Releases 21/09/2015 - 13:11

Uso indiscriminado de remédios gera 5% dos casos de doença renal ao ano


São Paulo--(DINO - 21 set, 2015) - O uso abusivo e descontrolado de remédios, especialmente analgésicos e anti-inflamatórios, está se tornando cada vez mais comum e, com o aumento do número de pessoas que vão à farmácia em busca de uma medicação para dor de cabeça, por exemplo, o perigo só aumenta. Isso porque até 5% dos novos casos de insuficiência renal crônica por ano podem ser causados pelo uso excessivo desses remédios, segundo dados da respeitada National Kidney Foundation (Fundação Nacional do Rim, dos Estados Unidos).

Remédios para dor de cabeça, febre, dores musculares ou inflamações costumam ser seguros e ter o efeito esperado, no entanto, todo medicamento traz certo risco para a saúde e por isso exigem cuidado. Se usados de maneira imprópria podem acarretar diversos problemas ao organismo, principalmente aos rins. De acordo com o médico Rui Alberto Gomes, do Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, pacientes portadores de doença renal crônica em qualquer estágio devem evitar sempre que possível o uso de anti-inflamatórios. "Medicamentos para dor e inflamações não devem ser usados sem a adequada orientação prévia de um médico se a pessoa souber que tem alguma disfunção renal. Mesmo para aqueles que estão com a saúde renal em dia, esses medicamentos também podem comprometer os rins, especialmente se usados por tempo longo."

Segundo o nefrologista, o uso prolongado ou excessivo de analgésicos e anti-inflamatórios pode ter efeito prejudicial no tecido renal e em suas estruturas. Os idosos, hipertensos, cardíacos e diabéticos precisam ser especialmente cautelosos.

Pessoas sem doença renal que estiverem tomando medicamentos com potencial nefrotóxico devem cuidar muito bem de sua hidratação, aumentando a quantidade de líquidos ingeridos ao dia, garantindo um bom funcionamento dos rins e a adequada excreção dos metabolitos dos remédios. Além disso, todos devem seguir sempre as dosagens, períodos e horários recomendados pelo médico que prescreveu o medicamento. Para Gomes, o segredo é sempre conversar com um médico e evitar a automedicação.

Para saber se os rins estão funcionando normalmente, exames básicos de sangue (como a dosagem da creatinina) e urina (dosagem da albuminúria) permitem avaliar como está a taxa de função renal e se existe alguma lesão.

Doação de Órgãos

No próximo dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e os rins são os mais aguardados na fila de espera: de 32 mil no total, 19,2 mil esperam um rim. No primeiro semestre deste ano, desde 2007, houve uma diminuição na taxa de potenciais doadores, de doadores efetivos e no número de transplantes de rim, fígado e pâncreas em relação ao ano anterior, segundo relatório da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) do período. A recusa familiar à doação ainda continua altíssima (44%) e é a principal barreira para efetivar a doação na maioria dos estados brasileiros.

Nos transplantes renais, houve queda de 6,3% comparada a 2014, sendo essa diminuição de 2,6% com doador falecido e de 16,8% com doador vivo. Essa é a menor taxa dos últimos 15 anos, muito abaixo da meta. Dos 3.770 transplantes realizados de janeiro a junho de 2015, quase 70,7% foram de rim (2.664).

Atualmente, existem cerca de 100 mil pacientes em diálise no Brasil. Considerando-se a gravidade da doença renal e suas complicações, as limitações e dificuldades envolvidas no tratamento dialítico e a longa espera por um rim para transplante, não restam dúvidas de que é preciso cuidar cada vez mais da saúde, prevenindo o aparecimento da doença renal crônica. Segundo o nefrologista Rui Alberto Gomes, do Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, cuidados básicos são indicados para qualquer pessoa, em qualquer idade, como ter uma alimentação saudável, manter o peso corporal ideal, praticar atividades físicas regularmente, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e não fumar.
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