Rio de Janeiro - RJ--(
DINO - 07 jun, 2017) - Pela primeira vez em 2017, a quantidade de depósitos na poupança conseguiu superar a soma de retiradas. O resultado positivo da caderneta ocorreu em maio e foi divulgado esta semana pelo Banco Central. O saldo de captação líquida, ou seja, os depósitos menos as retiradas, somou R$ 292,6 milhões.
O resultado do último mês foi mensurado no último dia útil de maio, quando a captação da poupança de R$ 3,181 bilhões foi aferida. Os saques, por sua vez, totalizaram R$ 2,888 bilhões. Dessa forma, após uma perda de R$ 1,270 bilhão em abril, a caderneta de poupança apresentou recuperação no mês seguinte.
Apesar de pouco expressivo, este foi o melhor resultado no quinto mês do ano desde 2014. Em maio de 2016, para se ter uma ideia, as retiradas ultrapassaram os depósitos em mais de R$ 6,5 bilhões.
Desde o início da desaceleração econômica no Brasil, a poupança vem sofrendo forte declínio. O aumento considerável de saques está diretamente ligado à necessidade das família brasileiras de manter as contas em dia e quitar débitos em meio à uma recessão da atividade econômica no país.
No ano passado, as retiradas da poupança ultrapassaram o patamar dos R$ 40 bilhões e em 2015 a captação líquida fechou em mais de R$ 53,5 bilhões negativos. Em 2014, por sua vez, o volume captado já indicava que o cenário adiante não seria tão bom, já que foram captados pouco mais de R$ 24 bilhões, após recorde de R$ 71,047 bilhões registrado pela caderneta em 2013.
Se a desaceleração econômica causou danos à poupança, agora com o começo de mudanças no cenário a caderneta também começa a se recuperar. Muito influenciada pela inflação, a rentabilidade da poupança voltou a ser atrativa aos brasileiros. A queda da inflação e a taxa Selic acima dos 8,5% fizeram com que o rendimento da modalidade voltasse a ser interessante.
A melhora nos valores de captação da caderneta também pode ser vinculada à liberação dos
saques de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Desde o início da medida, já foram sacados mais de R$ 27 bilhões pelos trabalhadores brasileiros. Até o final do prazo, em julho, a expectativa do governo é de que os pagamentos se aproximem da casa dos R$ 40 bilhões.
Apesar da recuperação verificada em maio, o acumulado de 2017 se manteve no vermelho. Considerando o balanço dos cinco primeiros meses do ano, a poupança conta com uma perda de R$ 18,38 bilhões. Todavia, a captação negativa é menor que a registrada no mesmo período de 2016, quando a conta fechou em R$ 38,89 bilhões.
Má fase favoreceu outros tipos de investimento
Devido ao aumento do desemprego, além de outros fatores, milhares de brasileiros sacaram suas economias da poupança para pagar contas, quitar dívidas e tentar equilibrar as finanças recentemente. Em 2015, houve recorde no total sacado. Foram cerca de R$ 53,5 bilhões retirados da poupança, chegando ao maior número registrado desde o início do acompanhamento.
Por outro lado, mais um aspecto que colaborou para o declínio da poupança nos últimos anos foi a busca por investimentos mais rentáveis. Outras aplicações financeiras, como
Tesouro Direto , Certificado de Depósito Bancário e até mesmo a Bolsa de Valores, conquistaram parte do território que antes pertencia apenas à caderneta.
Prova disso vem dos resultados de uma pesquisa realizada pela Fecomércio - RJ. Segundo o levantamento, a poupança ainda é a modalidade financeira favorita dos brasileiros. Contudo, sua preferência tem diminuído gradualmente.
De acordo com o estudo feito em 2016, que contou com a participação de 1.200 pessoas moradoras de 72 municípios do Brasil, 76% dos participantes faz uso da poupança na hora de investir. No entanto, apesar de expressivo, o número é menor do que o percentual registrado em 2012. Naquele ano, cerca de 88% dos brasileiros preferiam a poupança.
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