Rio de Janeiro, RJ--(
DINO - 08 out, 2015) - A noite de domingo, dia 27 de setembro, foi uma noite bastante especial para aqueles que apreciam astronomia. Foi possível ver uma rara junção de dois eventos astronômicos: eclipse lunar total e Superlua. Iniciado aproximadamente por volta das 21h, o raro evento alcançou seu apogeu na madrugada, quando a Terra lançou um brilho avermelhado sobre a Lua e a deixou vermelha. O infrequente evento é conhecido como Lua Sangrenta, quando há um eclipse total da Superlua.
Jaime Garcia Dias, que comenta essa matéria, explica que não há qualquer diferença física na Lua. É somente uma impressão que nós temos por causa de eventos físicos. Eventos astronômicos não são raros, mas algumas combinações deles são raras e devem ser apreciadas quando possível pois demoram muito a acontecer novamente.
A chamada Superlua é considerado um evento relativamente comum, acontecendo em média a cada trezes meses. Quando ocorre, a Lua torna-se mais brilhante e parece bem maior do que ela realmente é. Mas há uma explicação para isso. Como a rotação da Lua em torno da Terra não é um círculo perfeito, a Lua possui dois momentos distintos em sua órbita: quando está mais distante da Terra (conhecido como apogeu, a Lua fica a 406.696 km de distância) e quando está bem perto da Terra (conhecido como perigeu, a Lua fica a 363.104 km de distância). Nos momentos que a Lua se encontra na fase cheia ou nova e está em perigeu, ou seja, próxima da Terra, temos o que chamamos de Superlua. Era exatamente nessa aproximação que a Lua se encontrava no domingo do fenômeno astronômico, disse Jaime Garcia Dias, tínhamos uma Superlua, a Lua parecia 17% maior do que o normal.
Já os eclipses lunares acontecem todos os anos, no entanto, os eclipses lunares totais (quando a sombra da Terra cobre totalmente a Lua) são raros. São comuns eclipses parciais, quando somente parte da sombra da Terra cobre a Lua. Está prometido um novo eclipse total daqui a quatro anos aqui no Brasil, comenta Jaime Garcia Dias, uma nova chance de apreciar o fenômeno.
A Lua Sangrenta, ou Lua de Sangue, como é conhecido esse acontecimento, se dá depois do eclipse total da Lua. Durante o eclipse, a coloração branca da Lua torna-se vermelha lentamente enquanto a sombra da Terra cobre a Lua. Isso ocorre pela influência da atmosfera da Terra nos raios solares, explica Jaime Garcia Dias. Não há qualquer alteração na Lua, apenas uma mudança na cor lançada na Lua.
Os dois
eventos juntos é uma rara ocasião, tendo acontecido somente cinco vezes no século passado. Ou seja, gerações não puderam se maravilhar com o fenômeno e ele não voltará a acontecer até 2033, menciona Jaime Garcia Dias. O último registro do evento foi 1982 antes do que ocorreu nesse domingo, ou seja, há 32 anos atrás.
Para os que perderam o evento, é possível ver o vídeo
postado pela NASA em seu
site (em inglês e sem legendas), já que a agencia americana transmitiu a Lua Sangrenta ao vivo.
Website:
http://jaimegarciadias.com/