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DINO - 26 mai, 2015) - Seja para trabalhos em altura ou para a prática de esportes radicais, os equipamentos de segurança são imprescindíveis. Um objeto pequeno, discreto, mas de grande importância, é o mosquetão. O item é um anel metálico com um segmento móvel chamado gatilho, que se abre para a passagem da corda. Basicamente, eles existem para conectar coisas: seja a corda à ancoragem, o escalador à corda, a corda à uma proteção ou uma série de peças à cadeirinha.
Os
mosquetões de aço foram desenvolvidos para atender às necessidades específicas das empresas. Por serem mais pesados, costumam ser utilizados apenas em situações de grande fricção do equipamento com outras partes metálicas, principalmente em sistemas de transporte de cargas e trabalhos em altura.
Na
loja Nerea, uma das principais no ramo de esportes de aventura, há dezenas de modelos para escalada e trabalhos em altura.
Para escaladas, mosquetões de aço são considerados pesados demais, uma vez que os escaladores transportam vários mosquetões e já precisam levar outros equipamentos pesados. Neste caso, são indicados os modelos feitos de alumínio. No entanto, os de aço possuem maior resistência ao desgaste mecânico.
Existem os mosquetões com travas de segurança com molas ou roscas. O equipamento é adotado por diversos esportes que utilizam cabos e cordas, como escalada e rapel, além de profissionais que trabalham em altura, como os operários de obras e limpadores de vidros na fachada de edificações.
Tipos de mosquetões
O mosquetão, com ou sem rosca, pode ter o formato ovalado, de um D assimétrico ou ainda formato triangular (de pera). Os outros modelos são variações desses três tipos.Conforme um estudo realizado no condado de Boulder, no Colorado, Estados Unidos, uma das áreas com maior atividade de escalada esportiva no planeta, os principais motivos que causam acidentes estão mais ligados às ações dos próprios escaladores do que às condições específicas de cada lugar. Por isso, escolher produtos de qualidade é fundamental.
O surgimento dos mosquetões
Conforme pesquisa de Danilo Allegrini, autor do blog O Bugre, credita-se a invenção dos mosquetões aos bombeiros de Munique, no sul da Alemanha. Esses profissionais já usariam as travas desde 1860. O responsável pelo uso dos mosquetões para o montanhismo seria o alemão Otto Herzog, autor de várias vias extremas nos anos 1920.
Na década seguinte, um dos mais importantes nomes da história da escalada em todo o mundo, o francês Pierre Allain, foi o primeiro a fabricar os mosquetões usando uma liga de alumínio.
Grandes escaladas
Desde então, esses equipamentos se tornaram indispensáveis em qualquer escalada. Mas nem sempre foi assim. O início da prática do montanhismo tem seu marco em 1786, por Michel Paccard e Jacques Balmat, na escalada do Mont Blanc, a mais alta montanha dos Alpes e da União Europeia, atingindo uma altitude de 4.810 metros.
No século seguinte, foram registradas várias subidas de montanhas, começando um viés mais esportivo da prática. O início do século XX assistiu a grandes avanços técnicos no montanhismo, especialmente a escalada em rochas e no gelo. Nessa época, por exemplo, foram escaladas as principais vertentes dos Alpes e a face norte do Eiger, uma das maiores paredes da Europa.
Os anos 40 e 50 foram muito importantes para a escalada. Alguns picos com mais de 8 mil metros de altura foram conquistados, como o Annapurna (8.078 metros, em 1950), o Everest (8.848 metros, em 1953) e o K-2 (8.611, em 1954). Na escalada em rocha, foram escalados o Half Dome (800 metros de pura rocha vertical) e o El Capitan (mil metros), na Califórnia. Aqui no Brasil, foram escalados o Pico Maior de Friburgo, a Chaminé Rio de Janeiro na face sul do Corcovado e a Chaminé Gallotti no Pão de Açúcar.
Com a criação de novos equipamentos de segurança, treinos rigorosos e desenvolvimento de novas técnicas, foi possível subir as montanhas por caminhos mais ousados. É o que aconteceu a partir dos anos 60.
A Torre Central del Paine e o Cerro Torre, ambos na Patagônia, são vencidos. Em 1978, Reinhold Messner atinge o cume do Everest sem utilizar oxigênio engarrafado. Anos depois, no Paquistão, é escalada a Grande Trango Tower, talvez a maior parede de rocha do mundo.
Na escalada, a cotação ou graduação é a nota que define o grau de dificuldade de cada percurso. As cotações variam ao longo da história e também de cada país. Consenso mesmo é que os maiores desafios são as escaladas das montanhas com mais de 8 mil metros de altitude, todas no Himalaia, e das montanhas mais altas dos Alpes, Pirenéus, Andes e Montanhas Rochosas. As três grandes vertentes norte dos Alpes também são famosas pela dificuldade.