Brasília - DF --(
DINO - 09 mai, 2017) - Em evento hoje pela manhã na Universidade Católica de Brasília (UCB) para celebrar a fundação da União Europeia (UE), o embaixador da UE no Brasil, João Cravinho, se mostrou aliviado com a derrota da extrema direita Marine Le Pen nas eleições presidenciais da França. Na campanha, ela defendia ações que poderiam afastar aquele país da UE.O principal fato que levou mais de um terço dos franceses a votar em Le Pen, segundo Cravinho, foi o sentimento de temor pela perda de empregos e de melhores condições de vida, em razão do avanço da globalização econômica. Eleitores não são "fascistas, racistas ou misóginos" Segundo ele, esses eleitores franceses não podem, simplesmente, ser considerados alinhados com a ideologia de extrema direita e ser taxados de "fascistas, racistas ou misóginos" pelo resto do mundo. "Não podemos achar que isso é a realidade. A União Europeia tem que dar esta resposta", enfatizou.Atenção aos "perdedores da globalização" Cravinho afirmou que a UE renova ações institucionais para dar maior atenção aos que chamou de "perdedores da globalização", em especial aos europeus que "não acompanharam o ritmo da globalização, não se capacitaram a conseguir empregos".O embaixador foi um dos palestrantes na cerimônia de abertura da "XV Semana de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB)". Este evento integra a programação brasileira da Semana da Europa, realizada simultaneamente em várias partes do Brasil e do mundo. Ao longo da Semana da Europa, os representantes da UE enaltecem que a organização representa um avanço para os europeus e também para as demais nações, por meio do aprimoramento das relações internacionais em seus vários aspectos, como sociais e econômicos.Brexit "interiorizado" Segundo ele, a UE atravessa uma fase de questionamentos natural, muito em razão das mesmas pressões e dinâmicas que a globalização gera perante a sociedade. O Brexit, que representa a saída do Reino Unido da EU após 44 anos de adesão, é um dos principais fatores que balançaram a organização recentemente. Mas, segundo Cravinho a UE já "interiorizou" os efeitos dessa saída.A organização é essencial para os países europeus enfrentarem as mudanças que ocorrem no mundo: "vivemos um paradoxo; para sermos soberanos (mundialmente), temos que estar unidos, ou seja, devemos partilhar a soberania (individual)".Críticas à Rússia Pela frente, a UE terá que conviver por muitos anos com as instabilidades e convulsões presentes em seus vizinhos a leste e a sul, disse o embaixador. Citou como exemplo a Rússia. Ele disse que aquela nação precisa superar as "abordagens nacionalistas" que consideram a Europa "como inimiga". Apontou que aquele país está "economicamente decadente" e despreparado para a globalização.XV Semana de Relações Internacionais da UCB ? até 12/05/2017Veja a programação completa da XV Semana de Relações Internacionais no site da UCB:
http://www.ucb.br/ Entre os destaques da programação estão:? Painel "Educação e Erasmus Mundus - oportunidade de estudos nos países da UE" ? dia 9/5 às 10h30;? Painel "O Mundo Africano" ? dia 11/5 às 9h30;? Café com Debate: "Desafios e Perspectivas para o Enfrentamento do Tráfico de Pessoas no Brasil" ? dia 11/5, às 14h? Painel "Relações China e América", dia 12/5, às 9h, com o embaixador da China no Brasil, Li JinzhangLocal: Edifício Central ? Endereço: EPCT QS 07 LT 1 - Águas Claras, Brasília/DF