São Paulo--(
DINO - 26 abr, 2017) - Hoje em dia não é novidade a competitividade existente nas categorias de base dos clubes, categorias criadas para a formação de atletas e que para o mal do futebol não segue o rótulo de formação.
E esse é o nó que os profissionais que trabalham no futebol de base tentam desatar e na maioria das vezes não conseguem, ou seja, ficam à mercê da mentalidade da gestão do clube, que em muitos casos muda-se de 3 em 3 anos, dependendo do estatuto.
Estes profissionais lidam com a instabilidade empregatícia, pois o resultado do futebol na base nem sempre, ou quase nunca é o resultado da formação do atleta e sim do placar do jogo ou qual a posição no campeonato.
Os técnicos e suas comissões não têm tempo de evoluir o atleta, de ensinar os princípios básicos do futebol, de formar o atleta.
Pelo contrário, o sub 11 já tem que estar preparado para a competição, tendo que partir direto para o treinamento de tática, lidando com os atletas como se já tivessem conhecimento pleno da formação, que deveria acontecer lá em cima no sub 17 e terminando a formação no 20.
Infelizmente não é assim, a pressão sofrida por estes profissionais em muitos clubes é pior que o do futebol profissional e dos atletas (crianças, né).
Claro, que a competição é importante na formação, mas o resultado não pode ter relevância maior do que a evolução individual do atleta, do aprendizado evolutivo, em todos os sentidos da técnica no futebol.
Temos que voltar a olhar para o técnico como professor, dando a eles condições e tempo para pôr em prática seu trabalho de ensinar e evoluir um atleta, com os fundamentos técnicos devidos em cada idade e potencializar a eficiência deles com condições de trabalho e estabilidade, sem a pressão apenas de resultado de jogo ou posição na competição.
Formar ganhando é bom, mas isso não garante que desse grupo você terá jogadores prontos e formados para serem profissionais.
Individualizando no dia a dia os atletas e trabalhando seus fundamentos técnicos e físicos proporcional a sua idade, com certeza muitos destes chegarão.
Torço para que este dilema seja quebrado e o técnico volte a ser o professor. O formador técnico ou simplesmente técnico mesmo, mas com condições de atuar como tal.
Digo isso para o bem desta categoria de profissionais, para o bem da formação dos atletas e para o bem do futebol, que depende da formação para ter um bom jogo!
Rodrigo Giraldi é gerente de futebol e já esteve à frente da Diretoria na categoria de base do Corinthians F.C.
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