São Paulo--(
DINO - 26 abr, 2018) - O IDIS, representante da Charities Aid Foundation no Brasil, divulga um novo relatório da entidade mostrando que se a classe média brasileira dedicasse apenas 0,5% de seus gastos para filantropia isso geraria aproximadamente R$ 20 bilhões ao ano para boas causas, levando em conta o atual cenário econômico. A partir desse novo dado, é possível concluir que a classe média sozinha teria potencial para doar uma vez e meia o volume doado por todos os brasileiros em 2015, que foi de R$ 13,7 bilhões, segundo a pesquisa Doação Brasil, feita pelo IDIS.Ao mesmo tempo, o estudo sugere que, para aumentar a cultura de doação no Brasil, as pessoas precisam ter certeza de como o seu dinheiro será utilizado, mostrando que muito trabalho ainda precisa ser feito para aumentar a confiança e criar total transparência no terceiro setor."Para nós está muito claro que ainda há desafios a serem vencidos e que precisamos fortalecer uma cultura de doação aqui no Brasil, além de criar mecanismos que gerem maior confiança nas instituições", diz a presidente do IDIS, Paula Fabiani. O relatório Perspectivas para a Filantropia Global: O Poder Transformador da Doação da Classe Média examina a oportunidade que a classe média emergente mundial representa para a sociedade civil, e também lança um olhar crítico sobre o seu estado atual. Em número globais, a classe média emergente no mundo poderia destinar US$ 319 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) para ajudar os mais necessitados anualmente, até 2030, doando apenas 0,5% de seus gastos.Esse número representa, por exemplo, mais do que o dobro do recorde US$ 147 bilhões dado pelos 35 países membros da OCDE para desenvolvimento das regiões mais pobres. Esse valor também é maior do que o PIB de países como África do Sul, Dinamarca e SingapuraO relatório também mostra as barreiras que devem ser superadas para que esse movimento possa se tornar realidade: ? Falta de financiamento para os serviços de apoio aos doadores e instituições sem fins lucrativos? Falta de confiança no terceiro setor? Falta de financiamento direto para organizações locais por parte dos doadores internacionais? Falta de doações locais em economias emergentes.Principais conclusões:? As economias emergentes serão responsáveis pela maioria da população de classe média do mundo num futuro próximo? Para alcançar este objetivo os governos e instituições devem concentrar-se no desenvolvimento da infraestrutura local da sociedade civil para ajudar as organizações sociais e os doadores a serem mais eficazes? É preciso gerar mais confiança e transparência, reduzir o risco de fraude e capacitar comunidades a tornarem-se protagonistas da mudança social"Os governos, instituições sem fins lucrativos e a população em geral precisam trabalhar em conjunto para criar uma sociedade civil forte, eficaz e independente, para que as pessoas possam confiar e, então, poderemos aproveitar essas mudanças sociais e estruturais para tornar o mundo um lugar melhor", avalia Sir John Low, diretor executivo da CAF.O relatório completo, em português, pode ser baixo em
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