Google Trends: tendências reveladas pela ferramenta são fontes de pauta para notícias
(DINO - 25 abr, 2018) -
Em 2017, o Google Trends divulgou a lista dos termos mais procurados pelos brasileiros durante o ano. Entre eles estavam “Big Brother Brasil”, em primeiro lugar, “Tabela do Brasileirão”, em segundo, e “Enem” em terceiro. Esses mesmos termos, para além de servirem como indicadores de tendências, também possuem outra função indispensável a qualquer profissional que trabalhe com produção de conteúdos informativos: possíveis temas para pautas. Consequentemente, notícias relevantes podem surgir destas palavras-chave reveladas pela ferramenta gratuita.
Resumidamente, a pauta serve como “guia” para que o repórter saiba exatamente por quais caminhos percorrer atrás de informações, fontes e dados para seu texto. Pensar no que será comunicado exige pesquisa, capacidade de apuração, contatos, tempo (curto, geralmente) e, por último – mas não menos importante – criatividade. Criatividade essa que irá evitar clichês ou temáticas superficiais. Entretanto, o que parece, a priori, superficial, pode ser bem trabalhado enquanto pauta, o que resultará num material jornalístico original.
Buscar pautas é como se lançar num universo de assuntos e tentar aplicar recortes que ajudem a definir pontos de partida, desenvolvimento e chegada. Também é necessário ser racional e evitar alguns temas “tentadores”, porém muitos complexos de serem executados dependendo do contexto (tempo, localidade, urgência). Redações tradicionais possuíam um profissional específico para lidar com esse processo de estruturação – o “pauteiro” ou “pauteira”. Além de possuir um aguçado “faro jornalístico”, esta pessoa era responsável por reunir o máximo de informações possível e organizar cada detalhe da pauta para que os repórteres tivessem apenas o trabalho de desenvolver a reportagem. Com a chegada da internet, o próprio repórter acabou incorporando o papel de pauteiro – já que os mecanismos de pesquisa permitiram maior acesso à informação. Tudo isso para citar um desses mecanismos que pode ajudar – e muito – no momento de pensar nas pautas. Ele não é tão novidade assim, muito menos restrito, mas seus muitos usos, sim, podem não ser tão populares quanto seu nome. No caso, trata-se do Google Trends – pensando especificamente para a formulação de pautas.
O Google Trends
A principal função desta ferramenta é listar as palavras-chave e expressões mais procuradas no Google. A partir da coleta de tais dados, gráficos são gerados assim como uma relação de assuntos em destaque. Tanto relatórios gerados nos últimos 7 anos quanto o “rank” relativo às últimas 24h podem ser acessados. A abrangência do Google Trends alcança até 28 países e entre eles está o Brasil.
Os temas das pesquisas são variados e vão desde “Ciência/Tecnologia”, “Entretenimento” e “Esportes” até “Negócios”, “Notícias principais” e “Saúde”. Quando uma das palavras ou assuntos mais procurados são selecionados, o usuário tem acesso a uma página com informações específicas e detalhadas a respeito do fluxo de acessos. Isso inclui, por exemplo, “artigos mais relevantes” e gráficos que exibem “interesse com o passar do tempo” e “interesses por região”. Também há como conferir assuntos relacionados. Vale ressaltar mais uma vez que todo o acesso é gratuito.
E o que isso tem a ver com a formulação de pautas?
O Google Trends também pode servir como referencial no momento em que o jornalista ou assessor der início à pesquisa por temas que possam render boas pautas. Contudo, é preciso lidar com a informação de modo a não cair na mesmice ou ser mais um a abordar determinado assunto. Os profissionais devem se atentar para:
A consulta do conteúdo com o intuito de encontrar ganchos relacionados com o tipo de notícia que pretende elaborar
Por exemplo: entre os trends está um tópico que fala sobre práticas sustentáveis em ambientes corporativos. Estruturar uma pauta a respeito de tal tema garante à notícia o impacto de abordar um tema que está sendo muito procurado na web. Não basta simplesmente tratar do assunto de modo genérico – é neste momento que a criatividade e tino jornalísticos devem ser invocados.
A sazonalidade dos assuntos é um fator importante
Essa extensão do Google acompanha tendências, logo, há de se levar em conta que de tempos em tempos os assuntos voltam a ser bem procurados por terem relação com alguma data ou evento específico. Datas comemorativas, programas de TV sazonais, festivais , votações, eleições e debates políticos e fenômenos naturais são alguns dos exemplos de temas cujo jornalista pode trabalhar antecipadamente para garantir melhor resultados na divulgação da notícia.
As subcategorias específicas da ferramenta
Trabalhar com assuntos pontuais pode gerar maior visibilidade da pauta, uma vez que o direcionamento da pauta estará bem definido. O Google Trends apresenta categorias gerais, mas dentro delas é possível encontrar temas segmentados. Ao entrar na tela de “Explorar” e selecionar um assunto, há como clicar visualizar outras opções. Em “Ciências”, por exemplo, encontram-se subcategorias como “Astronomia”, “Física”, “Geociências”, etc.
Comparações entre termos pesquisados
Num dia, a palavra “denúncia” não aparece nas listas do Trends. No outro, ela figura no topo como a mais relevante do momento. É possível mensurar esse crescimento repentino? Sim. Na sessão “Pesquisas Relacionadas” há como escolher um ou mais termos e compará-los, além de saber quantos % eles tiveram de aumento na frequência de busca. Inclusive, a ferramenta também apresenta sugestões de temas relacionados que também entraram em ascensão.
Uma ajuda a mais
Fizemos aqui uma menção simples à ferramenta do Google que pode auxiliar jornalistas e assessores em busca de insights para seus conteúdos. Há, obviamente, muitas outras funções no Trends que ajudam na categorização de informações e pesquisas sobre sua relevância/impacto na web. Portanto, duas questões precisam ser lançadas aqui:
Explore o Google Trends, experimente seus filtros, tópicos, gráficos, linhas do tempo, etc.;
2. Já se perguntou o que o jornalista espera de sua notícia, assessor? Sim. Mas e a resposta? Ela está aqui neste link.