São Paulo - Vale do Paraíba--(
DINO - 09 mai, 2018) -
Pelo menos uma a cada 10 pessoas no mundo são obesas, segundo um estudo publicado na revista New England Journal of Medicine. O estudo revela também que o número de obesos mais que dobrou em 73 dos 195 países estudados, desde 1980. Outra pesquisa da World Obesity Federation, aponta que até 2025, 2,7 bilhões de pessoas, ou seja, cerca de um terço da população mundial vai ser obesa.
Com o aumento da obesidade, os investimentos na cirurgia bariátrica, mais conhecida como redução de estômago também crescem. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde o investimento em cirurgia bariátrica cresceu 1.765% no ano de 2008, comparado ao ano de 2001. Em 2001 foram R$1.237 milhão, valor que subiu para R$15. 736 milhões em 2008. O investimento foi realizado pelos hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com outra pesquisa divulgada em 2017 pela Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), de 2008 a 2016 o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil cresceu 163%. Em 2008 foram realizadas 38 mil cirurgias, número que aumentou para 100 mil em 2016.
A obesidade pode causar diabetes, doenças cardiovasculares e pode levar à morte. O Cirurgião Geral da Clínica BariCare, em São José dos Campos, Dr. Gustavo Fernandes, explica como a cirurgia bariátrica pode melhorar a qualidade de vida de pessoas obesas.
“O principal objetivo da cirurgia bariátrica é melhorar as doenças relacionas à obesidade e melhorar a qualidade de vida. Já têm vários trabalhos que mostram que os pacientes que fazem a cirurgia bariátrica aumentam os anos de vida. Na verdade você evita um infarto, evita um derrame, quem tem pressão alta, diabetes”, explica Fernandes.
O doutor reforça ainda que a melhora na estética é apenas uma parte da cirurgia e não deve ser o foco dela. Além disso, não existe um peso específico para a realização da cirurgia bariátrica, pois a indicação é feita através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O paciente que deseja realizar a cirurgia deve consultar um médico para saber se possui o IMC recomendado para o procedimento.
Geralmente, a cirurgia é recomendada para pacientes com o IMC muito alto, mas o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomendou a cirurgia para o tratamento de pacientes com obesidade de grau 1 e com IMC entre 30 e 34,9. Porém, a recomendação vale somente para quem sofre de diabetes tipo 2 há pelo menos 10 anos e que não responde a tratamentos tradicionais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil é o segundo país com mais cirurgias bariátricas realizadas no mundo, com 80 mil cirurgias por ano. A pesquisa, divulgada em 2014, revelou que o país só realizou menos cirurgias que os Estados Unidos e ficou na frente de países como Holanda, Suíça, França e Argentina.
A cirurgia de redução de estômago, segundo Fernandes, é uma composição de restrição e metabolismo, pois, por causa da restrição o paciente come pouco e tem uma alteração de todo o metabolismo. A cirurgia mais realizada no Brasil é a Bypass, na qual o estômago do paciente é dividido.
“A gente não tira o estômago, mas divide. O paciente fica com dois estômagos, um pequeno e um grande e é feito um desvio do intestino. O intestino é cortado e é feita uma costura, uma anástomose. Então, o paciente fica com um estômago pequeno, onde a comida passa e é feito um desvio intestinal” diz o doutor. Ele acrescenta ainda que fatores como a anatomia e ganho ou perda de peso antes da cirurgia podem influenciar no tempo de realização, que pode variar entre 50 minutos e 1h30.
“A obesidade é uma doença crônica metabólica, igual quem toma remédio para a pressão, para diabetes, vai sempre no médico, no endocrinologista, no cardiologista, tratou com a cirurgia e tem que fazer o acompanhamento, não pode abandonar. A cirurgia bariátrica não faz mágica, não faz milagre. O paciente tem que ter a consciência de que a vida dele vai mudar para melhor e que a cirurgia é um marco, mas que ele vai ter que fazer esse acompanhamento para o resto da vida”, alerta o
cirurgião bariátrico.
Ele ressalta que a falta de segmento é a causa do reganho de peso de 90% dos pacientes que não tiveram uma cirurgia bem sucedida. Para saber mais sobre cirurgia bariátrica você pode acessar o site da BariCare.
Website:
https://baricare.com.br/