é levar a questão para plenário (onde podem ser acrescentadas e votadas as emendas).
Parque de Paraisópolis aguarda definição

A favela de Paraisópolis e demais bairros da zona sul da cidade estão entre os que acompanham essa agenda com expectativa. A construção de um parque público ao lado da Favela pode ser conquistado ampliando-se um terreno já considerado de preservação ambiental, desde que aprovado nessa semana sua definição como ZEPAM.

Trata-se de uma grande área verde, de vegetação rica e um dos últimos pontos de Mata Atlântica na cidade, com nascente, córrego e um eucaliptal, com topografia acidentada, e solo frágil para suportar grandes obras. Junto a esse berço verde, há um terreno privado, com 27.000 m², sem construções, com árvores esparsas e topografia plana.

"Integrar esse terreno à área já considerada de preservação ambiental e a outro braço dessa área, com mais 5.000 m², de forma que esse todo torne-se um parque para a comunidade é o nosso objetivo", destaca Isabel Fay Affonso, arquiteta e uma das coordenadoras da Associação dos Amigos do Jardim Vitória Régia.

Moradores de bairros vizinhos (Morumbi), da Favela de Paraisóplis e outras entidades estão unidos na defesa da constituição do Parque de Paraisópolis - Irmã Dorothy Stang. O desejo é antigo. Em 2004, as comunidades vizinhas ao terreno (Parque Panamby, Jardim Vitória Régia, Favela de Paraisópolis e proprietários de áreas particulares) acordaram com a Prefeitura de São Paulo a implantação de uma avenida, hoje já construída, a Avenida Hebe Camargo. Em respeito ao acordo, parte da área particular foi destinada à Prefeitura para construção de habitações de interesse social, enquanto outra parte, do outro lado da avenida em questão, seria para a ampliação do Parque de Paraisópolis. A causa tem conquistado apoiadores. Entre eles o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade.

Cada vez com maior evidência na mídia, Paraisópolis é a segunda maior comunidade de São Paulo, somando cerca de 100 mil habitantes. Segundo Gilson Rodrigues, presidente da União de Moradores e do Comércio da comunidade, o local vive um novo momento, que inspirou a criação do projeto Nova Paraisópolis, que quer transformar a favela em bairro."A criação de um parque público, que disponibilize alternativas de lazer, esporte e integração social naquela área vem reforçar a reivindicação atual de tornar Paraisópolis um bairro, com todos os recursos e equipamentos que um bairro precisa e merece", afirma Gilson.

Segundo urbanistas, essa é a única área do Morumbi hoje que permite a instalação de um equipamento público dessa natureza. "Ao se integrar toda essa área, que soma em torno de 95.000m², em uma ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental) que abrigue um parque, a cidade terá um espaço de uso adequado às duas zonas presentes no local, uma de uso estritamente residencial e outra de interesse social", destaca Diana Teresa Di Giuseppe, arquiteta urbanista que concluiu recentemente um estudo sobre o terreno. "Além de criar um ambiente necessário ao lazer e democrático, a instalação de um parque é coerente com o processo de reurbanização proposto para Paraisópolis", acrescenta Diana.

"Além da questão clara de preservação ambiental, um parque público é sempre bem-vindo em uma cidade cujas opções de áreas de lazer de qualidade estão concentradas em algumas regiões. Paraisópolis merece ter um local de lazer. Um bom parque, com recursos e de uso público, desperta nas pessoas um sentimento de preservar o que é seu; preservar o que eles usam e, portanto, querem manter em boas condições", destaca André Graziano, arquiteto e paisagista.

Sérgio Saraiva Martins, assessor de urbanismo do gabinete do vereador Gilberto Natalini, também defende a ampliação da área ambiental existente e construção do Parque de Paraisópolis. "Trata-se de uma requalificação urbana, de caráter social, que passará a conferir uma finalidade social a um ambiente já preservado", explica ele.