Rio de Janeiro--(
DINO - 10 ago, 2018) - Que tal trocar as tradicionais meias e cuecas por uma joia com diamante negro neste Dia dos Pais? Quem dá a dica é o designer Marcelo Novaes, da Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Rio de Janeiro (Ajorio), que assina sua própria marca de joias para o público masculino e tem o diamante negro como marca registrada em suas peças.
Segundo Marcelo, ao contrário do Dia das Mães, em que as joias figuram no topo do ranking dos presentes mais procurados, os pais ainda não conquistaram tal privilégio. Ele acredita que o setor está caminhando para se tornar mais expressivo para este segmento de público entre as principais datas do varejo.
"O consumo de joias para homens cresceu muito nos últimos dois anos de um modo geral. A diferença é que os homens estão se dando de presente, eles mesmos compram. As mulheres estão começando agora a descobrir uma nova possibilidade de compra. Vejo como um mercado inovador, que daqui para frente tem grandes possibilidades de se consolidar no Dia dos Pais", avaliou.
A professora de História da Arte e consultora de Moda da Ajorio, Regina Machado, endossa a opinião de Marcelo. "Meias e cuecas são presentes genéricos. O pai não pode ser genérico, ele é uma marca de formação na vida de uma pessoa. Uma joia personaliza esta relação, combina perfeitamente com a data", afirmou. Para Regina, os homens estão mais à vontade para expressar suas individualidades, por isso a tendência de usar mais joias e adereços.
O designer Felipe Patusco lançou uma promoção em seu perfil no Instagram para o Dia dos Pais, apostando na data para aumentar as vendas. Segundo ele, a procura por joias masculinas vem aumentando de forma geral, e se firma como tendência. Para os filhos que procuram um presente de última hora para surpreender os pais, ele indica os anéis de prata com formas geométricas. "É uma boa saída para quem ainda não está acostumado a usar joias. São modernos, mas não muito ousados", comenta. Outro item que está em alta, segundo Felipe, são as pulseiras de couro, com pedras e bolinhas, em estilo boho. "As de metal não estão mais saindo", contou.
De acordo com Regina Machado, a prata e o couro se destacam nas linhas masculinas. Pedras em tons escuros, como ágata e pedra vulcânica são as favoritas. As pulseiras em couro, anéis, cordões e pingentes são os itens mais procurados.
Perfil do consumidor
Marcelo Novaes aponta diferenças na forma de consumo entre homens e mulheres. Segundo ele, o público masculino costuma ser mais objetivo. "O homem tem um olhar mais específico e se interessa pela história das peças", comentou Marcelo, que tem boa parte de sua carteira de cliente em São Paulo, Brasília e no Sul.
O designer define sua criação como joias sofisticadas para o dia a dia, que podem agradar tanto ao pai que nunca usou joias, quanto ao homem mais de vanguarda. Recentemente, ele lançou uma coleção cápsula com pedras brasileiras, como esmeralda, água marinha, citrino e topázio imperial. Marcelo costuma participar de eventos em São Paulo e tem um ponto de venda no Hotel Fasano, no Rio.
Já o público de Felipe Patusco está mais concentrado no Rio de Janeiro. Com ateliê em Copacabana, ele atende clientes na faixa etária de 20 a 55 anos. "A linguagem das minhas peças combina com um perfil de pai mais jovem. Quem compra são os filhos adolescentes ou as mulheres. Mas de uma forma geral, o consumo de joias masculinas só vem aumentando", afirmou.
Segundo dados da Ajorio, houve aumento nas vendas de joias e bijuterias de cerca de 10% nas últimas grandes datas do comércio, como o Dia das Mães e Dia dos Namorados. Para a diretora-executiva da entidade, Angela Andrade, a tendência de consumo de joias masculinas oferece uma boa oportunidade para os designers explorarem melhor a data. "A nossa expectativa para 2018 é de crescimento do setor. Os números se mantiveram estáveis nos últimos anos, apesar da crise, por isso apostamos na retomada", avaliou.
Sobre a Ajorio
O setor de joias e bijuterias no Estado do Rio de Janeiro comporta cerca de 3 mil estabelecimentos e emprega aproximadamente 15 mil pessoas. A Ajorio atua como representante dos interesses de toda a cadeia produtiva, por meio de parcerias com o poder público e instituições como o Sebrae/RJ e Firjan. Filiada ao Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), a Ajorio possui sede própria e seu orçamento é composto pelo pagamento de contribuições dos associados, além de parte de recursos provenientes dos sindicados que compõem o Sistema Ajorio
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