O reflexo da greve dos caminhoneiros nos PDVs

São Paulo, SP--(DINO - 19 jun, 2018) - Passado mais de 20 dias do fim da greve dos caminhoneiros, ainda podemos sentir o reflexo da mesma, 76% dos pedidos continuam atrasados, 15,5% destes ainda em deslocamento. Em meio ao caos logístico que se instaurou no país, os produtos não chegam no varejo e acabam faltando nas prateleiras, impactando de forma negativa os indicadores do setor.O índice de ruptura, que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados, aumentou aproximadamente 57% durante a greve entre os dias 21 e 30 de maio. Até o dia 21, no início das paralisações, a média era de 7,1%, no dia 30 a ruptura alcançou 11,2%. Apesar da correria, no início da greve, no dia 21, os estoques estavam 14% maiores que a média, indicando folga para os próximos dias.Este cenário não é exclusivo do nosso país, de acordo com o Relatório de Resiliência no Supply Chain de 2017, do Business Continuity Institute (BCI). Realizado em 64 países, o documento apresenta a Interrupção das Atividades de Transporte como a quinta maior causa de ruptura, precedida por questões relacionadas a telecomunicações e ciberataques.Segundo os dados do relatório, os principais impactos destas rupturas estão relacionados a perda de produtividade e de receita - varejistas que trabalham com alto giro ou baixos estoques e por conta do desabastecimento, há perda de receita, podendo comprometer de 2% a 5% o faturamento mensal das empresas; e aumento dos custos após o evento - como a escassez de produtos afeta rapidamente os preços, é possível que haja aumento de mais de 100%. Para Heckel Pedreira, Diretor Presidente da Icatu Bahia, o momento de consertar o telhado é quando há sol, ou seja, agora. Esse assunto não é novidade para os empresários brasileiros, temos históricos de greve nos anos 1999, 2008, 2013, 2015 e 2017. É preciso identificar os processos e recursos frágeis da empresa, para que sejam traçadas alternativas a fim de evitar ou minimizar os impactos, caso tenhamos outras paralisações.Há hoje no mercado inúmeras ferramentas para análise de ruptura e acompanhamento do PDV - como o WayPoint. Com a análise de ruptura em mãos, indústrias e varejistas conseguem não só manter o estoque atualizado, como ajustar a logística em momentos como os que passamos durante e após a greve, destaca Pedreira.