Projeto pioneiro do Governo de SP vai ligar Santos a Guarujá em 5 minutos, gerar 9 mil empregos, fortalecer a economia da Baixada Santista e beneficiar diretamente 2 milhões de pessoas.
Após uma espera de mais de 100 anos, o Governo de São Paulo está tirando do papel o projeto pioneiro do Túnel Imerso Santos-Guarujá. Em setembro, foi realizado o leilão que marca o início da implantação de um dos projetos de mobilidade mais emblemáticos do país, com tecnologia inédita no Brasil e que vai beneficiar diretamente 2 milhões de pessoas.
Hoje, a ligação entre as duas cidades do litoral paulista é feita principalmente por balsas, que levam em média 15 a 18 minutos por travessia, sujeitas a filas e condições climáticas, ou por estradas, com deslocamentos que podem ultrapassar 1 hora. Com o túnel, o trajeto será realizado em até 5 minutos.
O túnel imerso terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros imersos no leito do canal portuário, por meio de módulos de concreto pré-moldados, técnica já consolidada em países da Europa e da Ásia. A estrutura contará com três faixas por sentido, sendo uma reservada ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de passagem para pedestres e ciclistas e uma galeria de serviços.
A execução da obra será responsabilidade da empresa Mota-Engil Latam Portugal, que venceu o leilão realizado pelo Governo de São Paulo com proposta de desconto de 0,5% sobre a contraprestação pública máxima anual, fixada em R$ 438,3 milhões.
Modelo inédito no Brasil
As obras do empreendimento terão um investimento de R$ 2,6 bilhões do Governo de São Paulo e serão realizadas no modelo de Parceria Público-Privada (PPP). O contrato abrange a construção, operação e manutenção do túnel. Além disso, o Estado também será responsável pela contraprestação à concessionária, que é de R$ 438,3 milhões anuais, pago em 24 anos ao longo da concessão de 30 anos.
O método construtivo escolhido foi o túnel imerso, definido após análises técnicas. Alternativas como ponte ou túnel escavado foram descartadas em razão de restrições da Base Aérea de Santos, tráfego intenso de navios e solo instável da região. A técnica assegura menor impacto urbano e ambiental, reduz desapropriações e permite execução mais rápida.
A diretora da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e líder do projeto do Túnel Santos-Guarujá, Raquel Carneiro, ressaltou que o leilão do túnel foi um marco importante para a mobilidade e desenvolvimento do Estado de São Paulo, em especial para a Baixada Santista. "Para o desenvolvimento do projeto, fomos conversar com empresas europeias e trouxemos soluções de engenharia inéditas para o país. Após 100 anos de espera, enfim temos uma empresa responsável pela construção, operação e manutenção dessa infraestrutura que vai mudar radicalmente a mobilidade urbana desses dois municípios", destacou.
Impacto direto e mais qualidade de vida para o cidadão da Baixada
Para a população, a expectativa é de melhora expressiva com o projeto do Governo de SP. "Eu acredito que esse túnel realmente vai resolver o problema de muita gente", disse a professora de educação física Giuliana Gonçalves, moradora do Guarujá que trabalha em diferentes cidades da região. A administradora Semiramis Ferreira da Silva também destacou os impactos positivos na rotina. "Com o túnel, vai dar para se programar melhor, para sair de casa com os meus filhos", afirmou.
Do ponto de vista econômico e social, a obra prevê a geração de aproximadamente 9 mil empregos diretos e indiretos, além de capacitação de trabalhadores locais. A obra também terá reflexos na integração logística e no turismo regional.
O secretário estadual de Parcerias em Investimentos de São Paulo, Rafael Benini, destacou que o empreendimento vai reduzir significativamente o tempo de deslocamento, desafogar o trânsito, integrar modais e impulsionar a logística do Porto de Santos. "É um projeto estratégico que vai gerar empregos, atrair investimentos e transformar a mobilidade e a economia da região."
Habitações no entorno
Além da relevância para a mobilidade, o projeto do Governo de São Paulo também impulsiona o desenvolvimento urbano no entorno. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) lançou um empreendimento habitacional e de uso misto no bairro Macuco, em Santos, prevendo 1.769 unidades, comércio, serviços, equipamentos públicos e áreas de convivência.
"O Estado está atento aos impactos e se antecipa para atender às necessidades habitacionais e à crescente demanda por novos serviços. Esse é o papel do Desenvolvimento Urbano que nossa secretaria assumiu: ampliar potencialidades e prever necessidades futuras a partir de intervenções promovidas pelo próprio Governo, em sinergia com outras secretarias, como neste caso do túnel. Nosso compromisso é transformar, mas sempre com cuidado e respeito às pessoas da região. O objetivo é integrar habitação, comércio, serviços e espaços de convivência, garantindo qualidade de vida e desenvolvimento equilibrado", afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo, Marcelo Branco.
Terceira pista da Imigrantes
Outro grande projeto do Governo de São Paulo que vai transformar a mobilidade no litoral paulista é a construção da terceira pista da Imigrantes. A obra permitirá o tráfego de caminhões no sentido litoral, hoje restrito à Via Anchieta. Os estudos para a implementação da via foram autorizados no início do primeiro semestre deste ano.
A capacidade do Sistema Anchieta-Imigrantes aumentará em 25% no total e em 145% para descida dos veículos pesados. Com isso, o projeto vai atender a demanda de tráfego existente e necessidades futuras de aumento de fluxo na rodovia. O projeto prevê uma nova pista no trecho de serra com 21,5 quilômetros de extensão, compostos prioritariamente por túneis, que somam 17 quilômetros (80% de todo trajeto), além de 4 quilômetros de viadutos. Um dos túneis terá cerca de 6 quilômetros de extensão, tornando-se a maior estrutura desse tipo no Brasil.
A nova pista terá duas faixas de rolamento e um acostamento com possibilidade de ser revertido em faixa de tráfego. A estrutura terá início no quilômetro 43 da Rodovia dos Imigrantes (SP-160), o que permitirá o acesso pelo Rodoanel Mário Covas (SP-021). Na Baixada, a conexão será no quilômetro 265 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), próximo ao Polo Industrial de Cubatão. Além disso, permitirá acesso ágil às margens direita e esquerda do Porto de Santos.
SP é referência nacional em infraestrutura
Os investimentos privados regulados pelo Governo do Estado estão modernizando a malha viária paulista, ampliando a segurança e a mobilidade. As concessões permitem trazer novos padrões de qualidade em pavimento, geometria e sinalização, além de serviços antes inexistentes. "São Paulo concentra nove das dez melhores rodovias do país porque temos um programa robusto de concessões, aliado a uma fiscalização técnica rigorosa. Isso garante redução de acidentes, mais conforto aos usuários e qualidade dos serviços oferecidos", afirma o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini.
Os projetos prioritários do Governo de SP para serem concedidos à iniciativa privada fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que tem como missão atrair investimentos privados, gerar empregos e ampliar a capacidade do Estado em oferecer serviços de qualidade à população. Ao todo, já são mais de 30 projetos qualificados, com uma carteira que ultrapassa R$ 550 bilhões em investimentos estimados, nas áreas de mobilidade urbana, logística, meio ambiente, infraestrutura social e gestão pública.